Marrenta No Morro

35

Lucas

Não estava entendendo nada que acontecia, subi rápido até o quarto da Déh, bati na porta... Nada... Bati de novo... Nada. Chutei várias vezes até a porta cair. Não acreditei no que vi. Corri até o corpo dela, que estava jogado no chão e a peguei no colo. Ouvi um resmungo.

Esta viva!

- Deh, por favor, acorda. Abre os olhos, eu preciso de você!

A barriga dela sangrava, com certeza foi um tiro perdido. Corri com ela até lá embaixo, Mariana estava deitada no chão mas fez sinal pra eu prosseguir com a Deh. Fui até meu carro e coloquei ela lá dentro. Liguei pra um vapor e mandei levar a Mary pro postinho. Assim que ele deu ok levei a Deh pro hospital na cidade.

Mariana

Acho que quebrei a perna esqueda, tava doendo muito. Assim que Lucas saiu com a Deh, eu tentei levantar, mas não deu. Minutos depois um vapor chegou, me levando pro postinho. Me colocaram em uma sala e um medico me atendeu. Engessou minha minha perna depois de anestesiar. Após me dar as instruções me liberou.

O vapor me deixou na casa do Bruno, eu precisava saber da Déh e da Emy... Meu Deus!!! Bufei e me arrastei até o quarto me apoiando nas paredes. Quando entrei acabei esbarrando no abajur, o que fez Bruno acordar e me olhar assustado.

- O que aconteceu? - se levantou e veio até mim, me pegando no colo e me colocou na cama.

- A Deh levou um tiro, a Emily tá em coma, você tá machucado e agora eu... - comecei a chorar feito criança e ele me abraçou. - O pior é que eu não posso fazer nada! Eu preciso ir vê-las, preciso saber da minha irmã! - falei entre soluços.

- Como você quer ir lá nesse estado? Precisa descansar!

- Eu descanso depois que souber que elas estão bem! - o olhei. - Bruno por favor!

- Tá bem, mas eu vou com você!

- E a polícia?

- Não importa, não vou deixar você ir sozinha nesse estado! - sorri e assenti.

Me apoiei nele e fomos até o carro, seria mais difícil subir na moto. Ao chegar no hospital, me apoiei nele novamente e entramos.

- Preciso ver a Emily Santos Medrado!

- Quarto 302! - disse a recepcionista depois de olhar o computador.

- Obrigada! - falei e Bruno me ajudou a ir até lá. - Liga pro Lucas, pergunta em que quarto ela tá!

Ele assentiu e entramos no quarto da Emy. Ela estava ganhando cor, da última vez que a vi ela estava pálida... Isso me deu esperanças. Ela estava voltando, eu sentia isso. Segurei sua mão, desejando que ela acordasse e senti ela apertar minha mão.

- Bruno chama o médico, ela tá acordando! - falei nervosa e ele saiu.

Ela abriu os olhos e me olhou.

- Mary! - falou um pouco fraca e eu comecei a chorar.

- Eu tô aqui maninha! - fiz carinho no cabelo dela. O médico entrou.

- Isso... É inexplicável, não era previsto ter acordado agora! - ele disse.  - Peço que se retirem, preciso checar!

Assentimos e saímos da sala.

- Eu disse que ela ia ficar bem! - Bruno falou. Sorri e o abracei. - O Lucas falou que ela tá bem, e tá no quarto 310, aqui perto!

- Vamos lá! - falei feliz. Fomos até o quarto dela, estava acordada. - Eu fiquei tão preocupada! - corri mancando até lá e a abracei.