Setembro de 2014
Segundo mês: Com ela.
Enquanto eu ouvia no computador uma parte da última música que procurei, olhei para o relógio e vi que já passava das três horas da manhã. "Uau! O tempo voou e nem percebi.", pensei. Era uma pena, mas precisava dormir para acordar às 7 horas do "outro dia".
Passei a noite procurando as músicas nacionais que tocavam na década de 90 - mais precisamente no ano de 1996 -, mas ainda assim acho que faltam algumas. Coloquei-as em ordem aleatória e também um locutor fazendo comerciais quaisquer entre elas. Fiz um CD.
Espero que ela não perceba a diferença.
*
- Bom dia, Caio! Nossa. Seu ânimo é contagiante! - Gritou o Eduardo.
Eu estava deitado com a cabeça em cima do teclado e com o susto derramei minha caneca azul no chão. Estava com tanto sono que nem me dei ao trabalho de brigar com ele por causa do susto, então eu simplesmente joguei o meu casaco verde no chão e sequei o café.
- Cara, você está mal mesmo, hein. - Ele disse depois de ver eu limpando o chão com o meu casaco favorito. - O que houve com você, Caio? - Eu bocejei, coloquei a mão na boca, esfreguei os olhos e bocejei de novo.
- Eu passei a noite em claro praticamente. Fiz aquele CD que te falei semana passada... - Ele me olhou e riu.
- Caio, aquela ideia era brincadeira.
- Eu sei. Mas não deixou de ser uma ótima ideia, então eu resolvi fazer.
- Você é louco. - Sorriu anotando qualquer coisa no seu mini caderno do Agnaldo Timóteo. O Eduardo era um dos caras mais legais e descolados que conheci na vida, mas nunca vi alguém com um gosto musical tão... hum... peculiar. - Você é doido, mas também sortudo.
- Por quê? - Bocejei de novo.
- A Ivone mandou um recado pela Sara. Disse que não vem hoje porque está doente... Talvez falte a semana toda.
Eu nem consegui responder, porque depois que ele disse isso, me cobri com a casaco verde sujo de café e dormi que nem um bebê.
*
- Amor, você tá um caco. - Ela disse caçoando da minha "cara linda" e fechando a porta de casa. Eu sorri meio sem graça enquanto ia ao seu encontro.
- Tive muito trabalho e durou até a madrugada. - Bom, muitos considerariam mentira, mas eu não menti. Aquele CD deu muito trabalho mesmo, então eu estava com a consciência tranquila.
- Amor, não tô gostando de saber que você passa mais tempo fazendo coisas para a Ivone do que para mim. - Fez cara de zangada.
- Você fica linda fingindo sentir ciúme! - Beijei sua bochecha.
Ela estava usando a mesma roupa que usava quando nos vimos pela primeira vez: um vestido amarelo, uma bota cor de pele e o cabelo preso pela metade. Eu amo quando ela está assim, acho que é por isso que ela usa pelo menos duas vezes no mês para sair comigo. "Vão achar que não compro roupa, amor, mas por você vale a pena", me disse uma vez brincando e eu achei lindo.
-Ei! Você tá fazendo de novo! - Ela exclamou.
- O quê, amor? - Eu perguntei, pois realmente não sabia do que se tratava.
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O lado bom da chuva
Storie d'amoreA maioria das pessoas julga dias ensolarados como dias perfeitos. Menos o Antônio Caio. Esse jovem jornalista pensa diferente das demais pessoas. Por quê? Porque suas maiores alegrias aconteceram quando estava chovendo. E, ao encontrar Robert...