Dezesseis

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Sobre os acontecimentos do capítulo passado, pegou a todos de surpresa. Mas antes mesmo de iniciar a história, eu já tinha isso em mente. É doloroso, triste e doeu em mim fazer tamanha maldade com nossa Grãozinho, senti-me até uma aprendiz de Nicholas Sparks e a sensação não é nada boa.
💔💔



Onde estou? Por que tudo dói? Por que mal consigo respirar sem sentir como se cada pedaço de meu corpo estivesse sendo arrancado lentamente? Meus olhos estão tão pesados e não consigo forçar minhas pálpebras a abrirem, é como se eu estivesse em um daqueles dias em que quero acordar, mas não consigo de tanto sono que estou.

Silêncio. Alguém poderia pedir para desligarem esse som irritante para que eu possa dormir mais um pouco, e quem sabe, quando eu acordar, todo esse cansaço e dor tenha ido embora.

"Oi, meu Grãozinho. Estou com tantas saudades." A voz da mamãe. Olho ao redor, mas a profunda escuridão não me permite vê-la. "Eu te amo muito."

Sono. Muito sono. Mesmo querendo, tudo se apaga e acredito cair em um sono profundo, pois já não sinto e não escuto mais nada.

Sinto um calor aconchegante em minha mão e mesmo com o cheiro forte de éter e álcool, o perfume de Jeremy é inconfundível. Tento abrir meus olhos e mais uma vez não consigo, mexo levemente os dedos de minha mão e sinto um aperto forte na mesma.

"Pode me ouvir, Pequena?" Mexo outra vez meus dedos e o escuto respirar fundo.

Com um esforço sobre humano, abro lentamente meus olhos e os fecho quando a luz forte falta me cegar e tudo roda.

Meu coração está apertado, e eu chego a sentir a dor física, querendo me dilacerar de dentro para fora. Onde estou? Cadê meus pais? Eu quero o abraço do papai e o colo da mamãe. Eles sim sabem fazer essa dor parar.

"Calma. Devagar." Jeremy passa a mão em minha cabeça. "Relaxa, amor. Eu estou aqui com você."

Amor? Ele me chamou de amor? Eu deveria estar explodindo de felicidade. Tento dizer algo, mas nada sai. Minha garganta dói assim como minha cabeça, que parece pesar toneladas.

Pisco os olhos várias vezes até me acostumar com a luz, que agora está muito mais fraca. A cada segundo que passa me torno mais consciente do ambiente ao meu redor, do som constante do bip bip da máquina, que monitora meus batimentos cardíacos, das paredes e teto pintados de um verde bem clarinho.

Estou em um hospital? Mas por quê? A última coisa que me lembro é de estar dirigindo meu carro, então, um barulho ensurdecedor de ferro retorcido e buzinas altíssimas, o cheiro forte de sangue misturado com gasolina.

Minha cabeça dói e volto a fechar os olhos. Sinto como se a minha vida fosse ser irremediavelmente transformada se eu ao menos tentasse respirar. É tão forte que chega a ser claustrofóbico. Respiro profundamente e o perfume amadeirado de Jeremy junto com o calor de sua mão sobre a minha, acalma-me imediatamente. Abro os olhos e me deparo com seu rosto próximo ao meu. Os olhos castanhos me miram com um misto de preocupação e alívio, um sorriso pequeno aparece em seus lábios naturalmente rosados.

"Jere..." Levo a mão até a garganta que arde e Jeremy se afasta voltando logo em seguida com um copo descartável. Ele me ajuda a beber pequenos goles do líquido e agradeço mentalmente quando o desconforto diminui. "O que... houve?

Série Corações Feridos: O seu lugar é ao meu lado (Vol. 3) ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora