XI - Diagnósticos

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***Evan***

Com muita dificuldade ele podia tomar ar e isso doía muito. Na verdade, cada parte de seu corpo doía muito. Piscou até abrir os olhos e viu o teto de forro branco.

Não estava em casa, em sua
cama. Era um forro estranho. Tratou de recordar o que tinha se passado nas últimas horas. Esteve no trabalho? Casa? Lutou por conectar algo. - O que aconteceu? - Teve lampejos de seus filhos, de Matt e Helena conversando. Eles subindo as escadas.

Helena! - Alguma coisa tinha acontecido com ela. Não sabia onde ela estava. Não se deu conta que estava lutando até que uma mão firme o sustentou contra a cama.

- Senhor Cerelli? Senhor, relaxe. O senhor está bem, mas tem suturas em seu peito e não queremos que arrebentem.

"O quê?" - Queria fazer perguntas mas sua boca não funcionava. Nem sequer podia mover os lábios.

- Está no Hospital Saint Vincent. Sou o doutor Waresa. Dispararam contra o senhor. Lembra disso?

"Disparo? Oh, Jesus! Helena."

- O senhor vai ficar bem. Realizamos uma cirurgia para retirar os fragmentos de seu peito. A leve paralisia que sente é um efeito secundário normal da anestesia.

"Helena! Só quero saber se está bem."

- Há algumas pessoas aqui para lhe ver.

O rosto do doutor se desvaneceu. E a do Wolkowski o substituiu.

- Ouça, Evan. Como está? Oh merda! Você não pode falar. - falou Vic em um tom baixo. - Bem, não se preocupe. Seus filhos estão aqui e estão bem. Matt está aqui.

Com o nome de Matt, Evan fechou os olhos com força. - "Graças a Deus!" - pensou. - "Ele
está cuidando das crianças, sei que está".

- É... ouça, Matt vem falar com você. Eu... vou falar com o doutor e verei quando as crianças poderão entrar.

***Matt***

Matt se mexia como um menino, esperando perto da porta do quarto de Evan. Viu o doutor e Vic falarem com ele, lhe assegurando que tudo ia ficar bem.

Respirou profundamente, apertando suas mãos em punhos que provavelmente poderiam atravessar algo nesse momento. - "Vão embora!" - pensou desesperadamente. - "Só saiam e me deixem falar com ele. Tenho que me assegurar de que está bem".

Quando Vic o chamou, seu coração deu um salto. Aparentou tanta calma como foi possível e se deteve junto a Vic. Incômodo, levantou os olhos para encontrar-se com os dele, subitamente evitando o homem na cama que tinha todos os curativos no peito.

Vic balançou a cabeça, bateu no braço de Matt e caminhou para a porta. Não olhou para trás. Matt deixou que seus olhos viajassem até Evan, pálido e desgastado, ligado aos monitores e intravenosas. Tremeu. Sua visão se tornou um pouco imprecisa. Quando se esclareceu, viu que Evan tinha aberto seus olhos e o estava olhando fixamente. Matt forçou sua voz através do nó que tinha na garganta.

- Olá.

Evan piscou fracamente. Matt liberou a tensão em suas mãos, deixou que acariciassem a costa das de Evan, ao redor da agulha intravenosa. Sussurrou:

- Helena está bem. Não foi atingida pelos disparos. Apenas sofreu o impacto e só está com um ombro deslocado. Doparam ela e a deixaram num quarto com sua mãe. Achei que queria saber que ela está bem.

Fé & Fidelidade (Fidelidade, Amor e Devoção #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora