16ㅡBasta

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Escutei a música Wings of Night como inspiração. Ouça para ter uma experiência completa.

Christina

No outro dia, um pouco constrangida, pedi para Nathan me levar de volta para a minha casa. Logo quando falei, ele ficou sério e me levou. Quando chegamos, ele falou que ia ao supermercado e saiu.

Era apenas nove da manhã e eu esta entediada em casa, pois minha mãe não voltou da viajem até hoje e provavelmente só voltará nas férias de dezembro.

Como eu me sentia realmente estranha na minha casa, pus uma blusa de frio com capuz ㅡestava realmente frio aquiㅡ e saí de casa, sem um rumo para seguir.

Na verdade, eu queria o que aconteceu para a Luna. Pela primeira vez nessa vida, eu quis pedir conselhos para alguém de confiança.

Olhei para frente e bufei. Estava de volta ao cemitério. Parecia que ali me aguardavam os segredos mais obscuros, e eu sempre sou atraída.

Forcei a entrada no portão de ferro escuro desgastado e consegui passar numa pequena abertura.

Com as mãos nos bolsos, fui observar as lápides e seus queridos cadáveres. Claro, eles estão a sete palmos do chão.

Fui de fileira em fileira, como em uma loja, observando as datas de nascimento e falecimento. Seus nomes, e as frases gravadas ali. Não sabia se eu deveria rir ou chorar das palavras escritas naqueles cimentos.

Em um, estava assim "Eu sei que ela se matou, mas ela não queria isso. Ninguém queria. Ela era apenas um criança." Eu tive vontade de gritar "Ah, se ela não queria se matar, eu não estaria lendo isso agora!".

Eu realmente não queria saber o porquê da morte, pois essa frase é depressiva, comparada com a da lápide seguinte "A sua morte foi horrível, mas sei que ele está nos protegendo agora."
Fiquei quase emocionada com essas palavras. Meras palavras podem mudar a nossa vida.

Fui indo, lendo cada frase, guardando algumas realmente motivadoras.

Cheguei à última lápide e me assustei ao ver o cimento novo. O cemitério não funcionava desde dois mil e um, então realmente me espantei com aquilo.

Me aproximei e notei que não tinha nenhuma data de nascimento, apenas falecimento.

Li seu nome. Foi como um soco. Eu sentia que conhecia de algum lugar. "Alec Schiller".

Sua data de falecimento era vinte e três de setembro de dois mil e dezessete. Hoje.

A frase era essa "Atrás de você, raposinha".

Escutei um assobio e sem pensar duas vezes, corri em direção ao portão de ferro. Meus pés mal tocavam o chão, de tão disposta a salvar a minha vida.

Quando cheguei ao portão, ele se fechou sozinho. Eu desistiria tão facilmente. Segurei as barras de ferro para tentar escalar, mas levei um choque forte e fui arremessada treze metros para trás, de costas no chão. Meus pulmões ficaram secos, e eu tentava sugar o ar, sem sucesso.

Os mesmos cabelos platinados e óculos escuros se aproximou de mim e sorriu.

ㅡTsc, tsc. Como é tão teimosa, raposinha. Sempre fugindo.

Me agachei automaticamente, como aqueles atletas corredores prontos para dar o bote. Fiquei um pouco sonsa por falta de ar, mas continuei a espera do momento perfeito.

ㅡSempre tão independente... se continuar assim não vai ter o final que tanto almeja, raposinha.ㅡEntão estalou os dedos, fazendo o ar voltar como uma rajada ao meus pulmões. Tossi um pouco e observei-o. Ele não era alguém comum, isso eu soube desde o início.

Me levantei, ficando de frente para ele, encarando seus óculos frios.

ㅡQuem é você?

ㅡSou o feiticeiro do gato assutado, mas não se preocupe, vou lhe dar detalhes amanhã, pois hoje seu dia será corrido. Oh, tic tac, o tempo está passando. Tome.ㅡEle apertou sua mão em punho e ficou se dedicando a isso. Não entendi metade do que estava acontecendo. Feiticeiro?

Ele estendeu a mão e surgiu uma varinha. Era totalmente prateada. Tinha relevos de cinhas e em uma das pontas havia uma lágrima grande.

Com um passo ele estava à centímetros de mim. Se curvou e falou no meu ouvido antes de estalar os dedos:

ㅡPeter é um belo nome.

Olhei em volta. Não estava mais lá. Estava na minha casa. Mais precisamente no corredor do segundo andar, de frente para as escadas.

Encostei minhas costas na parede mais próxima e deslizei até estar sentada no chão. Olhei a varinha na minha mão com admiração e a mexi, como se estivesse fazendo um feitiço.

-Alohomora!- Falei, rindo sozinha da minha tentativa falha de talvez entrar para Hagworts.

Escutei a porta da frente rangendo e levantei em um pulo.

-Nathan? Você não sabe o que aconteceu! Eu encontrei o...

Mas não era ele. Era Caleb. Com tudo acontecendo me esqueci dele e só agora percebi que agi como uma namorada traidora para ele. Mas nem éramos namorados. Tenho que dar um basta.

Sim,eu demorei para postar, mas tenho meus motivos.

Eu escrevi esse capítulo três vezes, e simplismente desaparecia. Meio que desisti, pra não ficar irritada, e finalmente postar!!!!!

O EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora