Capítulo 23: Aqui vamos nós.

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Here We Go do Mat Kearney como tema e título do capítulo.


- O que você...? – Eduardo não conseguia entender.

Ellie sentou na beirada da cama e limpou as lagrimas.

- Todos os humanos têm um anjo da guarda, e eu sou o seu. – os olhos dela estavam vermelhos devido as lagrimas.

- E o que você vai fazer? – Eduardo sentou ao lado dela.

- Eu tenho que continuar com você até o fim, mas não podemos estar juntos. – ela olhava para ele com seu rosto triste, era de cortar o coração. – Por isso eu tenho que ir embora.

Eduardo segurou a mão dela.

- Não vai. – a expressão dele era de terror. – Fique.

- Isso vai muito além de nós dois. – ela limpou uma lagrima que estava prestes a escorrer. – Eu nasci nesse mundo dois anos atrasada, você já estava aqui e a pouco menos de um ano quando nos vimos na casa dos Ailina eu nem mesmo sabia que era sua guardiã, foi um mês depois daquilo que minha verdadeira personalidade despertou, mas você já estava na Índia, e depois quando nos vimos na faculdade eu vi nos seus olhos que não confiava em mim e que com certeza me mataria se eu fosse algum tipo de inimiga. – ela sorriu sem graça. – Esse seu jeito de querer ser o escudo dos outros é fascinante, mas é o que mais me da medo.

Eduardo só conseguia ouvir, ele sequer estava raciocinando naquele turbilhão de sentimentos.

- Quando você vai? – perguntou ele.

- Agora. – ela levantou e ele também. – Olha, você não precisa se sentir sozinho. – Ellie o abraçou e Eduardo retribuiu o abraço. – Eu vou cuidar de você para sempre, case, tenha filhos, seja feliz.

A voz dela estava carregada e as lagrimas escorriam pelo seu rosto.

Ele não disse nada, apenas assentiu.

Pela última vez um olhou nos olhos do outro e aproximaram seus lábios para o ultimo beijo enquanto os olhos fechavam, mas antes que o beijo acontecesse Ellie e suas coisas já haviam desaparecido deixando apenas Eduardo no quarto sozinho.

***

- Você deveria comer alguma coisa, já são quase nove horas da noite. – disse Baldassare do outro lado da porta de Eduardo. – Vê se pode, a dois meses atrás eu teria te matado e agora tô aqui bancando o bom vampiro.

Nenhuma resposta ou comentário veio do outro lado da porta, nada.

- Pegou no sono. – disse Baldassare se concentrando um pouco e ouvindo a respiração do rapaz.

O vampiro desceu as escadas e foi para a sala onde encontrou os outros companheiros de viagem, Vicenzo lia um livro sentado numa poltrona perto da janela e Rafael estava no sofá com os olhos fechados, meditando sobre tudo que viu na cabeça de Eduardo.

- Devemos avisar o Josh? – perguntou o vampiro.

- Já avisamos. – respondeu o arcanjo.

- E aí? – ele sentou no sofá adjacente ao de Rafael.

- Ele disse que não devemos deixa-lo sair, se o cavaleiro está em Londres vai se revelar e é para nós irmos até lá, sem ele. – Vicenzo fechou o livro e olhou para a neve que caia ligeira lá fora.

***

Eduardo novamente estava sonhando, dessa vez ele estava em cima da ponte de Londres, sua mãe, Laura e Taylor estavam lá também, mas não em pé como ele, estavam amarrados prestes a cair e adjacente a Eduardo o cavaleiro Morte esperava que ele fizesse alguma coisa, o cavaleiro nada dizia.

The Pride - InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora