13 - O Grande Dia

46 4 4
                                    


26 de setembro de 2014

- Uau! - Cláudio e Henrique disseram juntos.

- Tá igualzinho como era... - Seu Marcelo continuou. - Como fez isso?

- Eu pesquisei bastante e dei as informações pra Olívia. Ela só acrescentou algumas coisas que eu pedi e tarãn! Ficou assim. - Eles olhavam em volta, nostálgicos.

- Ficou lindo, Caio. Ela vai amar. - A Maria Rita se aproximou de mim e colocou as mãos nos meus ombros. - Você é muito doce, menino. Que Deus te preserve assim. - Beijou meu rosto e me abraçou. Confesso que fiquei vermelho. 

- Ela já tá a caminho! - Eduardo voltou correndo desligando o celular. 

- Ai, meu Deus. - Coloquei a mão esquerda na testa.

- Calma. Respira. - Ele se aproximou. - Vai dar tudo certo. Não precisa ficar nervoso.

- Eu não tô nervoso! É que você tá ridículo! - Todos riram.

- Só eu? E essa pança aqui de fora? - Apontou para a barriga do seu Marcelo. Ele cobriu com os braços de tanta vergonha.

- Já tem mais de 20 anos que não uso essa roupa! Não seja abusado! - Deu um tapa na cabeça do Caio. Cláudio e Henrique riram. - Vocês, também, não eram pra ficar rindo, não. Tão parecendo duas pega-vareta amarela. - Apontou para os irmãos gêmeos que se entreolharam, como que para ver seu próprio reflexo, e depois morreram de rir.

- Pois é. Estamos velhos, mesmo. - Disse Henrique. - Mas pelo menos não estamos de cropped. - Completou Cláudio. Maria Rita colocou a mão na boca segurando o riso quando seu Marcelo fez cara feia para ela, mas, depois, até ele gargalhou.

- Vamos arrumar tudo no palco logo, seus palhaços. - Eles foram andando em direção ao palco recém melhorado para ligarem os instrumentos. 

- E eu? - Eduardo perguntou.

- Você também baixinho. Anda logo. - Ele correu igual a uma criança. Maria Rita se aproximou de mim.

- Obrigada. - Ela sorria olhando-os.

- Pelo o quê? 

- Se não fosse você, meu marido não faria as pazes com seus melhores amigos de infância. E também não arranjaria um filho postiço tão ciumento. - Apontou com os olhos para o Eduardo e depois olhou para mim. 

- Eu que agradeço pela a ajuda de vocês. A sua principalmente. - Ela sorriu.

- Agora eu vou para o meu balcão que já tá quase na hora. - Ela andou um pouco e depois se virou. - Não esquece de dizer o quanto a ama. - Fiz cara de surpresa. - Já ta na cara, querido. - Deus, ela é boa.

Quando todos foram para os seu lugares, fui à cozinha me certificar de que tudo estava indo bem com a comida e conversei com os dois garçons que vieram com o buffet. Pedi para que eles trouxessem o presente que comprei só na hora que eu fizesse um sinal com as mãos. Eles falaram que entenderam pela terceira vez consecutiva e pediram para eu ficar menos nervoso, de novo. Parecia que todos ali já me conheciam há muito tempo.

Fui em direção à mesa que pedi para colocarem no centro do restaurante, onde nós dois jantaríamos, e observei em volta. Nós teríamos uma boa visão da porta de entrada, da porta da cozinha, do palco, da mini pista de dança que ficava em frente ao palco e de um mural de fotos que Olívia tinha feito à esquerda da pista de dança. Aquele era o lugar ideal para tudo o que eu pretendia fazer. 

Olhei no meu relógio de pulso e era quase oito da noite. A Soul Music começou a tocar para ver se estava tudo bem com o som e eu comecei a respirar descompensado. A Maria Rita já estava perto da porta, atrás do balcão, olhando de vez em quando para a rua e nada dela chegar. Hoje ela que estava atrasada.

O lado bom da chuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora