Ao chegarem no orfanato todos se acomodaram na sala.
Mosca: - A gente precisa fazer alguma coisa! Ela não pode ficar aqui pra sempre.
Mili: - Olha Mosca, a gente sabe que isso é errado, mas ela apareceu aqui toda assustada e com medo. A gente precisava ajudar.
Cris: - Só tem uma coisa que eu não entendi bem.
Mosca: - O que?
Cris: - Quando a Sara apareceu aqui ela disse que tava protegendo alguém. Bom, no caso ela tava protegendo o cachorrinho, mas porque?
Binho: - Porque isso faz diferença?
Bia bateu com a mão na testa.
Neco: - Agora tá explicado!
Vivi: - Do que cê tá falando Neco?
Neco: - Daquela panela gigante lá na casa dela. Ou melhor, tava mais pra um caldeirão, isso sim. Ela devia querer usar o cachorro em alguma poção ou feitiço, por isso a menina quis proteger ele.
Pata: - É, a Sara.
Neco: - Que?
Pata: - O nome dela, é Sara.
Neco: - Tá, tanto faz. O que importa é que o cãozinho devia correr perigo nas mãos da bruxa. E ela também.
Thiago: - Não fala besteira Neco!
Mosca: - É Neco, a gente aqui tentando ajudar a menina e você aí brincando.
Neco: - Eu não to brincando. Se alguém tem uma explicação melhor então vai, é só falar! - Colocou as mãos na cintura como se estivesse esperando.
Todos ficaram em silêncio.
Mosca: - Olha, a gente pode até não saber direito porque o cachorro não seria aceito, mas uma coisa pode ter certeza, não foi porque ele ia servir de cobaia pra um feitiço maluco. - Riu.
Cris: - Mas e se a gente investigar?
Thiago: - O que?
Cris: - É, e se a gente tentar descobrir o que a vó dela esconde nesses livros e vidros estranhos?
Bia: - Eu to dentro. Ninguém aqui tem nada melhor pra fazer mesmo! - Olhou pras unhas.
Pata: - Eu também!
Mili: - Tudo bem, se todos concordarem, a gente sai amanhã depois do café!Chico: - Bom dia crianças! É impressão minha ou tem gente faltando?
Pata: - Não é impressão Chico, a Teca, a Tati e a Maria ainda tão lá em cima se arrumando.
Mosca, Rafa e Thiago entram na cozinha.
Mosca se aproxima de Mili, que está sentada, e discretamente pergunta:
- Tudo certo pra daqui a pouco?
Ela faz com a cabeça que sim e dá um sorrisinho de boca fechada.
Ele pega um prato, se serve com os meninos, que se juntam com Thiago, Neco e Samuca, que já estavam na mesa....
Mili: - Meninas, tá na hora! - Falou baixo.
Bia: - Vamos sair devagar, assim ninguém nota.
Elas saíram de suas cadeiras em silêncio, pé por pé.
Tati: - Perai! - Se levantou - Onde vocês vão?
Vivi: - Ah, para com isso Tati! - Xingou ela baixo, pra não chamar mais atenção.
Ana: - Porque vocês não chamam mais a gente pra nada? Agora vocês só andam entre as mais velhas, e nos excluem.
Maria: - É verdade!
Teca: - A não ser que... - Se levanta e vai até as mais velhas - vocês estejam escondendo alguma coisa da gente. Estão?
Pata: - Claro que não Teca!
Teca: - Ótimo, então vocês não vão se importar de nos levar junto!
As meninas gritam juntas: - NÃO!
Tati: - Ah, e porque não?
Vivi: - Ah, porque... porque... Porque já tá tarde e a gente não quer que vocês se atrasem pra escola! Tá, é isso! Agora se vocês nos dão licença a gente precisa ir.
Saíram rápido, uma atrás da outra.Os meninos estavam esperando do lado de fora do orfanato.
Mosca: - Nossa, porque demoraram tanto?
Binho: - Ficaram com medinho e preferiram desistir?
Bia: - Claro que não. - Abriu o portão. - A gente só teve uns probleminhas pra distrair as mais novas, foi só isso.
Pata: - Bom, vamos? A gente não pode se atrasar pra escola!
Chegando lá...
Todos foram até os fundos da casa, mas Rafa logo notou:
- Ei, perai gente! Olhem! A porta da frente tá aberta.
Pata: - Isso tá estranho.
Neco: - Acho que isso é um aviso, um aviso que a gente não deve entrar aí!
Vivi: - Ou vai ver ela só esqueceu a porta aberta! Não esqueçam que ela tá velha né gente? - Risos.
Cris - Bom, a gente só vai saber se entrar! - Saiu correndo em direção a casa.
Mosca: - Não Cris, espera! - Gritou, mas não resolveu pois ela já estava longe.
Todos correram atrás dela, pra dentro da casa.
- AHÁ! Então são vocês os trombadinhas que andam invadindo a minha casa!
Mili: - Não, a gente não...
- Quieta! Agora não adianta tentarem disfarçar, eu vi! Eu vi a porta dos fundos aberta outro dia. Vocês pensam o que? Que só porque sou velha sou esquecida também?
Vivi riu.
A senhora olhou nos olhos dela como se fosse voar em seu pescoço, então ela conteve seu riso rapidamente.
Neco: - O que você vai fazer com a gente?
- O que vocês acham que eu vou fazer com vocês?
Bia: - Fazer bolinhos e esquecer tudo isso?
Todos olharam pra ela.
Bia: - Não? Tá, tudo bem.
- Eu vou chamar a polícia!
Todos gritaram: - NÃO!
- Eu não tenho outra opção! - Sorriu amargamente.
Neco: - Você não pode!
- Ah é? E porque não?
Neco: - Porque... porque se você fizer isso a gente conta pra eles quem você é de verdade!
- Quem eu sou de verdade? - Fez uma cara confusa.
Mosca: - Neco, não. Esquece isso.
- É, isso mesmo! - Pareceu ignorar Mosca. - Uma bruxa!
Todos congelaram nesse exato segundo. Mas tudo que receberam foi gargalhadas e gargalhadas da velha, que parecia se divertir com toda aquela situação.
- Uma bruxa? Eu! - Gargalhou mais e mais.
- Então é disso que isso tudo se trata!
Rafa: - Olha, sinceramente a gente não acredita mesmo nessa história!
Neco: - Eu sim!
- CALA BOCA NECO! - Todos gritaram.
Rafa: - Mas é que... Olha, a gente conhece a sua neta!
- A minha... a minha neta? Sara? - Ficou abalada com a notícia.
Rafa: - Sim, ela mesma.
- E onde...onde ela está?
Mili: - A gente até pode falar, mas precisamos de uma explicação antes. Quando a Sara veio atrás da nossa ajuda, ela disse que queria proteger alguém. O cachorro dela, disse que queria protegê-lo de você. Porque? O que tem por trás de tudo isso? Essa panela enorme, esses livros, esses vidros?
- Bom, eu sou alérgica a animais de estimação. Então eu não deixei que Sara ficasse com o cachorro. No dia em que ela trouxe ele pra casa eu imediatamente mandei que ele fosse pra rua. Então, quando entrei no quarto dela um tempo depois, ele não era o único que tinha saído de casa.
E sobre minha casa, bom eu... Eu faço geleia pra vender. Os livros que vocês tanto se espantaram são meus livros de receitas. E os vidros são só os ingredientes que uso. Mais alguma pergunta?
Todos estavam impressionados com o quão longe tinham chegado para ajudar Sara.
Bia: - Bom, tem mais uma coisa sim! Você vai ter que aceitar ele de volta!
- Ele?
Bia: - É, o cachorro. A Sara não volta pra casa sem ele.
- Bom, eu... Eu acho que nós podemos conversar sobre isso, mas... onde ela está?No porão...
- Vovó? Porque vocês a trouxeram aqui? - Pegou o cachorrinho e se encolheu num cantinho escuro.
- Calma Sara! Sou só eu, a vovó! Vem aqui, vem! Eu to morrendo de saudade da minha branquinha!
Ela saiu do canto entregou o cachorrinho pra Cris e abraçou sua avó.
- Me desculpa tá? Desculpa por não ter sido compreensiva com você! Eu não sabia que ele era tão importante!
- Se afastou do seu abraço. - Mas é! E eu não saio daqui sem ele!
- Tá, tudo bem! Eu acho que posso viver com isso. Além do mais, minha alergia nem é tão forte assim! Qualquer coisa pra ter você de volta! - Beijou sua cabeça e a abraçou.
As meninas se entreolharam felizes com o resultado de toda aquela confusão.Na sala:
Sara: - Bom gente, muito obrigada por terem me ajudado desde o começo, vocês foram muito legais comigo, mesmo.
As meninas a abraçaram e os meninos sorriram pra ela, falando que não precisava agradecer.
- Sabe, vocês podem não ter uma família, que nem todo mundo, mas vocês são os melhores amigos que alguém desejaria ter. Acho que isso é muito valioso também!
Mili: - É, é sim! - Olhou para todos sorrindo.
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Fanfic de Chiquititas - Minha Versão
Hayran KurguFiz um remake da novela com novas histórias e novos casais!! Espero que gostem ;)