XIX - Consolo

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***Matt***

A voz acentuada e rica de Plácido Domingo deu a bem-vinda a Matt e James no táxi e lhes recordou colocar o cinto de segurança.

Matt não se incomodou já que estava preso fortemente entre James e o divisor, assim havia pouca possibilidade de ir para outra parte. O corpo do James parecia ter crescido já que quando eles entraram no táxi, suas pernas se enredaram em cima de Matt, com o braço descansando no assento detrás da cabeça dele. James deu a direção do Hotel Holiday Inn do Canal Street e se inclinou ainda mais para o Matt.

- Está bem? - Murmurou James em seu ouvido.

Matt assentiu sem dizer nada.

Sim.

- É só que está apertado... - James soprou amavelmente.

Ah, sim, o pensamento com duplo sentido. Ele riu de sua própria brincadeira.

- O que?

- Nada. - Disse Matt virando sua cabeça.

- Como está?

Matt tinha uma resposta na ponta de sua língua, mas quando ele viu a preocupação sobre o rosto do James, esta morreu rapidamente. Isto não era só uma pessoa sem rosto, era um bom tipo. Um tipo agradável. Alguém com quem Matt facilmente combinaria se trabalhassem juntos. Um tipo com o coração tão chutado como o seu isto não era o que ele estava procurando. Era o que ele tinha estado tratando de esquecer.

- Muito bem. Um pouco surpreso. Mas estou bem. - Disse finalmente, tratando de ser
honesto. - Não esperava te encontrar esta noite.

James parecia desconcertado pelo comentário. Voltou-se para olhar pela janela enquanto se abria caminho para o centro.

- Talvez isto não foi uma boa ideia. - Murmurou James, afastando do corpo de Matt. - Não era minha intenção te complicar a noite.

Matt se colocou a rir.

- O oposto de ser simples? Sinto muito, essa palavra não tem nenhum lugar em minha vida. Tudo em mim é uma tormenta de merda, homem, não se preocupe por isso.

Sentindo-se um pouco mais valente, ele se aproximou e passou a mão pela coxa do James. Isso chamou a atenção de James com bastante rapidez.

- Não teria vindo contigo se não me interessasse. - falava em voz baixa agora, só para os ouvidos do James.

- Sei que está interessado. - Suspirou James. - Só quero me assegurar que isto não faz as coisas mais difíceis para você.

- Obrigado. - Matt lhe sorriu brandamente. - Você não tem que preocupar-se. Sério. Isto é... bom.

- Sim?

- Sim.

Encorajado, aprofundou seu tato. Foi muito agradável. Era sexy. Sentia-se um pouco bêbado e com os hormônios revoltos, muito cômodo com isto, este grande homem parecia entender exatamente o que estava dizendo. O que não tinha era medo, medo de que isto se convertesse em algo mais, um temor que tinha seu interior agitado. James não era uma ameaça. Era... um consolo.

O pensamento nem bem cruzou por sua mente quando sentiu uns dedos suaves deslizar-se por sua nuca e pescoço, lhe arrepiando o cabelo. Não teve tempo de preparar-se para o beijo, os quentes lábios, e o sutil toque da língua. Beijaram-se durante um comprido minuto, tomando-se seu tempo para chegar a conhecer um ao outro.

Como Matt tinha suspeitado, James estava firmemente no controle, movendo lentamente a mão contra a parte posterior da cabeça de Matt, aprofundando seu beijo, continuando, puxando para trás a manter as coisas civilizadas. Não havia necessidade de parecer animais no táxi. Quando se separaram por ar, Matt manteve os olhos fechados.

Fé & Fidelidade (Fidelidade, Amor e Devoção #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora