DAY.
Mais um dia, mais uma vez na rotina. Já esperava encontrar com Daniela e Laura e foi justamente isso que aconteceu, fiquei feliz em vê-las outra vez. Hoje, ao invés de ficar parada esperando que ela chegassem até mim, andei sorridente na direção delas.
As duas me sorriram de volta e meu sorriso ficou ainda maior. É engraçado como parece que as conheço faz tempo e na verdade eu nunca as tinha visto por aqui. Se tinha, não me lembro, mas alguém tão linda assim é difícil passar despercebida.
- Day! - A pequena abriu os bracinhos e eu me abaixei, ficando na altura e a abraçando.
- Bom dia, princesa. - Falei e a soltei. - Bom dia. - Me levantei e sorri pra sua mãe.
- Bom dia, Day. - Ela respondeu sorrindo também.
- Day, você é cantora? - Laura perguntou.
- Eu sou e minha amiga também é.
- Sério? Sabia que eu acho muito legal isso? Cantar, tocar e compor músicas...
- Quantos anos você tem, Lau? - Perguntei, porque fiquei admirada com alguém desse tamanico falando dessa forma.
- Eu tenho seis. - Ela respondeu, parecendo empolgada com o assunto e com o apelido.
- Você tem certeza que sua filha tem seis anos? - Olhei para Daniela que nos observava calada.
- Não, eu não tenho. - Ela riu.
- Já que você acha legal, se sua mãe deixar, posso te levar pra conhecer meu estúdio algum dia e te mostrar tudo.
- Sério? - Seus olhinhos brilharam. - Mãe, eu posso? - Laura olhou pra Daniela quase pulando de empolgação, o que me fez rir.
- Hum, não sei...
- Não vou sequestrar sua filha, você pode até ir junto, se quiser.
- Vou pensar.
- Mamãe não quer deixar porque acha que não conhecemos você direito ainda. - Laura falou, já perdendo a animação.
- Bom, isso a gente pode resolver. Que tal se sairmos juntas qualquer dia desses? - Sugeri na esperança de que ela aceitasse.
- Mãe...
- Pode ser.
Trocamos nossos contatos pra combinar melhor depois e antes de me despedir delas, abaixei novamente na altura da pequena.
- Fica sossegada que logo você vai passar um dia todinho comigo no estúdio, vou convencer sua mãe que sou confiável. - Falei no seu ouvido e ela assentiu sorrindo. Nos despedimos e eu segui para o trabalho. Como sempre, Carol chegou junto comigo e ela deu de me encher o saco desde ontem, quando me flagrou sorrindo sozinha.
- Eu vi você conversando com aquela mulher e aquela menininha.
- E o que tem?
- Quem são elas? No caso, minha pergunta é, quem é ela? - Ela enfatizou a última palavra, deixando claro que estava se referindo à mais velha.
- Daniela e Laura Nunes.
- As conhece desde quando?
- Carol, você tá me irritando.
- Faz parte do pacote da amizade. - Ela sorriu e passou o braço pela minha cintura encostando a cabeça no meu ombro.
- Conheço Daniela desde segunda- feira e Laura desde ontem. - Acabei respondendo a pergunta porque sei que ela iria me encher o saco até obter uma resposta.
- E se conheceram como?
- Ah, dá licença que eu tenho trabalho a ser feito. - A empurrei e continuei andando até meu "canto".
- Se ela for o motivo daquele ser sorriso bobo de ontem, eu vou descobrir! - Ela berrou me fazendo parar e a encarar séria, eu odeio como ela consegue me entender antes de mim mesma.
- Boa sorte! - Gritei de volta e ADZ me olhava.
- Ela quem, hein, Dayane? - ADZ me seguiu até a porta da minha sala.
- Ninguém que você possa comer. - Fui direta porque sei que sempre que surge qualquer coisa relacionada a uma mulher, ele vai atrás, a conhece, conquista e consegue levar pra cama.
Alguma coisa dentro de mim fez com que eu me importasse como nunca me importei, e Daniela não ia ser mais uma pra ele.
- Não sabia que você gostava de mulheres também. (N/A: Day é a maior caminhoneira do mundo)
- Me dá um tempo, ADZ. - Entrei no meu canto e fechei a porta na cara dele porque minha paciência já tinha acabado, quando arruma uma desculpa pra me encher o saco, não para mais. Ele e Carol podiam dar as mãos.
Carol havia me enviado a música que a Ana Gabriela estava querendo cantar comigo. Fiquei na sala treinando a música que ela enviou e outras que eu estava planejando gravar para o Youtube.
Enquanto a Carol puxava um assunto qualquer comigo, peguei meu celular abri o contato de Daniela.
Eu queria ligar pra ela e realmente marcar de sairmos pra que ela deixasse Laura vir pra cá comigo algum dia e, obviamente, pra conhecê-la melhor.
Algo em Daniela me chamava atenção de uma forma que nunca tinha acontecido antes, desde o momento em que a olhei brava por ter derrubado café em mim e depois mudei meus pensamentos quando realmente enverguei o que estava na minha frente, ela simplesmente não saía da minha cabeça.
***
Cheguei no meu apartamento e coloquei o celular em cima da escrivaninha do meu quarto e fui tomar um banho, meu corpo necessitava de água quente depois do nervoso que passei hoje. Ouvi meu celular tocar quando estava acabando e até tentei ser mais rápida, porém quando alcancei o aparelho, ele já havia parado.
Meu coração acelerou quando vi que a chamada perdida era de Daniela. Me vesti sem tirar o olho do celular esperando por outra ligação, mas nada aconteceu, então decidi ligar eu mesma.
- Oi. - Ela disse assim que atendeu. - Desculpa por ter te ligado agora e se estiver atrapalhando em algo, é que Laura está me pedindo isso faz horas. Ela quer muito que a gente saia junto. Não parou de falar disso um minuto sequer.
- Vocês poderiam vir jantar na minha casa. Qualquer dia pra mim está ótimo.
- Pode ser na sexta?
- Claro.
- Vou dizer pra ela. A pequena tá toda empolgada com sua proposta de levá-la ao seu estúdio antes mesmo de eu deixar.
- Você vai deixar.
- Só se você realmente provar que não vai sequestrar minha filha. Sério, ela é tudo que eu tenho. - Ela disse quase rindo, mas de uma forma extremamente fofa.
- Eu prometo cuidar dela como se fosse minha filha.
- Você tem filhos?
A pergunta dela fez meu coração doer um pouquinho. Meu sonho sempre foi mãe, infelizmente ainda não consegui realizar.
- Não, mas posso fingir que tenho e cuidar de Laura como se fosse minha.
- Preciso saber também se você tem passagem pela polícia, se não tem nada guardado na sua casa ilegalmente...
- Você não tem cara de piadista.
- Mas eu tô falando sério, Dayane! - Ela disse de uma forma insistente que me fez rir.
- Ok - Falei ainda rindo. - Vou ter que encontrar outro esconderijo pras minhas coisas clandestinas.
- Preciso desligar porque ela está me chamando e se Laura descobrir que estou com você no telefone, hoje você não dorme.
- Nos vemos amanhã cedo, etão.
- Até amanha.
A ligação tinha sido encerrada e eu não sabia porquê diabos meu coração estava acelerando e eu não conseguia parar de sorrir. (N/A: Amor o nome, nenê)
VOCÊ ESTÁ LENDO
1000 Hands.
Fiksi PenggemarDay, cantora, faz o mesmo caminho todos os dias pro trabalho, encontrando sempre as mesmas pessoas e alguns turistas admirados com São Paulo, sem mudanças tão notórias. O que ela não esperava era que um pequeno atraso a apresentaria à Dani, a pessoa...