Fico imaginando como seria a minha vida hoje, se tivesse dito sim ao meu instinto de sobrevivência. Que tipo de profissional eu seria, como seria a minha vida, quem seriam meus amigos, que comunidade eu frequentaria...
Ninguém imagina que há mais de vinte anos, eu planejava o meu primeiro "suicídio ministerial", queria acabar com tudo, pois ao meu ver, nada acontecia, e provavelmente estava no caminho errado.
Estávamos em uma Feira de Música Cristã, em Goiania, eu era guitarrista da banda Katsbarnea, e na minha cabeça seria o último evento. Eu estava preocupado com minha vida, todo dinheiro que ganhava com a música ficava na música, guitarras, pesais, cordas, roupas pra show, e isso me incomodava. Apesar de ser ainda um jovem solteiro, já pensava no futuro que daria ou não pra uma família.
Pedi a Deus que me orientasse, mas coloquei esta ideia em minha mente, uma ideia fixa de acabar com tudo e seguir em frente como uma "pessoa normal".
Fizemos nosso show no anfiteatro daquele Centro de Convenções, foi engraçado que naquele dia, em meio ao espetáculo, ouvíamos pessoas gritando que o que fazíamos ali era coisa do diabo, que éramos endemoninhados e que estávamos corrompendo os jovens daquela geração. Eram gritos odiosos de pessoas que se dispuseram a assistir a todo show, apenas para apedrejar-nos com sua hostilidade. A religiosidade não tinha tamanho naquela época, e ainda é grande nos dias de hoje.
Deus já estava agindo em meu coração, pois o desejo de fazer diferença, mostrando que todas aquelas pessoas estavam enganadas a nosso respeito, crescia a cada música, a cada xingamento. Meu senso de justiça florescia.
Eu comprava a briga do "Movimento Gospel" e do mover de Deus ao qual acreditávamos e fazíamos parte. Mesmo pensando em desisti, nunca deixei de acreditar na verdade daquele movimento, exceto por um caso isolado; antes das cortinas se abrirem, fomos convidados pelo lider da banda a fazer um círculo de oração para que as pessoas tivessem uma boa impressão a nosso respeito quando as mesmas se abrissem. Aquilo soou como hipocrisia pra mim, mas hoje entendo que a intenção era amenizar as pauladas que viriam em seguida.Terminamos o show, tiramos fotos e demos muitos autógrafos, e logo após, passeando pelo local, dei de cara com o Stand de uma gravadora, e o artista principal era Asaph Borba, dono do selo.
Entrei, me apresentei a ele, que foi muito gentil comigo. Logo disse que queria desistir de tudo, e disse até que depois daquele show havia ficado balançado em relação à decisão.
Então ele me disse coisas lindas, não me lembro de tudo, mas vou tentar interpretar abaixo.- Meu irmão, quando eu tinha a tua idade, pensei o mesmo que você, fiquei preocupado com minha vida e queria desistir do ministério. Mas Deus respondeu em meu coração que, não importa onde eu vá, o meu chamado irá comigo. Foi quando desisti e segui minha vida ministerial.
Já tive altos e baixos, mas nunca me faltou o pão, hoje tenho um "selo evangélico", CDs, livros e até um ministério internacional, e sei que tudo é do Senhor; sou apenas um vaso.
Se teu coração inflama pela obra, não desista, tudo vai dar certo.Continuei no caminho do Senhor, seguindo os passos de meu pai, Pr Cilas, que me consagrou ao ministério pastoral há um ano, e hoje tenho sido sustentado pelo Senhor, que nunca me deixou faltar o pão.
Sei que neste momento você pode estar se identificando com minha história. Sei que a preocupação bate à porta, mas Jesus mesmo nos aconselha a deixar a preocupação de lado, acreditando que assim como Deus não desampara aos animais e a natureza, frutos de Sua criação, também não nos negará o sustento.
Faça o que você fizer, que seja sempre alinhado com Seu desejo, pois só isso te fará feliz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meus contos
KurzgeschichtenMinhas histórias e aprendizados de vida. Neste primeiro trabalho, quero descrever algumas de minhas histórias de vida, bem como meus aprendizados com tudo o que passei até aqui. O intuito é mostrar como tudo cooperou para o encontro com meu propósi...