O Recomeço [1° Temporada/Concluída]

O que pensa em fazer?

Escuto passos e logo abrir meus olhos lentamente. Pisco alguns vezes até acostumar com a claridade. Olho meu redor, estou no hospital. Alguém aproxima de mim e eu a olho, percebo que é uma enfermeira por causa da sua roupa.

- Olá, se sente melhor?

- É.

- "É"?

- O que aconteceu?

- Você desmaiou e te trouxeram para cá, fizemos alguns exames, a senhorita deveria se alimentar melhor ainda mais estando no estado que se encontra.

- O quê está querendo dizer com isso?

- Não sabe? Você está grávida, está com algumas semanas.

- Que? —Minha voz quase saiu em um sussurro. Sento na cama. Continuei a olhando esperando que dissesse alguma coisa mas a mesma só abriu um sorriso. — Grávida? Mentira, né?

- Não! gostou da notícia?

- Não... Sim, ah sei lá. Uma criança não estava no meu plano.  —Não mesmo, nunca esteve no meu plano.

- Você ainda é nova mas acostumara com isso, e saberá como é maravilhoso ser mãe. —O que tem em bom nisso? Ficar igual uma bola não é nada maravilhoso.

- Será que já posso ir? —Antes dela responder, a porta se abre e a Any entra.

- Licença. —Ela se aproximou da gente e olhou a enfermeira— Será que a senhora pode nós deixar um pouco a sós?

- Claro, licença.  —Ela se retirou e a Any me encarou e sorriu, não foi um sorriso animado e sim um meio sorriso.

- Já está sabendo, né?

- Vou ser tia, legal isso.

- Legal? Não têm nada legal nisso. Olha só eu, Any! Não sei cuidar nem de mim mesma imagine de uma criança, eu vou pirar.

- Calma, isso não é o fim do mundo, né. —Isso talvez seja pior que o fim do mundo.— E você pode contar comigo sempre e com nosso amigos também!

- Eu não vou ser uma boa mãe, eu sequer tive uma mãe, não vou saber cuidar dele, e quando ele estiver doente? Eu não saberei cuidar do meu filho, ele vai me odiar, Any.

- Não pense negativo, você será uma mãe coruja e ele vai te amar, e ele terá duas tias doidas e dois tios...dois tios palhaços.

- E uma mãe sem noção.

- Digamos que uma mãe bobona e um pai fofo.

- Pai?

- Lógico, você não fez ele sozinha né. Vai contar para o Ucker hoje mesmo.

- Não! Eu não vou dizer nada para ele.

- Claro que vai, ele têm que saber.

- Eu não vou contar absolutamente nada.

- Pare com isso, você não pode e nem vai esconder essa gravidez dele, ele vai assumir esse bebê querendo ou não, e tenho certeza que ele vai adorar isso.

- Como têm tanta certeza?

- Eu o conheço, Dulce. O Ucker é uma pessoa incrível.  —Se ela não fosse minha irmã e namorada do Alfonso, eu iria até ficar com ciúmes.

- É. — de novo esse ''é'' escapou.

- Entendeu, né?

- Eu simplesmente não quero ser mãe, nunca vou estar preparada pra isso. Sei que ele não têm culpa, o Christopher e eu fomos irresponsáveis por nem ter pensado na consequência.

- O que pensa em fazer? O bebê não  têm nenhuma culpa. —Fiquei em silêncio— Você não pode ter filho, bom, pode, mas com um bom tratamento.

- Sério? —Perguntei sentindo um nó na garganta.