Descendentes: A Vingança De Uma

"Não quero que você se converta ao bem"

POV Ben

Ilha dos Perdidos

Melanie conseguiu um emprego para mim. Agora sou garçom no restaurante de Úrsula. Nunca pensei que trabalharia desse jeito.

Mel realmente é uma pessoa incrível. Ela está fazendo com que eu tenha uma ótima adaptação aqui na Ilha dos Perdidos. Eu realmente acho que nós dois poderíamos namorar ou ficar. Mas toda vez que eu penso nisso, minha cabeça começa a doer e toda vez que eu fecho os olhos vem um imagem de uma pessoa. Uma mulher. Não consigo ver seu rosto, na verdade, não consigo ver nada. Só consigo observar de forma nítida que ela tem cabelos roxos. Acho que essa pessoa teve alguma participação importante na minha vida passada.

Sabe uma coisa que eu não sabia sobre Melanie? Ela tem um filho. Um filho de mais ou menos 16 anos. O nome dele é Kyle.

Ela me contou que teve um relacionamento com um cara qualquer na Ilha e acabou engravidando. Quando ela contou para o pai da criança, ele a abandonou. Melanie criou seu filho sozinha mas por isso, ela criava do jeito que ela queria. Assim, o menino não nasceu igual às outras crianças da Ilha dos Perdidos. Ela não o criou para ser um vilão. Kyle era um menino bom.

No entanto, quando ele tinha 14 anos, seu pai voltou e odiou o fato de Mel ter criado seu filho como bonzinho. Então, o pai de Kyle o tirou de Melanie e disse que agora ia tratar o garoto como um vilão.

Ela ficou muito triste pois amava muito seu filho mas não conseguiu lutar contra seu ex. Ela disse que faz dois anos que ela não vê seu filho e que sente muitas saudades.

A vida na Ilha não era muito ruim mas é chata. Todos os dias fazemos a mesma coisa. Acordamos cedo, vamos trabalhar, passamos o dia no restaurante e quando voltamos para a casa, comemos alguma coisa – normalmente muito ruim – e dormimos. No dia seguinte, se faz a mesma coisa.

Perguntei à Mel o que se faz para divertir aqui e ela me respondeu que tem que ser vilão para divertir. Fiquei pensando nas palavras dela

- Eu posso ser um vilão? – eu pergunto e ela começa a rir

- Isso não cabe a mim decidir. Você que tem que dizer se é ou não um vilão

- Mas eu nem sei meu nome de verdade, como vou saber se sou vilão ou não?

- Isaac, você tem que seguir seu coração. Seu coração diz que você quer ser vilão?

- Não sei mas acho que não

- Então não seja. Não é porque você nasce ou vive na Ilha que tem que ser vilão. Você pode ser o que quiser.

- Se eu não vou ser um vilão, vou ser um herói.

- E qual vai ser o seu primeiro feito de herói?

- Vou enfrentar seu ex namorado e trazer Kyle de volta para você

- Sério?

- Claro. Você já fez tanto por mim, deixa eu fazer algo por você

- Tudo bem – ela diz com lágrimas nos olhos – Você é incrível – ela continua e se joga em meus braços. Eu retribuo o abraço.

Fico olhando para aqueles lindos olhos dela e tenho uma vontade imensa de beijá-la. Eu ia fazer isso mas então a imagem daquela pessoa volta à minha mente. Eu nem sei quem é essa moça de cabelo roxo mas, como já falei antes, toda vez que penso em Mel ela vem na minha cabeça para me impedir de fazer algo. E não sei o porquê, às vezes sinto que estou a traindo.

~*~

POV Heitor

Não acredito que perdi essa chance de orgulhar minha mãe. Eu sou mesmo um caso perdido. Não mereço ter a honra de receber o sobrenome dos meus pais. Não sou digno de ser considerado um vilão. Mas eu ainda não desisti de conseguir orgulhar meus pais. Vou dar um jeito. Se não conseguir pegar a poção, estou disposto a fazer qualquer outra coisa.

Outra coisa que me chateou bastante hoje foi o fato de ver minha p'ropria prima, sangue do meu sangue, me traindo daquele jeito. Nunca imaginei que Lucy seria capaz de me trair. Sempre percebi que ela não levava muito jeito para ser malvada. Ela tentava mas não conseguia esconder de mim. Mas nunca imaginei que ela iria se aliar às pessoas que tanto fizeram mal aos nossos pais no passado. Mas tudo bem, se ela quer ficar do lado deles que fique. Mas aqui, na minha casa, ela não fica mais.

Eu sabia que ela iria voltar para a casa. Então, eu esperei que ela voltasse e quando ela chegou, chamei todos para uma reunião na sala

- O que você quer, Heitor? – Uma começa – Eu estou morrendo de sono

- Mãe, pai, tia Calista e tio Gil, eu estou aqui para contar algo horrível que a Lucy está fazendo – eu digo

- Que bom que está seguindo os passos da família fazendo coisas horríveis – meu pai fala

- Não, pai. Ela está fazendo uma coisa que não é boa para nós – eu digo

- Diga logo, está me deixando preocupada – tia CJ diz

- Ela se aliou à Mal e seus amigos. Ela está sendo boa – eu falo e todos ficam perplexos

- Lucy, isso é verdade? – minha mãe pergunta

- Sim – Lucy responde de cabeça baixa

- Saia – minha mãe diz

- Como assim?

- Não quero ninguém bom na minha casa. SAIA! – mamãe diz furiosa

- Uma, você não pode fazer isso. Ela é minha filha. Não vou deixar você tratá-la desse jeito – tio Gil diz para minha mãe

- Gil e CJ, se vocês quiserem podem ir com ela. Vocês não me fazem falta

- É isso que vamos fazer. Nós nunca vamos abandonar nossa filha – tia CJ fala

- Mãe, vocês não precisam sofrer por minha culpa. Eu dou meu jeito. Podem ficar aqui – Lucy diz com uma voz doce

- Meu amor, como você vai sobreviver à esse mundo malvado? – tia CJ fala se dirigindo à filha

- Eu dou meu jeito – Lucy começa – vou fazer minhas malas

- Não importa o que você diga, não vou te abandonar nunca, minha filha. Eu te amo do jeitinho que você é – tia CJ fala e eu fico com muita vontade de dormir com todo esse drama. Eu queria ver sangue não choro.

- Eu também. Vou aonde vocês forem – tio Gil fala e dá um abraço na filha na esposa

- Já acabou a novela? – mamãe fala – podem sair, tchau. Depois mando as coisas de vocês. Não agüento mais vê-los na minha frente

- O bem vence, Uma. Por que você ainda não conseguiu entender? – tia CJ fala, o que deixa minha mãe muito irritada

Eles saem da casa e minha mãe fala

- É isso que eu quero evitar, Heitor. Quero evitar que você se converta ao bem. Eu não aguentaria ver meu próprio filho fazer isso. Se eu fosse Gil e CJ me enterraria para não ter essa vergonha. – papai diz e eu balanço minha cabeça positivamente

- Eu nunca faria isso com vocês – eu falo.