Capítulo 23

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Combates entre iguais?...

Já haviam se passado semanas desde que Nimbus tinha sido encontrado escondido na Brand, e Lonios estava pegando pesado nos treinamentos com o garoto.

Todos os dias Nimbus trabalhava duro na equipe de limpeza, tomava um banho, almoçava e depois praticava com a espada, duas e, às vezes, até quase quatro horas após um turno puxado de trabalho, depois disso Lonios ainda o obrigava a ir a biblioteca e ler sobre um assunto qualquer e, como ele dividia o seu espaço com um amigo que havia feito no trabalho, Lonios achava isso uma boa ideia.

Amizades eram importantes para um garoto daquela idade, e Nimbus elogiava muito esse garoto por seu empenho em estudar sobre naves. 

Aquele não era um dia diferente dos outros, Lonios avistou Nimbus saindo do refeitório e, como sempre, o estava esperando no corredor, exatamente na metade do caminho em direção ao ginásio. Quando Nimbus se aproximou, Lonios não perdeu tempo e perguntou.

— Então Nimbus, o que você aprendeu ontem sobre ética? — Lonios caminhou e esperou a resposta do seu discípulo.

— Ética é quando tentamos explicar as regras morais de forma racional. E moral são regras que orientam as pessoas, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é certo ou errado, bom ou mau, mas a moral depende da sociedade em que a pessoa vive, o que pode ser considerado moral em algum lugar, pode ser considerado imoral em outra cultura.

— Muito bem, cite um exemplo de sociedade onde a moral pode ser considerada diferente? — Lonios sabia que quando, Nimbus estudasse ética ele se depararia com moral e, em consequência disso, ele teria que estudar muito mais de um determinado conceito para entender o outro. Todos os assuntos que ele costumava fazer Nimbus estudar eram mais ou menos assim, aparentemente uma única coisa, mas um grande conjunto de conceitos que deveriam ser estudados em decorrência do primeiro, uma avalanche, na opinião de Nimbus.

— Canibais. Para eles, comer carne humana é certo enquanto para quem não é um canibal, isso é uma abominação.

Eles caminharam mais alguns metros e chegaram à grande porta do ginásio da nave, e quando entraram alguém gritou.

— OFICIAL NO RECINTO!

Imediatamente todos os mais de quarenta soldados na sala se voltaram para a porta e ficaram parados com os braços estendidos ao lado do corpo, em posição de sentido.

Lonios, sempre esquecia que era o quarto em comando do contingente de soldados da nave, e era surpreendido por essas atitudes militares.

— DESCANSAR — Lonios gritou em alto e bom som, imediatamente todos voltaram aos seus afazeres, alguns treinando com o arco no túnel, com supervisão de Sãr Elisis, outros levantando pesos, e ainda outros em combates simulados nos tablados.

Havia ali, também, alguns trabalhadores de outras partes na nave, sentados em alguns bancos perto do túnel onde Elisis instruía arquearia, Lonios pôde identificar Jim, o amigo que Nimbus tanto falava e Ari, outro garoto que Nimbus havia comentado que era o maior puxa saco da nave. Havia também mais alguns, muito provavelmente eles estavam ali somente para visualizar Elisis em sua armadura de combate reveladora. Eles disfarçavam e olhavam ocasionalmente para a amazona, que parecia apreciar a situação. Elisis olhou fundo nos olhos de Lonios por alguns segundos, quando ele estava caminhando dentro do ginásio, depois voltou para as suas obrigações.

Então Lonios avistou Sãr Adon na frente dos tablados, provavelmente instruindo os soldados nos combates simulados, Valeros estava ao seu lado acompanhando tudo atentamente.

— O que está acontecendo aqui? — Lonios perguntou um pouco antes de se aproximar do cavaleiro e o cumprimentar com um aperto de mão.

— Hoje vamos fazer nosso treinamento semanal com o contingente, à tarde, pela manhã tivemos alguns problemas e tivemos de o adiar.

Nimbus e os Cavaleiros de CenferumOnde histórias criam vida. Descubra agora