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- Como vai o Joshua?- Comecei minha manhã com o pé esquerdo.

- Não sei.- Respondi.- Vou me atrasar, tchau.- Peguei minha mochila e abri a porta fugindo da conversa.

- Sei o que está fazendo!- Ela falou da cozinha enquanto eu estava parada na porta.- Vai me dizer o que aconteceu com vocês dois quando chegar!- Ele tinha um sorriso nos lábios que despertava toda atenção e borboletas no estômago.

- Está falando de mim?

Fechei a porta com medo da minha mãe dizer algo mais constrangedor e ignorei a pergunta.

- Você está bem?- Coçou a cabeça.- Pensei em vir aqui porque não teria como me evitar, não completamente pelo menos.

- Estou.- Só porque estava ali.

- Vai aceitar minhas desculpas dessa vez?- Falou enquanto dávamos passos curtos pela rua.

- Na verdade...- Respirei fundo ainda sem desviar do chão.

- Pensei o tempo todo na discussão que tivemos.- Disse depois da minha demora para dar continuidade ao que tentava falar.- Realmente estou arrependido de ter dito aquelas coisas e...

- Você disse a verdade. Então, não peça desculpas.- Olhei rápido para o garoto ao meu lado.- Eu queria...

- O que?

Ele entrou na minha frente e pôs as mãos sobre meus ombros em um ato surpreso. Meu coração já estava acelerado demais para lidar com aquela ação.

- Pedir desculpas. Afinal, eu que lhe devo isso. Sou uma idiota que pensa ser durona o tempo todo, mas a verdade é totalmente contrária. Não sai da minha cabeça o quanto minha vida teria sido diferente se não perdesse meu pai... ou se ao menos tivesse aprendido a lidar com a ausência dele. Ajudaria a minha mãe e enfrentaríamos isso juntas. Eu manteria os amigos que tinha e não os afastaria de mim por um medo estupido.- As lágrimas vinham e mesmo estando na frente dele, não sentia mais vontade de controlá-las.- Ainda continuaria a ir à aquela praça para ler e rir feito uma boba e você... você tomaria coragem de falar comigo. Mas para falar a verdade... mesmo se não o fizesse, eu te notaria e faria algo... Por que só de te olhar, me sentiria da mesma forma. Eu sentiria as benditas borboletas de sempre quando te vejo. Minhas mãos suariam enquanto estivéssemos conversando. Observaria cada detalhe do seu rosto e me perguntaria varias e varias vezes como alguém tão lindo poderia existir. E não teria medo de dizer que estou completamente apaixonada por essa pessoa incrível demais para ser real...

Riu com os olhos refletindo.

- Preciso acrescentar que também admitira que seu sorriso é...- Antes de conseguir terminar o grande desabafo que guardava de mim mesma, ele se aproximou me interrompendo com um beijo. Depois de perceber que aquilo era verdade mesmo, fechei os olhos arregalados.

Suas mãos foram dos meus ombros até o meu rosto. Me aproximei dele como se estivéssemos voltado para aquele armário de limpeza. Só nós dois existíamos e sabia que não precisava ter mais medo das batidas aceleradas, pois as dele me acompanhavam.

I Hate U. {JOSHUA}Onde histórias criam vida. Descubra agora