[43] this time i feel it

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Entro no grande e frio gabinete, e me sento na cadeira desconfortável, em frente da mulher ruiva e de pele branca e enrugada.

— Srta. Lalisa Manoban. — ela fala olhando um papel. — Sabe porque foi chamada no meu gabinete?

— Sei.

— O professor Hwang me comunicou um ato de ofensa à integridade física dentro da sala de aula. — ela fala me encarando. — A senhora derramou uma garrafa de água em cima de um colega, não é mesmo?

— É.

— Muito bem... — ela fala encarando o papel de novo. — O que tem a dizer sobre isso?

— Nada. — falo com a mesma expressão neutra com que entrei aqui.

— Nada? — ela fala. — Fantástico. Seu percurso escolar irá ser brilhante se continuar assim.

— Que bom. — falo e ela me olha, séria.

— Já que está tão orgulhosa do que fez... espero que se orgulhe das consequências que vai sofrer. — ela fala e eu apenas assinto. — Vai limpar o banheiro feminino e masculino durante uma semana. — ela fala me fazendo a encarar. Ela apenas mostra um sorriso falso.

— Tudo bem. Posso ir? — pergunto e ela assente ainda sorrindo.

— Claro. Tenha uma boa semana, srta. Manoban.

Retribuo o sorriso cínico e me levanto. Saio do gabinete, sentindo uma certa raiva da velha. Me assusto quando esbarro contra alguém.

— Desculpa. — falo olhando para cima.

— Veja por onde anda. — o moreno alto fala.

— Vá se foder. — falo tentando sair, mas Jungkook segura meu braço.

— Agora você vai me ouvir. — ele fala. — Jimin não veio na escola hoje.

— Eu não estou interessada em saber, então me larga.

— Ele ficou em casa deprimindo por sua causa, com uma garrafa de álcool na mão. Então se você é uma garota decente, vá na casa dele e fale para ele que ele não pode continuar assim.

Apenas encaro ele hesitante. Eu não quero que Jimin continue assim, mas isso está acontecendo por causa dele, a culpa é dele. Eu deveria ficar com meu orgulho.

Mas foda-se.

— Me passe o endereço da casa dele.

⚡⚡

Toco na campainha da grande casa, e poucos segundos mais tarde ouço uma voz.

— Quem é?

— Bom dia. Eu sou amiga do Jimin, e gostaria de falar com ele...

— Qual seu nome?

— Lisa.

— Ah, claro! Entre! — a mulher fala e de repente o portão se abre.

Entro na grande mansão, e olho em volta encarando o grande jardim diante dos meus olhos. Alguns homens trabalham cortando relva, ou recolhendo frutos de árvores. Uma mulher com vestimenta de criada aparece com um sorriso nos lábios.

— Boa tarde, Lalisa. — ela fala.

Quando eu disse meu nome eu falei Lisa né?

— Ah... oi.

— Você não faz ideia como a sra. Park deseja conhecer você.

— L-legal... — sorrio um pouco.

— É uma pena ela estar trabalhando. Eu estou sozinha nessa grande mansão. Estou com Jimin claro... mas ele ainda não saiu do quarto hoje.

— Eu preciso mesmo conversar com ele.

— Eu tenho uma chave extra para todos os quartos, não se preocupe. — ela sorri.

Como as pessoas dessa casa conseguem viver tranquilas sabendo que a criada tem uma chave extra para os quartos?

Entramos na mansão pela porta das traseiras, e ela vai até o balcão.

— Deseja tomar algo, querida?

— Não, obrigada. Quero apenas conversar com Jimin.

— Claro. Me acompanhe.

Subimos a grande escada até chegarmos em um corredor largo e sem fim. Ela para em frente de uma porta, me fazendo parar também.

— Sr. Park?

— Merda, Alicia, eu já falei para me deixar em paz! — ouço uma voz rouca vinda do interior do quarto.

A mulher mantém seu sorriso, retirando a chave do bolso. É apenas impressão minha ou ela é um pouco estranha?

— Sua namorada está aqui.

— Eu não tenho namorada.

Apenas baixo o olhar ouvindo essas palavras. É verdade, eu não deveria me sentir magoada.

— Muito bem então... Lisa está aqui. — ela fala, e um silêncio se ouve. — Se você não abrir a porta, eu terei que abrir com a chave extra.

Dito isso, um barulhinho na fechadura se ouve e a porta abre um pouco, ficando entreaberta.

— Boa sorte, querida. — a mulher fala, me fazendo sorrir um pouco.

Abro a porta e entro no quarto. Vejo um Jimin deitado na cama, apenas com sua cueca boxer preta e com uma garrafa de vodka na mão. O quarto está todo bagunçado e existem vidros no chão assim como um espelho partido.

— Jimin...

— O que você está fazendo aqui? — ele fala ainda encarando o teto.

— Sinceramente, eu não sei.

— Então, pode ir indo.

— Não. — falo e ele finalmente senta na cama e me encara.

— Não?

— Não. — falo e vou até ele, me sentando do seu lado.

Encaro seus olhos vermelhos e suspiro. Ele apenas baixa o olhar, mas eu pego seu queixo, fazendo ele me encarar de novo. Junto nossas testas e finalmente, nossos lábios.

Suas mãos vão até minha cintura, me abraçando contra ele, enquanto as minhas ficam em suas bochechas.

— Desculpa... — ele sussurra, assim que quebramos o beijo. — Eu sou um falhado. — vejo algumas lágrimas descendo de suas bochechas.

— Não, Jiminie, você não é.

— Sou sim.

— Olha para mim. — falo acariciando sua bochecha. — Eu te amo.

Ele me encara imóvel, completamente sem reação. Um pequeno sorriso se forma em meus lábios vendo sua expressão surpresa.

— Lisa...

— Jimin...

— Eu te pedi para não falar isso.

— Você me pediu para eu não falar isso se eu não sentisse. — falo fazendo ele me encarar. — E se eu falei... é porque eu sinto.

— Eu...

— Shhh, não precisa falar nada. Eu apenas precisava falar isso, não quero te pressionar, nem quero que sinta a obrigação de falar de volta.

Ele apenas ri baixinho, me fazendo o olhar confusa. Um grande sorriso se abre em seus lábios, me fazendo sorrir automaticamente. Então, ele se aproxima, ficando perto de meu ouvido.

Eu te amo.

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