[84] hospital again

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— Paciente com ferimentos superficiais, e uma luxação no pescoço. — ouço uma voz ainda longe.

Abro meus olhos com alguma dificuldade sentindo dor em todo o meu corpo. O teto branco e as luzes fortes me levam a suspirar interiormente. De novo, no hospital.

— Do lado dela, temos um paciente com ferimentos também ligeiros, um deslocamento do ombro e um braço partido. — a mesma voz se ouve.

— Dr. Kang... a garota está acordando. — uma voz feminina soa.

Imediatamente vejo dois homens e uma mulher se aproximando de mim, tapando a claridade, quando se curvam sobre mim.

— Oi, Lalisa. Consegue me ouvir? — o homem cuja voz ainda não tinha sido ouvida me pergunta.

Tento assentir, mas uma forte dor no pescoço me impede, me fazendo gemer de dor.

— Está tudo bem. Você vai ficar bem. — ele fala de novo. — A dor no seu pescoço é provocada devido à luxação. As lesões no pescoço são um pouco perigosas pois podem afetar a coluna vertebral, então eu vou precisar que você me diga se consegue sentir isso.

Ele pega uma pequena pinça e aperta minha perna através do rasgo da minha calça jeans.

— Ai! — me queixo.

— E aqui? — ele aperta meu braço dessa vez.

— Sim, eu sinto... será que pode parar? — falo e ele ri levemente.

— Claro.

Ele larga a pinça e pega uma tesoura cortando minha blusa deixando meu peito descoberto apenas coberto pelo sutiã.

A mulher pega algodão e um líquido qualquer e passa em meus ferimentos enquanto os dois homens cortam minha calça no lugar dos ferimentos da perna.

— Cadê meu namorado? — pergunto e a mulher me olha.

— Você não consegue ver, mas ele está bem do seu lado, depois dessa cortina. — ela sorri.

— Como ele está?

— Bom... ele está estabilizado. Ainda não recuperou a consciência mas tudo aparenta que ele vai, muito brevemente. — ela fala me tranquilizando.

— E... e os outros? — falo me lembrando do carro de Sehun caindo no abismo.

— Que outros?

— O carro preto que ia na nossa frente... tinha três rapazes... eles...

— Eu não sei de nada. Essas informações você terá que falar com o doutor para as obter. — ela fala acabando seu trabalho em meu peito e braços.

Ela se distancia enquanto Dr. Kang se aproxima colocando uma máscara de oxigênio cobrindo meu nariz e boca.

— Doutor... — chamo.

— Não convém você falar agora, Lalisa.

— Não, espere. — falo baixando a máscara, fazendo ela ficar ao nível do pescoço. — O carro que ia na nossa frente...

— A polícia resgatou ele do fundo do abismo. — ele fala me fazendo o encarar.

— S-sério...? E... e as pessoas dentro dele?

— Tinha três indivíduos. Todos acabaram falecendo com o impacto da queda.

Eles estão mortos. Eu deveria estar me sentindo bem e aliviada. Porque eu não estou? Porque mesmo eles sendo pessoas horríveis, ainda eram seres humanos. E parte da culpa de três seres humanos é minha.

⚡⚡

— Lisa! Meu deus do céu! — as meninas entram no quarto desesperadas me abraçando imediatamente.

— Calma... — rio ligeiramente.

— Como você está?! A gente ficou tão preocupada! — Rosé fala.

— Você está se sentindo bem? Está muito machucada? — Jisoo pergunta encarando o colar cervical em meu pescoço e as bandagens em vários lugares do meu corpo.

— Eu estou ótima. — falo. — Como está o Jin? Tem notícias dele? — pergunto preocupada.

— Bom... — Jennie fala. — ele já fez a cirurgia para extrair a bala, agora está em repouso e tudo indica que irá recuperar bem.

— Ah, que bom. — suspiro aliviada. — Preciso ver ele. Agradecer. Ele tomou um tiro para me salvar.

— Verdade... — Jisoo fala.

— Você vai poder falar com ele em breve. — Rosé sorri.

— E, Lisa... — Jennie chama minha atenção. — Você estava certa. — ela sorri fraco. — Jimin é inocente.

— Nossa, que novidade! — Rosé ironiza.

— Deixa ela, ela é lenta. — Jisoo ri.

As quatro rimos. Ficamos conversando durante algum tempo, até que Dr. Kang invade o quarto, depois de bater na porta.

— Lalisa, seu namorado está acordado. Se quiser vir ver ele, pode. — ele fala e eu sorrio.

— Claro.

Ele e mais duas enfermeiras me ajudam a deslocar até uma cadeira de rodas, para evitar caminhar devido à falta de forças.

Jennie, Jisoo e Rosé me dirigem pelos corredores até chegar no quarto que o médico nos indicou. Entramos vendo um garoto loiro, deitado.

— Jimin? — atraio sua atenção.

— Lisa! — ele fala e as meninas me guiam até perto de si.

Rapidamente suas mãos voam até minhas bochechas e ele junta nossos lábios. Sua língua invade minha boca e consigo sentir a carência em todos os seus movimentos.

— Nossa, não se comam em frente a gente pelo amor de Min Yoongi! — ouço a voz de Rosé, me fazendo quebrar o beijo e gargalhar.

— Onde você ouviu isso? — rio.

— Então, Yoongi ensinou para a gente. — Jisoo ri. — Ele falou que ele é um deus. Então, em vez da gente falar no amor de Deus, a gente fala no amor de Min Yoongi.

Sua lógica arranca uma grande risada de todos nós. Jennie se aproxima ligeiramente da cama de Jimin e encara.

— Me perdoa, Jimin. Me perdoa por não ter acreditado em você. Você não merecia tudo o que eu falei e fiz. Então, desculpa. — ela fala. Ele apenas segura sua mão e sorri.

— Eu compreendo você, Jen. Está tudo bem. — ele fala fazendo ela sorrir um pouco. — Amigos de novo?

— Amigos de novo. — ela ri.

E assim começa uma nova fase das nossas vidas...

alone × pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora