Capítulo 6- Bêbados são loucos

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Abro meu olhos devagar, esperando que eles se acostumacem com a claridade do ambiente. Me sento na beirada da cama e olho em volta, já havia anoitecido, olho para o relógio que se encontrava em uma escrivaninha ao lado de minha cama, 4 da manhã.

Como fui dormir tanto?

Esfrego meus olhos com as minhas mãos. Depois que parei para refletir, não havia mais som algum, aparentemente a festa ja se encontrava terminada. Só escutava o som do vento que uivava, a janela aberta que deixava com que o vento entre e faça esse barulho horripilante. Com passos lentos fecho a mesma e foi ai que escutei passos, não havia só eu acordada.

Levo minha mão a maçaneta da porta e a deslizo lentamente com a intenção de não acordar ninguém. Passo pelo corredor que parecia estar deserto. Ninguém. Aparentemente não se escutava ninguém.

Com cautela desço as escadas e vou até a cozinha. Estou faminta. Abro a geladeira e sinto um vento atras de mim, viro meu corpo com brutalidade, ninguém. Estou delirando.

Estava á remexer a geladeira á procura de algo que me satisfaça, quando escuto barulho de algo se chocar ao chão, parecia vidro. Viro de costas e não vejo ninguém, mas estava escutando o barulho que os vidros fazem quando se chocam, alguém estava juntando a bagunça que fez.

O balcão a minha frente tapava a minha visão para o outro lado ao chão. Tremendo de frio, vou ao outro lado do balcão, não vejo nada mas sinto uma dor inconfundível em meu pé, caio ao chão de dor.

Pude perceber que alguém estava me olhando mas seu rosto estava tapado pela escuridão que estava no comôdo. A pessoa vem até mim, eu tento me arrastar para longe só que eu urrô de dor. Atentamente vejo que ele ou ela estava tentando me ajudar, pegou em meu pé e olhou fixamente para o ferimento. Com sua mão enorme a pessoa toca em meu pé e eu grito de dor, era dali que vinha tanta dor.

- Shhh - A pessoa pediu para que eu não faça barulho.

Mas estava difícil não gritar de dor, parecia que algo estava perfurando o meu pé.

Num movimento rapido a pessoa se levanta e trás algo em suas mãos, parecia uma garrafa de vodka e um pano. Eu arregalo os olhos.

- Você vai me embriagar? - Falo em um sussuro e a pessoa parece não se importar.

Com cautela a pessoa derrama o líquido no pano e me olha. Quem quer que seja estava querendo tirar o caco de vidro que perfurou o meu pé. Em movimentos rapidos o caco ja não estava cravado em meu pé e eu gritava de dor, enquanto que o ser passava o pano com o líquido no lugar ferido.

- Logo irá passar. - Pela primeira vez escuto a voz do ser que me ajudou, foi em um sussuro mas pude saber que não se tratava de uma menina, se tratava de Michael.

Mas o que Michael estaria fazendo aqui em casa neste horário?

Michael me ajuda a levantar e me leva até o sofá da sala onde me acomodei.

- O que faz aqui á esta hora? - Minha voz sai em um sussuro agudo.

- O mesmo que você, á procura de algo para saciar a minha fome. - Ele se senta ao meu lado.

- Não estou perguntando o porquê de você estar na cozinha, estou perguntando porquê você está aqui em minha casa?

Ele parece pensar um pouco, olha para o meu ferimento que agora está coberto pelo pano.

- Melany convidou todos para dormir em sua casa, um tipo de "continuação da festa" - Ele faz o sinal de aspas com seus dedos. - Mas muitas das pessoas não aceitaram seu convite, em cerca de 5 pessoas estão ocupando os quartos de hóspedes. - Ele parece querer continuar a falar os acontecimentos da festa e eu fiquei mais curiosa.

Nunca Serei Ela (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora