9ㅡPara Sempre

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Você pode enganar seu cérebro, mas não o seu coração.

Nathaniel

Depois de minha ligação com o meu suposto "amigo" me sinto vulnerável. Ele me disse que se encontraria com Crhistina, e isso me deixa com medo. Ele não é muito bom em conversar, sempre foi um sádico em busca de diversão para se ocupar.
Isso aconteceu com minha irmã. Ela se deixou levar por seus encantos, e agora não sei aonde raios ela possa estar.

Christina

Que estranho. Um mês passou muito rápido,e eu nem percebi.
Minha relação com o Cal avançou, mas sempre que ele tenta algo a não ser me beijar eu o interrompo, fazendo então ele me xingar um pouco, dizendo que sou "cú doce" ou algo do tipo. Claro, eu o ignoro, afinal, essa pegação está indo um pouco rápida demais. E se ele não quer esperar, que me esqueça e procure uma prostituta qualquer.

E quanto ao Nathan? Bem, ele sai cedo e volta sempre tarde, dizendo que está à procura do feiticeiro, pois ele que dirá aonde que temos que ir agora que me encontrou.
Mas sempre que ele tem tempo para mim, sempre é gentil e se preocupa comigo. Tenho vontade de abraçá-lo toda vez que me pergunta se estou bem.

Estamos em setembro. Pois é, o tempo passou bem rápido.

Eu estava na cozinha tentando fazer alguma comida descente.
Tentei fazer algo inspirado no paladar de Nathan, mas agora que já estou acabando, parece ter sido uma péssima idéia.

Ouço o barulho da porta destrancando e sei que é ele.

-Querida, cheguei!-Ouço sua voz brincalhona enquanto fecha a porta. Escuto o barulho de sacolas sendo mexidas e isso atiça minha péssima curiosidade.

-O que o senhor tem aí?- Também tento entrar na brincadeira.

Saio da cozinha e vou em direção à sala. Ouço ele subindo as escadas e me viro, o pegando no flagra.

-Isso é uma surpresa.- Nathan sorri, aparecendo sua perfeita fileira de dentes brancos.

- Me fale agora. Se é pra mim, já a estragou.

-Não estraguei pois ainda não sabe o que é. E que cheiro maravilhoso é esse? - Ele funga e seus olhos brilham.- Sushi?

Corei e desviei o olhar.

- A-achei que fosse gostar.-Retorci minhas mãos em frente ao meu corpo, tentando fazer a situação ficar menos constrangedora.

- Sei que feito por você, irei gostar de qualquer coisa.- Ele desce as escadas ignorando o fato de segurar uma sacola esquisita, e me beijou na bochecha. - Obrigado. - Ele sussurra e finalmente sobe, para guardar suas compras, ponderei.

Estava fazendo a mesa do jantar. Eu não sabia usar hashis então coloquei garfo e faca para mim.

Me sentei ao mesmo tempo que o Nathan descia as escadas.

- Belo time. - Sorrio, irónica.

Observo-lhe. Seus cabelos estavam molhados, fazendo pingar um pouco em sua camiseta branca, revelando pequenos traços pretos por seu peitoral. A tinta que se encontraria em ali para sempre parecia estar escrito alguma coisa, mas meus olhos não conseguiram captar o que estava.

- Hoje é dia vinte e um, não? - Curiosidade estava estampada em seu rosto, e um pouco de nervosismo pareceu presente.

- Hum... Sim, por quê?

- Por nada, apenas... Curiosidade. - Ele torceu o nariz, infeliz com a escolha das palavras.

- Sabes usar hashis? - Troco o assunto de uma conversa sem sentido.

- Sei. - Nathan sorri e se senta de frente para mim.

O resto da noite fluiu normalmente. Rimos igual uns idiotas conversando e ele bem que tentou me ensinar a usar os hashis.Sem sucesso.

Já muito cansados, fomos dormir.
Agora estava me remexendo na cama, pois estava escutando um grito, e acredito que não seja no meu sonho com vários gatos de olhos verdes.

Me sento na cama com um pulo. O grito que escuto é ensurdecedor, e sei exatamente de quem é.

Levanto-me da cama aos tropeços e corro em disparada pelo corredor. Paro na frente do quarto de Nathan, e o som está mais alto. Parece um grito de súplica, não de raiva, e isso faz com que meus olhos marejam involuntariamente. Ele está sofrendo.

Abro a porta em um solavanco só e vejo Nathan na cama, de olhos fechados e todo suado. As coisas que deveriam estar na cama -travesseiro e cobertor - se encontravam jogados no chão.

- Nathan... - Me aproximei dele e balancei seus ombros.
Seus olhos abriram no mesmo momento e ele se sentou, parando de gritar. Assim que me viu, me puxou para o seu colo, me abraçando forte. Seus ombros balançavam, mostrando estar chorando grosseiramente.

- Shii, pode se acalmar Nathan, estou aqui. - Seu rosto estava enterrando no meu pescoço enquanto eu acariciava seus cabelos húmidos.

- Está. - Ele respondeu. - E vai ficar aqui. -Fungou o nariz e finalmente se afastou, me olhando nos olhos.

- Sim, vou. - Sorrio carinhosamente, tentando lhe acalmar. - Agora você vai deitar, está bem? E eu não vou sair daqui, vou ficar do seu lado. - Agora estava beijando o topo de sua cabeça .

- Deite-se comigo?

- Oh... Está bem. - Pego o travesseiro e o cobertor do chão e volto novamente para a cama, com os olhos de Nathan cravados em mim.

-Vai ficar comigo? - Ele repete a pergunta.

- Sim, já lhe disse que sim. - Me deito, cobrindo-me.

- Quero dizer para sempre. - Ele se deita também.

- Para sempre. - Sussurro, me aconchegando em seus braços.

Descanso minha cabeça em seu peito, e ele rapidamente envolve meu corpo com seus braços, me abraçando carinhosamente. Meus olhos pesaram vergonhosamente e Nathan respirou fundo.

- Eu te amo. - Ele sussurra, beijando carinhosamente minha testa.

Eu também, quis dizer, mas o abismo sugou qualquer resquício de me manter desperta.

O EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora