[35] this can't go on

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JENNIE

— Kook? — atendo a ligação, ouvindo uma respiração pesada e uma música quase explodindo meus ouvidos, do outro lado da linha. — Jungkook! Onde você está?

— Está quente aqui... — ouço sua voz rouca.

— Aqui onde? — me levanto da cama, nervosa.

— Eu quero morrer, Jennie... — ele fala, parecendo choroso.

— Jungkook, pelo amor de deus, onde você está? — falo sentindo minha visão ficando turva.

— Eu... eu estou... no casino, eu acho.

— Eu falei para você parar de ir nesse lugar.

— Minha cabeça tá doendo muito...

— Eu estou indo te buscar. Não saia daí, por favor.

Dispo meu pijama, e visto meus jeans com uma blusa aleatória. Calço meus tênis e pego meu celular, saindo do quarto. Desço a escada devagar para não acordar meus pais e pego as chaves do carro do meu pai.

Saio de casa, e entro no carro arrancando a alta velocidade. Dirijo até ao lugar iluminado e paro o carro, saindo.

Entro um pouco desorientada e incomodada por receber olhares nojentos de outros homens, mas ignoro procurando pelo moreno.

Avisto um garoto, sentado com a cabeça pousada no balcão, e segurando um copo.

Corro até ele e suspiro, assim que reconheço Jungkook.

— Kook... — falo e tiro o copo da sua mão, fazendo ele abrir os olhos lentamente.

— Jen... — ele fala rouco.

— Vamos, eu vou levar você para casa. — falo e ele apenas nega.

— Não... não... eu não quero voltar para aquele lugar.

— Onde você quer ir?

— Eu quero ir para o inferno.

Apenas suspiro e ajudo ele se levantando. Caminhamos com alguma dificuldade para fora daquele lugar, e assim que chegamos no carro coloco Jungkook dentro do mesmo e entro também.

— Kookie... — falo e ele me encara. Seus olhos estão vermelhos e ele tem olheiras carregadas. — Porque você está fazendo isto a si próprio?

— Eu estou tentando resolver a merda que o meu pai fez. Eu tenho que ganhar no poker e conseguir o dinheiro de volta.

— Você está se afundando, Jungkook. E você está arrastando pessoas com você. — falo e ele suspira, passando a não pelo cabelo, o bagunçando.

— Jimin que escolheu me ajudar. Eu não pedi nada para ele.

— Se você deixasse essa merda, ele não precisaria te ajudar. Você está levando ele pro poço junto com você. Ele não merece. — suspiro. — Ele está sobrecarregado de preocupações e você ainda arrasta ele para isso.

— Você disse que Lisa estava melhorando.

— Ela está. Mas a qualquer momento pode ter uma recaída. Ele tem que ficar de olho nela. E agora, de olho em você também. — falo e ele suspira.

— Desculpa. Eu não quero machucar ninguém.

— Eu sei, Kook. Mas você não tem que pagar pelas merdas do seu pai.

— Eu tenho sim. Eu que sempre uso o cartão dele. Eu que gasto seu dinheiro.

— É, fora tudo o que ele gasta quando é ele que tem o cartão. Não seja burro, Jungkook. Você e eu, a gente viu seu pai no casino naquele dia. Ele que gasta tudo na merda do poker e em putinhas. Não é você que tem que pagar por isso.

— Você não entende, Jennie. Você não vive nesse mundo. No meu mundo. No mundo em que tudo gira em volta de dinheiro e sexo. Você não pertence aqui.

— Eu pertenço a você.

— Não.

— Eu pertenço ao teu lado.

— Não, Jennie. Você própria falou. Eu estou arrastando todo o mundo para a merda comigo. Já estou arrastando meu melhor amigo. Não posso arrastar você junto. Eu te amo demais para fazer isso.

— Você me ama? — falo paralisada.

— Amo. Eu amo você. — ele fala me olhando profundamente. — Mas eu iria arruinar você no momento em que a gente entrasse em uma relação. Não quero isso para você, Jen.

— Jungkook, eu te amo também. Você não precisa me afastar. Por favor, não me afaste.

— Eu preciso. — ele suspira, pegando seu casaco.

— Onde você vai?

— Não sei. Eu tenho que sair de perto de você.

— Não. Não faça isso, por favor. Jungkook...

— Adeus, Jennie.

— Se você sair desse carro, você nunca mais tocará em um fio de cabelo meu! — grito, vendo ele abrir a porta. — Jungkook!

Meu coração se parte em mil pedaços, assim que vejo o moreno sair do carro e fechar a porta.

— Jungkook... — sussurro, sentindo as lágrimas escorrendo pela minha face.

Vejo o moreno cambaleando um pouco pelas ruas, até simplesmente sair do meu campo de visão.

Apenas descanso minha cabeça no volante, fechando os olhos com força. O único barulho presente dentro do carro são meus soluços.

Ele é muito mais do que apenas meu companheiro de sexo. Ele é meu amor. Meu primeiro amor, na verdade.

E agora, eu estou vendo ele ir embora.

alone × pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora