GREEN [Shawn Mendes] ☆

21

Não queria imaginar um mundo sem Brooklyn. Mas ela teve que imaginar um vasto planeta onde não exista a pessoa que a protegia. No caso eu mesmo. É surreal imaginar sua presença do meu lado, por mais que seja apenas um sonho que por incrível que pareça não é meu.

Segurei sua mão e voltamos ao tempo que eu me mudei para perto de sua casa. Estamos apenas observando tudo o que fizemos, como se houvessem dois de nós cada, um do passado dela e outro de mim, e nossas versões atuais observando.

Na outra versão de mim, estava carregando caixas com minha família e levando para dentro de minha "nova casa".

(N/A: AS FALAS DOS PERSONAGENS NA VERSÃO DO PASSADO ESTARÃO EM ITÁLICO)

-- Shawn, venha! -- mamãe gritava para mim.

-- Estou levando os troféus do papai, só um minuto.

-- Você está enrolando, corre! Há muitas coisas ainda pra carregar. -- ela diz novamente.

-- Seria mais rápido se essa louca saísse das minhas costas. -- digo olhando para minha irmã e ela sorri de forma malandra. Tiro ela das costas e coloco no chão.

Levo as coisas para casa e depois sou notificado que teria de ir para a nova escola. Quando chego na mesma pego meu horário e sigo até uma sala no segundo andar, me sentando numa carteira qualquer. Aí aparece a Brooklyn. Tão frágil e medrosa, parece que o mundo pode atacar a qualquer segundo. No nosso sonho, o tempo vai passando rápido até chegar onde eu estou de frente com a garota chata que inventou mentiras de mim para Brooklyn. Sarah.

-- Você é muito bonito para estar sendo amigo de uma idiota como aquela acanhada. -- ela diz vindo até mim.

-- Ela é a melhor pessoa dessa escola toda.

--Creio que sua ideia não faz sentido. -- ela me entrega um bilhete e eu abro. Era a medida do seu sutiã. Jogo o papel no chão -- Você ainda vai transar comigo.

-- Não sou louco. Pessoas como você não têm valor para mim. -- saio andando sem olhar pra trás.

Brooklyn analisa a real cena que aconteceu e me abraça.

-- Me desculpa. Acho que na real não mereço seu perdão. Eu esqueci a pessoa que você era e captei apenas a imagem que as pessoas da escola quiseram criar para ter um assunto nos corredores.

-- Você não tem culpa. A culpa foi minha que te deixei quando mais te amava.

-- Eu ainda te amo.

-- Eu nunca deixei de te amar.

Um clima tenso fica no sonho e não sei se fantasmas beijam em lucidez, mas resolvi não arriscar.

-- Brooklyn, você gostaria de continuar analisando o passado?

-- Não seria má ideia.