Quando subo no veículo, faço o passível para não tocá-lo já que o mesmo está com raiva, porém sua atitude me surpreende. Ele pega minhas pernas delicadamente e as puxa para que elas fiquem apertadas junto as suas. Então percebo o quanto ele me queria por perto e o quanto eu precisava dele por perto também.
A moto logo pegou velocidade e o todo o trajeto foi feito em silêncio, já que ninguém teve a coragem de falar qualquer coisa. Nos aproximamos de um posto de gasolina que tinha um hotel bem próximo dali e também uma lojinha de conveniência.
Desci da moto com cuidado para não ferir ainda mais minha perna, até Matthew também descer do veículo e segurar meu braço com força, me puxando hotel adentro. Passamos pela recepção com pressa e a moça que estava sentada ali se levanta alarmada lançando um olhar safado para Matthew.
- Deseja alguma coisa senhor? - pergunta ela toda animada.
- Não. - responde feroz subindo as escadas comigo.
- Matthew, minha perna. - o chamo com um sussurro sentindo uma dor insuportável na perna.
Ele para e me olha por um longo tempo antes de me pegar no colo, carregando escadas acima. Assim que chegamos em um corredor, ele para na primeira porta e me coloca no chão delicadamente para arrombar a porta.
Uma tentativa e nada. Duas tentativas e nada. Já na terceira a porta é lançada para trás nos dando abertura para que nós pudéssemos passar. Caminhei mancando até lá dentro, enquanto eu observava o quarto é grande, parece mais um pequeno apartamento, já que tem uma bancada de mármore que separa a pequena cozinha e sala, onde tinha uma TV pequena e apenas um sofá no meio do cômodo. Matthew me pega no colo caminhando na direção da bancada e me deixa sentada nela enquanto procura algo nos armários.
Ele volta alguns minutinhos depois com um kit de primeiros socorros nas mãos. Colocando a caixa ao meu lado, ele analisa a extensão do tiro e sorri levemente.
- Sorte que a bala não entrou de fato. - comenta ainda sorrindo.
- Sorte? Preferi ter morrido logo do que sentir essa maldita dor. Porra. - resmungo para ele que continua sorrindo.
- Relaxa Mia, vou precisar limpar e dar alguns pontos aqui. - comunica atrasando meu sofrimento ao máximo.
- Limpa logo. Por favor. - falo entredentes.
- Respira fundo, pode arder um pouco. - diz me olhando e pedindo desculpas com o olhar.
Ele puxa minha calça até os joelhos e joga um líquido no lugar do ferimento, que me faz soltar um grito pela ardência e dor que se instala ali. Seguro firme em seu ombro elevando um pouco a cabeça. Demora alguns minutos para passar, porém Matthew não esperou e jogou mais um pouco passando a gaze limpa logo em seguida. Apertando a gaze para limpar a ferida, ele faz isso repetidas vezes até verificar se estava ou não saindo sangue.
Quando terminou de limpar, senti os olhos dele queimarem sobre mim e eu me arrisquei em abrir os olhos. Eu estava certa, seus olhos estavam sobre mim, com uma certa curiosidade estampada. Nossas respirações estavam pesadas e era nítido ouvi-las de qualquer cômodo do pequeno apartamento.
- Vou precisar dar alguns pontos aqui. - informa ele sem quebrar a conexão em nossos olhares.
Assinto com a cabeça levemente e novamente fecho os olhos. Ouço ele fazendo algumas coisas e então ele se aproxima novamente de mim. Ele pousa a mão fria em minha perna, suspira profundamente e só então introduz a agulha na minha perna. Matthew faz o possível para que eu não sofra com a sutura mas é impossível, pois assim que ele puxa a linha para unir a pele, solto um gemido frustrado de dor.
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A Força do Querer
Short Story"Suba a bordo Vamos devagar e rápido Luz e escuridão Me segure forte e calmamente." Nada era mais empolgante para Mia do que entrar em um cassino. Cheirava a dinheiro, poder e vitória. Cheirava puramente a Mia. Essa era sua vida e sempre seria, ou e...