02. UM PRESENTE INESPERADO

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A escassa luz do Sol se infiltrou pelas cortinas e percorreu o quarto, até tocar os olhos de Crystal e fazê-la acordar

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A escassa luz do Sol se infiltrou pelas cortinas e percorreu o quarto, até tocar os olhos de Crystal e fazê-la acordar. Esfregando as pálpebras e grunhindo uma reclamação, ela virou para o outro lado, trazendo consigo os três grossos edredons com os quais dormia.

O estado do Maine tinha invernos rigorosos e, mesmo que tivesse crescido ali, Crystal Green reclamava disso todos os anos. Enquanto os amigos e vizinhos torciam para que nevasse, ao menos no natal, Crystal queria mesmo era que a primavera chegasse logo.

Embora a jovem agisse como se fosse o dia mais frio de todos, se enrolando como um gatinho nas cobertas, era apenas uma manhã comum, de uma sexta-feira comum.

Acho que dá pra dormir mais uns dez minutos... pontuou, ainda de olhos fechados. E como se um interruptor ligasse em sua mente Crystal conectou a claridade em seus olhos, com o horário, afinal os raios de Sol jamais alcançavam sua cama antes das dez.

Merda! Gritou consigo mesma, abrindo os olhos na esperança de estar errada, porém estava mesmo muito claro.

— Merda! Merda! Merda! — Crystal se desesperou um pouco, jogando os travesseiros para todo o lado, a fim de achar o seu celular, que sempre acabava dormindo na cama com ela. — Mas cadê?!

Perder o celular era quase um dom de Crystal, ela o fazia ao menos cinco vezes ao dia, mas geralmente encontrava o aparelho no lugar mais óbvio possível.

Jogou o primeiro edredom para o lado e se arrependeu amargamente disso, seu amado celular voou pelo quarto até cair no chão, fazendo um barulho que fez o coração da jovem se contrair, como se sentisse alguma dor física.

Ficou encarando o aparelho, que caíra com a frente para baixo, por três segundos, antes de finalmente tomar coragem para se levantar. O acidente tinha feito com que esquecesse que estava desesperada daquela forma, porque certamente estava atrasada para o colégio. Por favor, não esteja quebrado... Por favor!

Colocou os pés no chão, se arrependendo de tê-lo feito descalça, porque tudo ali parecia congelado. Odeio o inverno.

Alcançou o aparelho, virando a tela, ainda torcendo pelo melhor. Mas é o que dizem: "se algo pode dar errado, certamente vai dar errado..." O vidro frontal tinha trincado de ponta a ponta, nada que atrapalhasse a visualização na tela, mas, ainda assim, um trinco e tanto.

— Maravilha... — ironizou, nada contente com o acontecido, logo em seguida apertando o botão lateral para acender o aparelho. 10:17hs. — Mas que merda!

Repetindo o xingamento mil vezes, Crystal se arrumou rapidamente, calçando os sapatos, enquanto escovava os dentes e ajeitando o cabelo do jeito que dava, ao mesmo tempo em que tentava tirar a maquiagem borrada da noite passada. Talvez ainda pudesse pegar algumas aulas se saísse rápido.

Não devia ter ficado até tão tarde na festa.

Crystal Green era uma garota baixinha, e isso certamente era motivo de piadinhas entre todos os amigos. Alguém que tinha acabado de fazer dezoito, com pouco menos de um metro e sessenta, não era levada muito a sério, principalmente porque a jovem gostava de cores claras, que combinavam com sua personalidade amorosa e ornavam com suas maquiagens leves e batons de tons rosados. Claro que Crystal abria uma exceção para tudo isso quando saía a noite, motivo pelo qual tinha acordado com "cara de panda" aquela manhã.

RUNNING WITH THE WOLVES | Derek Hale ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora