Luna pegou algo de dentro do meu closet e eu olhei horrorizada. Não me lembro de ter comprado tal aberração.
Era um vestido preto, muito justo, muito curto, tomara que caia. E ainda era acompanhado por um top com mangas de renda, para ser colocado debaixo do vestido, para não ficar muito "simples".-Coloque em você. Vai ficar mais maravilhosa do que já é!
-Essa roupa é tão... Horrorosa.
-Credo Chris! Credo Chris... Meu Deus, é estranho falar isso.
-Luna, você precisa ir ao piscicologo.
-Concordo. Agora vá se trocar.
Bufei, derrotada e tirei minha roupa. Com alguma dificuldade coloquei o top e depois o vestido. Não ficou tão ruim, afinal.
-Agora coloca esses saltos.
-Nem vem Luna! Esse vestido de prostituta até aceito, mas saltos não!
-Credo Chris.
-Pelo amor de Deus, para com isso.
A Luna gargalhou e eu acabei rindo também.
Coloquei um dos meus All Star, dessa vez o preto, e me olhei no espelho.
-Agora a maquiagem! - Luna disse, surgindo do meu lado.
-Não, tenho sardas.
-Só um batomzinho... Sinto que você precisa parecer bonita. Tipo uma vidente, sei lá.
Suspirei e deixei ela colocar a porcaria daquele batom matte vermelho vivo. Isso é muito ousado, não se parece comigo.
-Tira esse colar, não combina nada.
-Não. Eu posso ir pelada, mas você não vai tirar esse colar daqui.
Olhei mais uma vez para ele. Tinha um pequeno pingente de livro, mas grande o suficiente para ler "Contos de fadas podem se tornar realidade. Basta que a princesa não lute cotra sua própria felicidade", uma frase que eu amo tanto, do meu livro favorito. Do lado do livro há um gatinho. Eu entendi o que ele quis dizer com isso. Só não estou pronta para enfrentar.
Descemos as escadas e o Nathan foi o primeiro que percebeu.
Ele abriu e fechou a boca várias vezes, sem saber o que dizer.
-Obrigada. - Sussurrei. Deixar um homem sem palavras é melhor que qualquer elogio.
Com minhas palavras, Cal me viu e veio até mim.
Ele se curvou e sussurrou no meu ouvido:
-Como está gostosa.
Aquelas palavras me deixaram com raiva, e não sei porquê.
Eu odeio quando pessoas nos tratam como objetos, como "vou te comer" ou "vou te pegar". Ridículo.Entramos no carro e Cal foi dirigindo.
Eu, Luna e Nathan decidimos nos sentar atrás. Parei de escutar o tagarelar de Luna a partir do momento em que Nathan segurou minha mão e acariciou a palma da mesma. Involuntariamente, descansei minha cabeça no seu ombro.-Chegamos. - Só percebi que Cal havia dito algo quando ele se virou para trás, tirando o cinto.
Olho pelo o vidro o local e congelo.
-Uma boate?
- Lugar bem michuruca para comemorar seu aniversário de 20 anos, eu sei. - Nathan pareceu constrangido. Ele deveria ficar. Pensou em mim quando
-Mas vamos ficar em uma área Vip, onde vai ter vários gatinhos. - Luna se entusiasmou, saindo do carro. Cal foi logo em seguida, só sobrando eu e Nathan no carro. Eu abri a porta apressadamente e a fechei logo em seguida, vendo Nathan sair pela outra porta.
Seguimos até a porta, onde havia uma imensa fila de pessoas. Passamos direto e fomos ver o segurança. O som que saia lá de dentro era enlouquecedor, o som tremia a cada batida da música eletrônica.
-Nome. - O segurança disse, sem levantar o olhar do papel em sua mão.
-Nathaniel e três acompanhantes.
O segurança deu uma olhada rápida no papel e abriu a porta, nos deixando passar.
-Nós vamos para uma parte VIP daqui, como a Luna disse. Lá, a pista de dança é diferenciada.
-Você já veio aqui?- Perguntei sem pensar, mas parece que não o afetou.
- Sim... Digamos que para "assuntos pessoais".- Ele fez aspas com os dedos.
Sei bem que tipos de assuntos, e não sei como sinto quanto a isso.
Havia algumas mesas nos cantos das salas, mas o lugar era mais ocupado por varias pessoas pulando com tinta neon que brilha no escuro.
-Onde tem essas tintas? -Perguntei á Luna.
-Humm...
-Vou perguntar. Um instante. - Nathan sorriu e foi em direção ao pequeno bar. Enquanto estava lá, uma garota que sentava em um banco segurou o braço dele descaradamente e sorriu maliciosamente, dizendo algo que eu não pude escutar, já que estavam longe e o barulho muito alto me incapacitava.
Não sei o que o Nathan disse, mas logo após isso a menina olhou em minha direção e se levantou, desaparecendo na multidão.Fiquei desconcertada. O que ele havia dito à ela?
Vi Nathan se aproximar com baldes pequenos de tinta neon.
-Hora de nos lanbuzarmos!
Cada um pegou um balde e começou a se pintar. Ajudei Luna a fazer bigodes de gato no rosto, o que me fez olhar de relance para Nathan, que sorriu e voltou a pinta sua blusa.
Cal não sabia ao certo o que fazer, então lambuzou suas duas mãos e passou pelo seu corpo em uma ordem desordenada, nos fazendo rir.
Eu e Luna fomos ao bar e pedimos bebidas fortes. Senti o gosto amargo e logo depois o líquido descer queimando pela minha garganta.
Pedi mais outras rodadas e senti meu corpo formigar. O efeito do álcool já estava começando, e não era nem dez horas.Fui em direção aos garotos, que estavam sentados em uma mesa, e talvez pela embriaguez, segurei o braço de Nathan e o levantei da cadeira, o arrastando até a pista de dança.
Comecei a dançar bem colocada nele, sentindo seu peitoral firme encostar em minhas costas, enquanto dançávamos. Ele sorria para mim toda vez, e as vezes eu beijava sem rosto, tomando cuidado para não, acidentalmente, encontrar seus lábios.Várias músicas depois me senti exausta e fui em direção ao banheiro.
A cena me deixou chocada e extremamente irritada.
Cal estava literalmente comendo uma putinha qualquer, na porta do banheiro. O decote dela estava muito baixo, deixando seus seios a mostra, onde uma das mãos de Cal se encontravam. A outra mão se encontrava em sua bunda.
Dei meia volta e antes que Nathan me perguntasse qualquer coisa, eu o puxei novamente para a pista.
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O Estranho
Romance••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• Christina sempre levou uma vida normal, mas uma viagem de sua mãe muda toda sua história. Na maioria das vezes, quando adotamos um gato, é somente para nos fazer companhia. Mas o que f...