Capítulo 3

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Gabriel saiu logo que o dia começou a clarear. Andou furtivamente pelos arredores. As ruas estavam cobertas por areia, sujeira e destroços. Entre os destroços encontrou uma fachada que parecia ser de um prédio de escritórios, entrou nele e vasculhou as diversas salas que compunham o prédio. Pouca coisa encontrou ali, bolachas vencidas, doces e água há muito tempo eram seu alvo! Geralmente escondidos em gavetas e armários. Quando tudo começou os primeiro lugares a serem saqueados foram os supermercados. Então não adiantava muito procurar por lá.

O prédio não era muito alto! Mas imaginou que do seu topo conseguiria ter uma boa visão da cidade destruída. Foi cuidadosamente pelas escadas até o topo que era o décimo andar. Subiu no terraço e se manteve em um lugar mais escondido onde às aeronaves não pudessem localiza-lo.

Através de seu binóculo, vasculhou detalhadamente cada prédio ao redor. Nenhum sinal de vida. Nada!

Depois de um tempo ali decidiu ir a um prédio mais a frente, era um pequeno Shopping. Talvez encontrasse algo de útil ali. Atravessou a rua escondendo-se atrás dos destroços de carros, sem problemas, caminhou mais alguns metros e encontrou uma das portas. A fachada do prédio como tudo mais ali estava destruída, mas ele conseguiu ver através do vidro empoeirado que dava para entrar ali. Com seu rifle sempre em punho caminhou encostando-se às paredes devagar e sempre alerta, não havia rastros de que alguém houvesse passado por ali, mas todo cuidado era pouco. Os devastadores eram bem sagazes.

Como do lado de fora o lado de dentro estava destruído, manequins quebrados e roupas haviam sido arremessados pelas vidraças das lojas e dos andares superiores. Estilhaços por todos os lados!

O silêncio ali dentro era sombrio.

Gabriel vagueou por quase todo o prédio e para sua sorte encontrou uma pequena quantidade de enlatados, água e algumas roupas. Encontrou também algo que Mia iria adorar, não hesitou em levar para ela. Isso durou uma boa parte do dia, então resolveu que era melhor ir embora. Quando descia do andar superior para o piso térreo, algo lhe chamou atenção em uma das imensas janelas laterais. Alguma coisa se movera em um dos prédios um pouco distante dali. Pegou seu binóculo para aproximar a imagem.

O prédio era alto uns vinte andares, talvez mais, a parte térrea estava destruída, aparecia o esqueleto do prédio, e muitos pedaços de concreto o cercava. A parte de cima porém estava bem conservada e em uso!

Devastadores...

Seu coração gelou!

Mesmo há alguns anos liderando um dos grupos da resistência Gabriel nunca chegou tão perto de uma base tão grande, algo acontecia de muito importante ali.

Procurou um lugar mais alto que pudesse observar melhor o movimento lá. Deitou-se no chão do telhado se escondendo.

O que viu lá o deixou preocupado. O edifício não parecia ter acesso pelo solo. Nenhum devastador circulava por ali. Mas o movimento era intenso nos andares superiores. Precisava descobrir o que se passava ali, mas o momento não era propício, logo escureceria, precisava voltar.

Gabriel encontrou Mia vasculhando outras salas do subsolo. Quando o viu sorriu aliviada, pois estava preocupada pela demora. Ele retribuiu o sorriso e lhe abraçou perguntando se estava tudo bem.

— Sim estou bem!

— O que você está fazendo? — perguntou ele olhando ao redor.

— Procurando algo útil para nós.

— Você deveria estar descansando Mia! —disse repreendendo-a suavemente.

— Estava cansada de ficar parada te esperando e resolvi ocupar minha mente fazendo algo útil. Ele sorriu e deu-lhe um leve beijo nos lábios, depois encostou sua testa na dela e disse:

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