XIV - Pílulas e Poções

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***Matt***

Matt caminhou com dificuldade escada acima, sem olhar atrás. Sentiu um grande pesar em seu peito. O vestíbulo de cima estava escuro e tranqüilo.

Ficara no quarto de Evan desde aquela primeira noite, sentindo-se aturdido e cômodo pela cama grande e os escuros móveis de carvalho. Quando Evan estava no hospital, ele esperava até quase não poder manter seus olhos abertos antes de arrastar-se escada acima para ir dormir. Não queria deitar na escuridão de seu quarto em sua cama e pensar sobre eles.

Rapidamente, tirou seus shorts e pegou uma camiseta de sua bolsa de viagem. Antes de ir buscar Evan no hospital, tinha trocado os lençóis e arrumado a cama, limpando tanto como podia, sob a aparente ilusão de que passariam a noite aqui em cima. Deitado ali na escuridão, Matt pensou em Evan lá em baixo, sozinho.

Pensou em como habilmente ele tinha se esquivado de passar a noite com Matt. Isso era compreensível, supôs, não sentindo-se cômodo sobre dormir em seu velho quarto com o seu novo, o que quer que Evan seja. E possivelmente não sentiu vontades de ter companhia toda a noite, possivelmente isso foi pelo que Evan não perguntou a Matt se queria ficar com ele.

Mas toda a lógica no mundo não era bastante para entender bem este momento. O que mais doeu, o que produzia essa terrível pressão contra o peito de Matt, é que estava florescendo o medo a respeito de que ele o queria, de algum modo, mais que Evan a ele.

***Evan***

Deitado no sofá, olhando fixamente na escuridão da sala Evan escutava Matt movendo-se lá em cima e se sentiu mal. Os sons eventualmente diminuíram e logo a casa se adaptou ao silêncio.

Evan não dormiu por muito tempo, muito ocupado repetindo mil cenas em sua cabeça. Primeiro foi Sherri, o baile de graduação até fazer o café da manhã, desde colocar a uma das crianças na cama, até entregar-se e sorrir para ele tão maravilhosamente que ele pensou que seu coração se romperia.

E então, ele voltou-se para o bar, sentando-se em frente a Matt nesses primeiros dias, chorando, queixando e apaixonando-se, embora não soubesse. Fechou os olhos ainda com as imagens em mente. Não quis ver-se nos braços do outro ou olhar seus olhos.

"Por que é tão difícil deixar-se levar? Agir como quero? Por que não posso ir lá em cima, ou pedir a Matt que ficasse?" - Nenhuma de suas visões podia lhe dar uma resposta. Finalmente dormiu horas depois, com suas perguntas ainda rondando-o.

***Matt***

Matt desceu lentamente às 8:30h, pela desesperada necessidade de café. Queria que Evan ainda estivesse dormindo, mas um rápido olhar no sofá mostrou o contrário. Estava vazio.

- Ei. - Chamou uma voz da cozinha.

Evan estava sentado em um tamborete da cozinha, olhos pálidos, mas sorrindo. Matt caminhou até a jarra cheia de café na cafeteira.

- Isto é maravilhoso.

- Pensei que podia agradecê-lo.

- O que está fazendo de pé tão cedo? Tomou seus comprimidos para a dor?

- Não podia mais dormir. - Evan não disse nada mais. Brincava ociosamente com o copo. - Sim, papai.

Matt riu, pegando sua xícara de café se apoiou no balcão próximo a Evan.

- Ei. - Disse Evan baixinho e se inclinou para ele e lhe deu um beijo forte.

Matt se soltou e arqueou uma sobrancelha.

Fé & Fidelidade (Fidelidade, Amor e Devoção #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora