Capítulo 15

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Mia o abraçou novamente dizendo:

—Fiquei desesperada!

—Shiiii! —sibilou Gabriel no ouvido dela. —Estou aqui agora!

—O que aconteceu com você!?—perguntou ela se afastando um pouco. —Eu vi você cair de cima do prédio! —seu rosto remetia o desespero do dia da queda.

—A última coisa que me lembro daquele dia, são seus olhos desesperados e depois o barulho da explosão. —Gabriel começou um relato de tudo que se lembrava. —Acordei três dias depois neste mesmo lugar que estamos.

—Como!?—perguntou ela curiosa.

—Quando recobrei a consciência um homem cuidava de minha testa. —Mia levantou uma sobrancelha demonstrando curiosidade. —Ângelo e sua filha Diana cuidaram de mim. —como ela não disse nada, Gabriel continuou seu relato. —Eles disseram que estavam escondidos no prédio vizinho, viram a explosão e quando cai do prédio. Assim que se sentiram seguros deixaram seu esconderijo, foram até onde eu caí e me socorreram.

Mia fixou seu olhar na cicatriz em sua testa, a tocou como se ela pudesse voltar no passado. Gabriel tomou sua mão e a beijou.

—Depois que me recuperei a ponto de caminhar, me levaram até Zaraenla.

—Você conseguiu!?—um misto de alegria e frustração encheu seu coração. Esse era o destino deles antes do banho que ela resolveu tomar. Se tivesse esperado como Gabriel pedira tudo o que estavam passando teria sido evitado.

— Me desculpe! —disse ela chorosa.

—Desculpar por quê? —perguntou ele afagando seu rosto.

—A culpa foi minha!

—Por que? —questionou ele curioso.

—Se eu não tivesse a ideia estúpida de tomar banho, nada disso teria acontecido.—Gabriel olhou para ela sem entender, então ela relatou toda sua desventura ao ir ao prédio vizinho, em busca de água para o banho, entre um choro convulsivo e desesperado.—A culpa foi minha!

Gabriel a abraçou e ficou assim até seu choro ir embora. Ela acabou adormecendo vencida pelo extremo cansaço em seu abraço.

Gabriel se deitou a seu lado e ficou ali velando seu sono. Sua mente era atormentada por querer saber o que havia acontecido com o bebê, mas segurava sua curiosidade, pois não queria provocar mais desespero em sua mulher, foi difícil, mas por fim conseguiu cair no sono.

Mia dormiu muito, foi mais um longo dia. Gabriel só saia de perto dela para rondar o perímetro e para pegar água para cuidar de suas feridas. Entre suas feridas havia uma grande cicatriz em sua barriga, ele a tocou com pesar. Seus olhos se encheram de lágrimas. O que teria acontecido com seu bebê?

Enquanto estava perdido em seus pensamentos sentiu sua mão sendo coberta pela de Mia. Seus olhos se encontraram com os dela e viu ali dor e tristeza. Ele de leve tocou seu rosto, ela fechou os olhos, suspirou e disse:

—Rebecca!

—Rebecca! —repetiu ele sem entender.

—O nosso bebê, seu nome é Rebecca.

—Você disse é Rebecca? —questionou frisando o é!

—Sim, ela está com três anos! —lágrimas rolavam à vontade.

—Onde ela está!? O que aconteceu com ela? Ela está bem? —perguntas borbulhavam de sua mente.

Mia relatou tudo que aconteceu com ela desde que foi capturada até o momento que se encontraram novamente. Enquanto ouvia os sentimentos que dominavam seu peito iam de frustração a completa ira. Tentava se controlar por causa de Mia. Precisava ajuda-la agora. Ao final do longo relato, Gabriel já havia se controlado e disse:

—Vamos encontrá-la! —Mia sorriu, confiava em Gabriel e acreditava que ele seria capaz realmente de encontrar sua filha. —Mas eu preciso de sua ajuda!

—Fareio impossível para encontrar nossa filha! —disse se animando mais ainda.

—Preciso que você se recupere, por isso quero que você se alimente bem. Suas feridas estão bem feias, principalmente seu corte nas costas. Não quero que infeccione. Não tenho antibiótico aqui. Temos que tomar cuidado. Assim que você estiver um pouco mais forte vamos para Zaraenla.

—Podemos ir agora, eu consigo!

—De forma alguma! Você precisa estar bem pelo menos para caminhar. Você não andaria cem metros sem cair.

Mia suspirou se dando por vencida.

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