I Hate U. {JOSHUA}

12

Tentava olhar para tudo, menos seus olhos.

- Voce está linda!- Minha mãe dizia.

Agradeci e fitei o buquê novamente, enquanto o silêncio reinava no lugar.

- Vocês não vão?- Inclinava a cabeça em direção à ele, isso era um sinal de que eu deveria falar algo.- Não quero que volte tarde.

- A senhora tem razão.- Finalmente desviou a atenção de mim e pude respirar normalmente.- Trarei Eunjin cedo e cuidarei muito bem dela.- Sorriu para minha mãe que retribuiu o ato.

Nos despedimos e deixamos a casa. Logo em frente havia um carro bem sofisticado e Jisoo ia em direção à ele.

- É do meu pai.- Respondeu a pergunta que iria fazer abrindo a porta da frente para mim.

- Obrigada.- Ri nervosa.

- Está muito bonita.- As palavras saíram devagar de seus lábios que pareciam ter sido desenhados. Não pude evitar de me perder neles. E eu sabia que poderia ouvir aquilo varias vezes e nem dessa forma deixaria de sentir um arrepio percorrer todo meu corpo. Era notável que havia ficado sem graça e resolveu mudar o assunto.- O que vamos fazer?- Perguntou se virando para mim já dentro do carro enquanto colocávamos o cinto.

- O que? Não tinha nada em mente?- Perguntei surpresa e pela sua reação a resposta era "não".

- Cinema?- Sugeriu animado depois de pensar por alguns segundos. Ri concordando com a cabeça.

No caminho, ligou o som e Beautiful do MONSTA X começou. Tentei me segurar mas acabei cantando o início do refrão e ele fez o mesmo. Nos entreolharmos e rimos em coro.

Chegando no cinema, procurávamos filmes nos cartazes e tentávamos decidir.

- Ah!-Dei um pulinho animada.

- O que?- Se aproximou olhando para o lugar que indicava com o dedo.

- É o filme de apocalipse zombie que queria ver!

Foi em direção à fila. Em seguida pediu para eu ir comprar nossa pipoca e refrigerante e me entregou o dinheiro.

- Pode comprar o que quiser.- Sabia que estava sendo educado, mas não conseguiria aceitar. Fechei a mão que estendia para mim, devolvendo o dinheiro.

- Você paga o cinema, e eu a comida.- Me virei sem ouvir o que falou em seguida.

Já com os ingressos, ele veio em minha direção e segurou a pipoca grande, me deixando com os copos de refrigerante.

A sessão já iria começar, então fomos direto para a sala que mostrava alguns trailers na tela e nos sentamos nos devidos lugares.

*Música da mídia.

Eu estava tão atenta ao filme que nem percebi a pipoca acabando.

- Droga.. deveria ter comprado mais.- Falei virando para Jisoo.- Você está bem?

- S-Sim.- Se encolhia no seu banco e tinha uma expressão de susto no rosto que demonstrava o contrário do que disse.

Voltei a atenção para o filme e bebia o resto do meu refrigerante, quando senti mãos segurarem o meu braço. Quase engasgando virei para o meu lado confusa. Ele tinha os olhos fechados e sua cabeça quase encostava em meu ombro, eu sorri automaticamente em vê-lo tão fofo. Segurei o grande impulso de pegar na sua mão, então apenas disse que já havia passado a pior parte.

O olhar encontrou o meu no meio daquela escuridão onde a única luz iluminando era a da tela grande. Ele pediu desculpa soltando meu braço. Eu queria dizer que não havia necessidade, mas permaneci em silêncio e passei o resto do filme sem conseguir prestar atenção.

- Você deveria ter dito que não gostava de terror.- Comentei quando saímos da sala.

- Eu gosto.. Só tenho um pouco de medo.

Me perdia em pensamentos na volta que não tinha mais a música de fundo e sim um silêncio constrangedor. Era óbvio que ambos estavam desconfortáveis com a situação.

- Não precisa me levar.- Disse soltando o cinto em frente à minha casa e parecia que iria insistir mas apenas repeti que não tinha necessidade.

Agradeci pela noite, comentei que tinha gostado e me despedi sorrindo deixando ele e o carro para trás.

Antes de abrir a porta de casa, parei e suspirei. Na mesma hora, senti algo tocar meu ombro em um ato surpreendedor e me virando. Jisoo tinha a sobrancelha franzida e um olhar indescritível.

Sua mão subiu para o meu rosto e a outra puxou minha cintura para perto de seu corpo. Antes de conseguir digerir algo, ele fechou os olhos e veio em direção ao meu rosto.

Os lábios tocaram os meus, fazendo minhas pálpebras se fecharem também. Uma mistura tremenda de sentimentos se explodiam em mim.

Terminou o beijo demorado e de tirar o fôlego se afastando ainda me olhando e sorrindo como um bobo e causando o efeito que só ele conseguia ter sobre meu coração.

Naquele momento, uma coisa se passava na minha cabeça, e não era o fato de querer correr em sua direção para continuar o que fez.

Era a certeza de que eu estava apaixonada.