12 - Linha em Branco

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- Você tem certeza que pode fazer isso?

- Claro que sim! É isso ou servir no jantar... Eu prefiro ser um rock star! - Ele fez uma pose ridícula olhando para o nada.

-  Eles não tocam rock. - Ele fez cara de decepção. - Olha, não faça eu me arrepender. - Nos entreolhamos. - Toma aqui. - Entreguei a peruca.

- Você tá brincando comigo, né?

- Cara, se ela ver você na bateria vai  tirar todo o romantismo do lugar. - Ele riu. - Eu vou até sentar de costas pra vocês. 

- Qual foi, Caio?

- Edu, se eu ver você tocando bateria, vestido de amarelo e usando peruca de mulher, não vai ter Roberta que me faça parar de rir. - Ele pôs a peruca e se olhou no espelho.

- Ah, para! Até que eu fiquei bonitinho de peruca.

Quando contei ao Eduardo sobre o que aconteceu com a Soul Music, ele deu a ideia de ser o "novo baterista". da banda. No início achei que fosse uma brincadeira, mas depois de levá-lo ao primeiro ensaio, vi que ele levava muito jeito. Na verdade, ele era muito bom nisso. Eu não sabia, mas o Eduardo fez aula de bateria até a adolescência. 

Apesar de eu estar menos apreensivo devido ao item "Banda" estar ok, eu sentia como se algo estivesse errado. Eu sempre fui muito intuitivo, mas nunca dei muita atenção a esse meu lado. Dessa vez, decidi verificar minhas anotações no caderno assim que Edu fosse embora.

Os itens "CD", "Escolher A Música Certa", "Aluguel do Florian", "Recepcionista", "Banda", "Buffet" e "Decoração" estavam todos com um "ok" ao lado, mas ainda assim eu não estava tranquilo. Faltava alguma coisa, que eu não fazia ideia do que era.

Contatei, pela terceira vez, o buffet Elite para ter certeza que estaria tudo certo para O grande dia. Liguei para a Olívia, a decoradora que contratei, e me certifiquei de todos os detalhes já combinamos anteriormente. Tudo parecia estar na mais perfeita ordem, porém a sensação estranha não ia embora. Alguma coisa estava faltando.

Faltavam só dois dias para o nosso jantar e eu já estava pirando com tantas cismas e preocupações. Eu perdi a conta de quantos quilos de café eu gastei nessas últimas semanas e quanto tempo de sono eu perdi pensando em tudo que eu ainda tinha para fazer. Tudo tinha que ser perfeito, entende? Era o mínimo que eu poderia fazer por ela...

Depois do dia que ela me levou para aquele lugar desconhecido, que até hoje eu não sei onde era, e falou aquelas coisas embaixo da chuva, eu percebi que a quero na minha vida definitivamente. 

Nunca fui do tipo que é precipitado e se deixa levar pelas emoções, mas com Roberta tudo parece desandar e perder a rota, o sentido, e é bom estar perdido por ela. Isso que mexe com a minha cabeça o tempo todo. É bom ser diferente para/com ela.

Eu paro para pensar às vezes e só estamos juntos a meses, mas o que sinto não dá para se medir com o tempo... Talvez seja isso que falte para O grande dia. Talvez eu deva falar o que sinto abertamente. Talvez eu deva dizer o quanto eu a... 

Ai, meu Deus! 

Eu a amo. 

Embaixo de Decoração uma linha que estava em branco foi preenchida. Nela foi escrito "Dizer que a amo". Espero poder escrever um "ok" ao lado...

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Demorei mas voltei!

Gostou desse mini capítulo? Aguarde o  próximo! Vai ser O grande dia!!!!

Dá uma estrelinha pra mana que voltou, dá? Bjs de luz

O lado bom da chuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora