Jackson parecia estranho.
Mesmo eu não o conhecendo bem o suficiente para opinar algo como isso, era notável a forma como ele havia mudado seu comportamento após eu contar-lhe que estava sendo seguida.
Era quase como ele estivesse bastante preocupado comigo.
Preocupado com a possibilidade de isso acontecer novamente.
Senti-me um pouco culpada. Eu não queria vê-lo preocupado dessa forma. Mesmo que no fundo, uma parte de mim estivesse alegre com isso. Alegre com o fato dele se importar verdadeiramente.
- Sabe que pode ficar por mais algumas horas se quiser, não sabe? - Jackson perguntou.
Ele havia acabado de sair do banho, e secava seu cabelo com uma toalha preta.
- Sim, eu sei. Mas não quero incomodar. Acho que vocês já se preocuparam muito comigo ontem. - Disse, observando-o caminhar até a mesinha em frente do sofá.
Jackson pegou um celular cinza que estava encima do mesmo e entregou-me. De inicio, fiquei um pouco confusa com aquele seu ato, mas logo em seguida ele explicou-me o motivo daquilo:
- Seu número. Salve ele no meu celular.
- Oh.. está bem. - Anotei rapidamente meu número em seu celular e o salvei. - Pronto. Mas por que quer meu número?
- Apenas por segurança. - Ele sorri, pegando o celular de volta. - Você parece do tipo que se mete em encrenca frequentemente e isso me deixa preocupado.
- Não consigo evitar. - Brinquei. - Sinto muito.
- Não sinta. Apenas saiba que se precisar de ajudar ou qualquer coisa do tipo, pode me ligar. Estarei sempre disposto a lhe ajudar. - Ele sorriu. - Principalmente agora que descobri que um maluco estava seguindo você e eu não pude fazer nada.
- Você me salvou, Jackson. - Eu disse, sorrindo. - Tanto de um maluco psicopata, quanto de uma hipotermia mais grave.
Se não fosse por ele noite passada, certamente eu estaria bastante ferrada.
- Fiquei tão desesperado quando vi você naquele lugar sozinha. Quando a levantei do chão e senti seu corpo tão gelado. - Ele disse, setando-se ao meu lado do sofá.
Suas palavras, tão sinceras quantos suas atitudes deixaram-me profundamente encantada.
Jackson tinha um efeito estranho sobre mim todas as vezes que eu o via. Ele me fazia falar de forma inexplicável, agir de forma estranha, e o pior de tudo isso, é que eu gostava. Gostava da sensação de estar perto dele. Era seguro. Era suficiente. Real.
- Obrigada por se preocupar comigo. - Disse, meio sem jeito. - Sinto como se você fosse algum tipo de anjo na minha vida ou coisa do tipo, sabe? Desde que eu vim para cá, sempre que eu preciso você aparece de repente pra me ajudar
Jackson sorri. Um sorriso completamente genuíno e indecifrável.
Ele me encarou por alguns segundos sem dizer uma palavra sequer. Fiz o mesmo, desejando automaticamente conhece-lo melhor. Desejando que nós fossemos mais próximos.
O que era tão especial nele que me fazia agir bobamente assim?
Que me fazia apenas querer admira-lo?
- Você é tão doce. - Ele disse, aproximando-se de mim lentamente. Jackson deposita um beijo em minha testa suavemente, surpreendendo-me com o ato. - Como eu poderia não me preocupar?
Encarei o chão, sorrindo. Se continuasse o observando por mais alguns segundos, iria fazer uma loucura.
- A propósito, aonde estão os outros? - Perguntei, olhando ao redor.
Enquanto eu estava tomando banho horas atrás, o restante dos garotos haviam praticamente desaparecido do apartamento.
- Foram fazer compras.
- Todos eles?
Jackson deu de ombros.
- Provavelmente. - Ele levantou-se do sofá e caminhou em direção a cozinha. - É problemático quando vai apenas um ou dois.
- Como assim?
- Digamos que cada um de nós tem gosto peculiar para alimentos. - Ele soltou uma risada baixa. - Você quer pipoca? Acho que vou fazer um pouco.
- Quero sim. Mas por que você tá procurando o milho na geladeira?
- Geladeira? - Ele perguntou confuso, enquanto olhava para frente e soltava uma leve gargalhada. - Isso não é uma geladeira. Isso é um armário.
- Impossível. - Disse desacreditada.
Impulsivamente, levantei-me do sofá e fui em direção aquele grande geladeira preta. Ou melhor, ao que ao menos eu, pensava ser uma geladeira.
- Está vendo? Um armário. - Ele disse, parecendo se divertir com a situação
- Eu me sinto um pouco enganada. - Disse, passando a mão por meu cabelo. - É idêntica a uma geladeira.
- Meio que essa era a intenção. - Ele aponta o para um canto da parede. - Nossa geladeira está bem ali.
Por conta do apartamento conter paredes de cores vezes preta, vezes brancas, era facilmente possível deixar algumas coisas passarem batido enquanto estávamos observando ao redor. A geladeira, de forma engraçada, foi uma dessas coisas.
- Por que vocês praticamente camuflaram a geladeira? - Comecei a rir.
Era praticamente impossível perceber que havia uma geladeira preta naquele local por conta da cor da parede também ser escura.
- A gente só achou divertido. O que você achou?A opinião de uma futura arquiteta é realmente importante para nós. - Ele disse tranquilamente.
- Ele legal.
- Apenas legal? - Jackson ergueu uma sobrancelha. - Acho que você não ganhar pipoca.
- Você não ousaria me deixar sem pipoca. - Brinquei.
- Ah com certeza ousaria. - Ele disse, sorrindo. Após abrir o saquinho de pipoca, Jackson o colocou no microondas e ligou o mesmo logo após colocar o tempo correto. - Tem exatamente três minutos para me dar uma opinião critica sobre o humilde apartamento que você passou á noite ontem, ou nada de pipoca.
Revirei meu olhos.
- Eu gosto da decoração do lugar. É confortável. As coisas são simples e harmoniosas, fazendo tudo ficar perfeitamente combinável. A mistura do preto e branco também é incrível. - Comecei a dizer, enquanto olhava ao redor. Poderia falar durante horas o quão incrível esse lugar era. Contudo, tentei soar o mais breve possível. - Além disso, a divisão do lugar em si é perfeitamente divido. Nunca pensei que houvesse apartamento com quatro quartos. É tão espaçoso.
- Você realmente gosta de arquitetura não é? - Ele perguntou. - Isso é incrível.
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Desculpe-me qualquer errinho. Espero que tenham gostado do capítulo. ❤
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Mayday ❄ Jackson Wang
FanfictionOnde Jackson Wang é um garoto problemático, e Rose uma recém intercambista, cursando arquitetura. "Eu quero que você me encontre, e me salve."