II - Encontros de Ébrios

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***Matt***

Matt Haight estava de novo em outro bar, outra sexta-feira à noite. Cerveja, pagamento, murmúrios por todos os lados. Nenhuma companhia feminina à vista. Sim, bom para variar.

Viu seu reflexo deformado no espelho detrás do bar. Jesus, parecia uma merda. Ele estava começando a ver-se mais cheio. Era hora de fazer uma dieta, voltar para a academia. Fazer algo. O que seja. Precisava falar com alguém, só para aliviar o estresse.

Gostou de ver seus velhos amigos há algumas semanas, teria gostado mais que Abe se esforçasse mais para manter-se em contato. Viu seu ex-companheiro, Phil O´Neill e a sua família em férias, mas isso foi tudo. Passou a maior parte do seu tempo só, nesse bar ou em um parecido em algum outro lugar. Não tinha feito um novo amigo, desde quando... anos?

Sentia-se deprimido. Não sabia como conectar com ninguém, e estava se convertendo em um ermitão. Um ermitão bêbado. Matt começou a pensar na festa de Abe e recordou do cara que tinha conhecido ali. Evan Cerelli? O viúvo, um policial que parecia ser agradável.

Tanto Vic Wolkowski como Abe lhe deram uma boa qualificação. Parecia como se ele estivesse bem para passar o momento. Matt respirou fundo. Pense Matt... decida... Move seu rabo e faça algo a respeito de seu lamentável estado.

Olhou seu relógio, viu que eram quase nove. Evan devia estar em casa agora, mas Matt pensou que poderia lhe deixar uma mensagem. Talvez poderiam sair na próxima semana. Aproximou-se da porta para dar-se um pouco de privacidade e abriu seu celular antes de perder os nervos e procurou pelo registro de cor, da antidrogas.

Perguntou por Evan Cerelli. Distraidamente olhou ao redor do bar quase vazio, perguntando-se que perdedor procuraria um lixo como esse para embebedar-se. Logo ouviu uma voz que lhe falou do outro lado da linha.

- Cerelli.

- Ah, sim! Evan. Sou Matt Haight.

- Olá, Matt.

- Ei... lembra de mim...?

- Bom, sim. - Evan riu em voz baixa ao outro lado do telefone. - Às vezes a memória curta é maior do que a de longa duração.

Aproveitando a momentânea confusão, Matt tratou de ordenar seus pensamentos.

- Que surpresa que ainda esteja no trabalho começando o fim de semana!

- Meus filhos ficam na casa de seus avós. - disse Evan, e Matt pôde ouvir o amortecimento distinto de sua voz. - Simplesmente estou me pondo em dia com uns papéis.

- Bom, então não vou incomodá-lo.

- Espera! Onde você está?

E a mentira saiu sem que Matt se desse conta de por que se sentiu aborrecido.

- Manhattan, vocês estão em West Side, não?

- Sim. Quer vir? Poderíamos ter um pouco de bebida. - Uma risada soou. - Eu poderia conseguir.

Amém, irmão, pensou Matt.

- Dê-me uma hora, que tenho uma incumbência que fazer.

- Certo! Sobe até o terceiro andar. Você ainda lembra onde fica o meu departamento?

- Sim, claro! Logo estarei aí.

Desligou o telefone. Ficou olhando o aparelho durante um bom momento, depois voltou para o bar, jogou um nota de vinte por suas últimas três cervejas e do conselho saudável, cortesia do barman. Logo se dirigiu para a porta. Havia uma hora de caminhada para chegar a Staten Island de Midtown.

Fé & Fidelidade (Fidelidade, Amor e Devoção #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora