— Tex! Tex! Por favor, me responde! — sentia uma mão quente e muito bem-vinda segurar o meu rosto. Longos dedos deslizavam pelo meu rosto me fazendo quase sorrir.
Pode continuar a me tocar assim, estou AMANDO.
Vou aos poucos me acostumando com esse toque. Eu acabei de ter o sonho mais maluco da história dos sonhos impossíveis!
Sonhei que um pássaro entrou pela minha janela, e junto desse pássaro um homem invadiu o meu apartamento.
Mas não somente um homem qualquer. Quem estava dentro do meu apartamento era o Lee, ele tinha ganhado um rosto humano, mas eu desenhei tantas vezes aquele homem, que o reconheceria em qualquer formato, até em carne e osso.
Um piado alto faz com que eu me sinta um pouco desconfortável.
Espera aí...
Esse toque eu que estou sentindo. Era real não era? Mas como personagem da minha história iria aparecer na minha casa? Não tem como isso acontecer...
Tem?
— Tex! Por favor, fala comigo. Abra seus olhos! — a voz rouca e masculina fica mais exigente. Alguma coisa em sua voz me faz fazer o que ele estava me pedindo. Ou pelo menos parte. Minhas pálpebras tremem antes de abrir.
E mais uma vez parece que eu estou sonhando. Existe essa coisa de sonho dentro de sonho, certo? E também existe a loucura.
Mas não tem como eu estar enganada. Aquele na minha frente era o Lee. Eu estava olhando nos olhos do homem que foi desenhado para acatar todo o meu fetiche pelo sexo oposto.
Fecho os olhos com força e tento não enlouquecer demais a minha respiração. Isso não está acontecendo. Não tem a menor possibilidade de ser real. Isso deve ser aqueles sonhos realistas que as pessoas têm tanto medo.
E pra ser sincera eu também estava com medo.
Belisco diversas vezes o meu braço, pra tentar despertar na dor mesmo, mas nem mesmo assim eu deixo de ver aqueles olhos maravilhosos.
— O que você está fazendo? — ele pergunta segurando os meus braços, mesmo firme, ele ainda consegue ser delicado. Seus dedos parecem inflamar minha pele.
Deveria gritar, sair correndo, fazer qualquer outra coisa, mas simplesmente não conseguia sair de perto dele. Olho para o relógio na parede e percebo que não passei muito tempo desacordada.
O pássaro ainda estava enrolado no pano e daqui não conseguia ver se ele estava respirando ou não. Minha mente estava querendo dar um nó. Daqueles bem feios.
Aquilo estava real demais para ser um sonho. Não tinha como ser. Também não tinha como ser alguma daquelas brincadeiras sem graça do Gus, já que ele não sabia da existência do Lee.
Ninguém sabia da existência dele. Apenas eu. Mas então como?
A sua pele era quente demais e fazia com que a minha se arrepiasse em contato com a dele. Sonhos não fazem isso, fazem?
— Lee? — pergunto, já tendo uma ideia da resposta, mas ainda desacreditada demais.
— Claro que sim meu amor! — ele sorri da maneira doce que eu sempre retratava nos desenhos e aquilo fez com que eu me mexesse em seus braços, saindo do seu abraço.
— Como isso pode estar acontecendo? — pergunto mais para mim mesma. Aperto de leve os seus braços e sinto a textura de seus músculos. Passo os dedos suavemente sobre o seu rosto, percebendo o quanto a sua pele era macia e perfeita.
— Acontecendo? O que está acontecendo com você Tex? — ele olha no fundo de meus olhos e vejo a preocupação estampada lá dentro, turvando de leve aquele mar azul e verde.
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Tinta Viva
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