30. O INFERNO É AQUI

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Lydia Martin tremia, a mão gelada de Malvina estava fechada em torno de seu braço como uma garra

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Lydia Martin tremia, a mão gelada de Malvina estava fechada em torno de seu braço como uma garra. Estavam dentro da caverna, caminhando de encontro a água de aparência etérea e, lá fora, a Lua sumia aos poucos.

A Banshee olhou para Parrish, que fazia esforço pra manter a entrada da caverna aberta, mas não teve tempo de dizer nada antes de ser puxada para a água.

Se sentiu cair, mas não parecia água de fato ao seu redor, era como se estivesse no meio de várias almas, podia ouvir seus sussurros, lamentos inteligíveis e rostos desconhecidos.

Seus pés atingiram o chão momentos depois, estava perfeitamente seca, o amplo espaço parecia uma caverna sem fim, cheia de rochas e destroços, tudo rodeado por mais daquela mistura etérea.

— São almas de humanos e outras criaturas. — Malvina falou sem muito interesse.

— Isso é o inferno? — Lydia sentiu seu corpo tremer, mesmo que não fizesse frio ali.

Malvina riu, parecia ter achado graça na pergunta.

— Queria que o inferno fosse pacifico assim. Não chega nem perto. — A bruxa apertou um pouco mais o braço de Lydia e acelerou o passo. — O rio das almas é como um purgatório, a metade do caminho, almas humanas com assuntos pendentes ficam aqui até que estejam prontas para seguir em frente, são se pode entrar no paraíso com esse tipo de bagagem, é preciso abrir mão.

Lydia percebeu que a bruxa não gostava de estar ali, as almas pareciam lhe incomodar.

Chegaram ao ponto oposto rapidamente, outra parede com uma porta de pedra que Malvina abriu com o sangue de Lydia. Mas dessa vez a pedra se abriu assim que brilhou, não precisou ser empurrada por um Hellhound.

— Elas não podem passar daqui. — Malvina explicou, parecendo satisfeita por deixar as almas para trás.

A segunda porta as levou para um espaço macabro, cheio de esqueletos caídos, secos. O cheiro de enxofre ali era mais forte e o calor de alguma forma causava arrepios frios.

Lydia achou o lugar parecido com o de seu sonho e pensou que tinham chegado ao inferno, mas se enganou.

Dentre os esqueletos ela notou que havia uma pedra, como um altar ou algo assim, cheio de símbolos e fissuras profundas na superfície. Logo na frente havia um crânio imenso, de algum animal que Lydia não reconheceu de imediato. Era maior que as duas pessoas ali, tinha a boca fechada e os buracos dos olhos negros e sem fim.

Lydia já não conseguia controlar os calafrios que se espalhavam por todo seu corpo.

Malvina a arrastou para o altar de pedra e a empurrou, movendo as mãos e fazendo com que Lydia fosse puxada e amarrada ali. A Banshee tentou gritar, porém sua voz não saiu. Tentou se debater, mas quanto mais se movia, mais cordas mágicas lhe apertavam.

— Você não tem voz aqui, é uma zona morta. — Malvina explicou com uma satisfação mórbida na voz.

Então sorriu, aquele sorriso maligno que em nada combinava com o rosto delicado de Rachel. Ergueu dois dedos e os movimentou no ar, no mesmo instante Lydia sentiu que uma centena de pequenos cortes se abriram em seu corpo.

RUNNING WITH THE WOLVES | Derek Hale ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora