Sin ti

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- Me deixa, Christopher! Eu já falei o porquê não fui naquela bosta de hospital.

- Você é muito chata, caramba!

- E você muito mandão, caralho!

- É difícil entender? Você deveria ir.

- Eu já estou melhor, relaxa.

- Relaxar? Como fosse fácil.

       Revirei meus olhos e me cobrir com a coberta.

- Você está muito preocupado, isso me deixa nervosa.

- Se pelo menos você me escutasse e entendesse. —Ele disse baixo mas deu para escutar.

- Amor, somente relaxe, está tudo bem. —Ou quase tudo bem.— Eu sei o que estou fazendo.

- Digo mais nada! Você nunca me escuta mesmo.

- Isso mesmo, vai adiantar nada.

- É. —Ele sentou na cama e me fez o olhar— Deixa eu cuidar de você?

- Não precisa. —Ofereci um sorriso para o mesmo.

- Mas eu quero cuidar, você é tão frágil merece ser muito bem cuidada.

- Então me dê carinho, amor.

- Claro, meu anjo.

[...]

            Meses depois

     "Apenas pare de chorar, aproveite o tempo de sua vida. Podemos nos encontrar de novo em algum lugar, em algum lugar longe daqui."

      Sabe, eu não quero sair daqui e o deixar, é tão doloroso dizer adeus.

- Pare de chorar, amor. Tudo vai ficar bem.

- ‎Eu tenho que ir, preciso ir.

- ‎Não precisa ir agora, que tal só depois de mil séculos?

- ‎Eu estou falando sério, Christopher!

- ‎Não desistir de lutar para ficar.

- ‎A minha última missão agora é trazer eles.

- ‎Eu não vou aguentar sem você.

- ‎A dor da perda nunca é superada, apenas aprendemos a lidar com ela.

- ‎Uma pessoa nunca é substituível.

- ‎Claro que não! Pois ela é única. Veja como a vida é curta, os momentos, tudo na vida têm um fim.

- ‎Não quero que tenha fim entre nós.

- ‎Me esqueça, me esqueça, me esqueça, me esqueça, me esqueça.

      Meu choro foi desesperado, eu sentia partes de mim quebrando. O Ucker me olhava com dó. Queria um abraço mas ele sabia que eu iria desabar se fizesse isso. Eu somente levantei e fui em direção ao banheiro, tranquei a porta. Procurei algo com ponta mas não encontrava, eu precisava aliviar. Olhei para o espelho.

- Eu não estou bem, sempre fui fraca, sempre fingia que tudo está bem, mesmo não estando. Não quero ser lembrada por ninguém.

       Meus soluços estavam altos, meu coração batia rápido, me sentia acabada. Senti outra pontada e gemi baixo de dor, está aumentando, mas não quero que isso aconteça, não quero trazer seres inocentes para um mundo cruel, frio, um mundo egoísta, cheio de preconceitos, onde nem todos são felizes, com pessoas terríveis. Droga! Por que tudo têm que ser assim, eu não consigo entender.

- Ah, não! —Coloquei minhas mãos sobre a barriga e suspirei.— Filhos, só espere mais um pouco, por favor. Sei que querem conhecer o papai mas calma. —Comecei a cantar uma canção, que escrevi há alguns dias atrás para o Christopher, ele já escutou.— Sin ti tengo el corazón vacío, Y mi alma tiene frío. —Continuei cantando e fechei os meus olhos.

O Recomeço [1° Temporada/Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora