Capítulo 4

1.8K 240 26
                                    

O sangue escorria pelas suas costas encharcando sua calça preta e a cada pegada a cor vermelha marcava o chão, sua mão abre a porta de seu quarto e não fita Suri que estava estática a porta de seu quarto vendo-o entar em seu próprio aposento, não queria vê-la sofredno por ele, não queria que ela tivesse efeito sobre ele novamente a ponto de deixar um alvo vivo.

-Já preparei seu banho senhor! - ele assente ao ouvi a voz de Lia, sua guardiã havia ordenado que deixasse a mulher de confiança de sua tia cuidar dele.

-Quero o chuveiro, posso? - ela assente.

-Depois entre na banheira, tem remédio para seus ferimentos! - Julian pega a toalha que estava nas mãos dela e se arrasta para o banheiro.

Tranca a porta com uma marca enorme por seu primo ter arrombado-a, entra no box e liga o chuveiro deixando a água quente acertar seu corpo e fazer careta, nunca havia ficado tanto tempo sem cuidar de cada punição que recebia quando morava ainda na Rússia. Tira sua calça jogando-a para um canto e sua cueca, se apoia em uma das paredes para que a água batesse perfeitamente em suas costas e limpar as impurezas, o ácido da neve e o frio podeira lhe deixar doente. Então sai do box direto para a banheira, entra e imerge seu corpo por inteiro sentido que a substância colocada por Lia começara a fazer efeito em cada ferimento, então volta e apoia sua cabeça na borda fechando os olhos e relaxando seus músculos. Porém sentiu a presença da pessoa que mais temia ao se tratar de seu sentimentos.

-O que faz aqui? - sua voz ecoa pelo banheiro, então abre os olhos e percebe estar sozinho. "Estou enlouquecendo!" - passa a mão no rosto e respira fundo, se senta ereto e balança sua cabeça, ele tinha que esquece-la, se não, não conseguiria fazer seu trabalho, principalmente pela parte de Bruno, Julian iria aparecer em uma coletiva de imprensa, onde o pai da garota iria coloca-lo a frente pois seria o homem que escolheria e averiguaria se as armas estão sendo levadas para cada local, e são utilizadas para o qual foram compradas, e acima de tudo iria manter a imagem da sociedade Seaman intacta.

Uma leve batida a porta faz Julian se imergir novamente na banheira e voltar apertando seu cabelo, pelo excesso de água que havia, saiu, pegou a toalha e se enrolou nela, quando abriu a porta se deparou com a garota a sua frente com os olhos vermelhos, e novamente aquele sentimento de aperto volta com tudo ao ve-la tão frágil. Os olhos negros dela param em seu peitoral e rapidamente quando percebe estar de toalha, ela eleva sua mãos aos olhos, tampando-os e abaixa a cabeça em direção ao chão.

-Perdão! - ela se vira. -Volto outra hora... - da alguns passos, mas ele foi mais rápido puxando-a contra ele.

-Você não deveria ficar perto de mim... - ela o fita nos olhos refazendo a ligação que ele sempre evitava. -Sou o demônio, não sabia? - ela não teve nenhuma reação, somente ficou inerte fitando seus olhos.

-Então se o diabo sangra, ele também sofre! - aquela frase o faz travar, nunca ouviu alguém se referir a ele como uma pessoa que sofria por algo. -Daqui trinta minutos o jantar será colocado, espero que se junte a nós, penso eu que alguém que sangra precise se recuperar! - ela pisca fazendo a conexão entre eles ser desfeita.

Então devagar se solta se sua mão e da dois passos para trás, o cumprimenta com a cabeça e sai do quarto o mais rápido possível, ela teve que se concentrar, o cheiro dele a deixou desconcertada, ele sempre a tocava de alguma maneira mesmo que para machuca-la, mas não houve um momento sequer que ele não a tocasse, em brigas ou conversas para declararem paz entre eles.

Suas pernas tremiam quando se sentou a mesa da cozinha e apoiou sua cabeça em seus braços, Dalva fazia a janta e se movia com agilidade pelo seu local de trabalho. Então sente a presença de algo grande atrás de si e levanta o olhar a cozinheira que está curvada a sua direção.

O Fim - Coleção HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora