XIV: Amor e dor

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- Mia, eu amo você! - disse Matthew enquanto me encarava.

Eu fiquei em choque com essas palavras. Não haviam motivos para ele me amar, e sim para me odiar. Sem pensar direito, empurrei ele de cima de mim e me cobri com o que tinha por perto, empurrando meu corpo para fora da cama e me sentando na beirada, enquanto ele me encarava assustado.

- Não. Você não pode dizer essas palavras Matthew. Não pode. - falo assustada virando para a parede, afim de não ter que encará-lo.

Tentativa em vão, já que ele caminhou até mim e se abaixou até ficar da minha altura. - Posso sim, e eu vou dizer quantas vezes for preciso Mia. Morri mil mortes ao não vê-la aqui quando acordei. Eu me preocupo mais do que devia, isso tudo é muito errado, nós sabemos disso, mas não tive como evitar. Eu a amo, mais do que imagina. Dói te amar tanto assim. - diz ele

A essa altura do campeonato, eu já estou chorando com essa maldita declaração dele. Por qual motivo ele iria ser tão fodidamente perfeito? Que inferno. Eu sei o quão recíproco é esse sentimento, mas não posso me dar o luxo de ser magoada ou pisada novamente, mesmo que ele pareça ser o cara mais perfeito do mundo. Eu tinha duas escolhas: dizer a ele que eu sentia o mesmo ou dizer que nunca poderia corresponder a esse tipo sentimento. E advinhe qual eu escolhi?

- Matthew, sinto muito. Não posso corresponder a esse sentimento. É errado e incerto. Você está confundindo tudo isso com sexo. É isso que nós temos de bom. Sexo. - falo me livrando das mãos dele e vendoa mágoa em seus olhos.

Ele se afasta de mim e dá um murro na parede do quarto, e instantaneamente algo em mim entra em alerta. Medo? Receio? Talvez tudo isso, porém havia sofrimento em meu peito. Meu coração parava por vê-lo naquele estado, algo que eu nunca havia visto. Caminhei até ele soltando o lençol no caminho, me deixando nua novamente. Quando me aproximei, ele tentou se afastar, mas foi algo inútil para ele. Minha mãos foram para o seu pescoço e as suas passearam por minha cintura e no final agarrando minha bunda com força, o que posso afirmar com certeza, que ficaria uma marca ali. Ele me puxou para cima e eu passei minhas pernas ao redor do seu enorme corpo. Meu sexo pulsava para ele e seu pau estava completamente duro para mim. Aqueles beijos em meu pescoço estava me enlouquecendo e me excitando mais que o normal. Ele meu deixou na cama e se arrastou para baixo me beijando por todos os lugares, até chegar... lá.

Os beijos se intensificaram e aos poucos ele ia estimulando meu clitóris deliciosamente. Ele chupava minha vagina com gosto, no propósito de me fazer gozar. Aquele calor se intensificou em mim e crescia rapidamente.

- Vem pra mim Mia. Goza pra mim. - pediu ele e meu corpo apenas obedeceu o seu pedido. Convulsionei liberando meu gozo com toda força e senti ele entrando em mim duro e forte, como eu gostava. A medida que ele estocava em mim, eu ia gemendo loucamente. Suas mãos foram para meu seio e ele o apertava de forma que não machucasse, mas me deixava enlouquecida. Não demorou para que nós encontrássemos o ápice juntos, e posso dizer com toda absoluta certeza, que aquela era a minha prova de amor pra ele.

*****

- Mia, acorde por favor. - ouço uma voz dizer bem longe.

A pessoa me balança a fim de me acordar, o que infelizmente ela consegue. Abro os olhos lentamente e vejo Luna com os olhos vermelhos e alguns machucados que antes não estavam em seu rosto. Bato na cama e vejo que Matthew não está mais ao meu lado.

- Luna, Matthew, onde ele está? - pergunto sentindo o pânico tomar conta de mim.

- Eu não sei. Encontrei esse bilhete debaixo da porta. É pra você. - diz me entregando uma folha de papel dobrada no meio e com meu nome escrito visivelmente na parte em branco.

Eu pego papel tremendo, já temendo pelo pior. Matthew está nisso tudo porque eu roubei o maldito chip dele. Quando abro o papel, fico paralisada com as palavras escritas nele.

"MATTHEW ESTÁ CONOSCO. TEM 6 HORAS PARA ME ENCONTRAR NO CAMPO ABERTO DE WHITAKER. - BENZER."

Deixo o papel cair em meu colo e levo as mãos a boca. Aquilo me preocupa, porque sei que se entregar o chip para ele, tanto Matthew quanto eu ou qualquer outra pessoa que tenha ligação conosco irá morrer, apenas pelo chip estar em mãos erradas. Sim, eu estou temendo, não somente pela minha vida, mas a de todos que estão ao meu redor. 

- O que vai fazer amiga? Não pode arriscar entregar outro chip falso pra eles.

- Acha mesmo que eu não sei disso? Você vai embora e eu vou resolver isso sozinha. - falo procurando telefone que entregaram para Matthew.

- Nem em outra vida eu deixaria você ir sozinha encontrar aquele psicopata. Eu vou com você.

- Não vai. Já coloquei sua vida em risco uma vez e não o farei novamente.

- Mia, por favor. Não posso perder você também.

- Desculpa Luna. Isso é entre mim e eles. Não posso te envolver nisso tudo de novo.

- Mia...

- EU DISSE QUE NÃO. - grito com ela sem pensar e me viro para olhá-la, mas vejo mágoa em seus olhar.

- Por favor, eu não sei o que eu faria se a perdesse. - diz com as lágrimas brotando em seus olhos.

- Me perdoa, mas dessa vez é só comigo. Eu vou ligar pro Brad, você vai pra casa a salvo e me esperar voltar combinadas? - estendo o dedo mindinho para selar minha promessa e relutante, ela aceita e logo me abraça. - Eu te amo Mikaella.

- Credo, não me chame disso. É passado. - falo entre risos.

Depois de um tempo, consigo falar com Brad e peço que ele busque Luna, e ele gentilmente aceita me ajudar. Aproveito a oportunidade que Luna está longe e armo um plano, contatando quem é realmente necessário para que tanto eu quanto Matthew possamos sair vivos.  Após horas, ele finalmente chega e leva Luna para um lugar seguro. Enquanto eu os via partindo rumo ao sol, eu liguei o carro roubado na noite anterior e dirigi rumo à lua, atrás daquele que me tinha de corpo, alma e coração. Estava indo salvar a vida do homem que eu amava. 

*********

Me aproximei do lugar onde ele havia marcado comigo e aguardo alguns minutos antes dele chegar. Caminho até o porta malas e pego a metralhadora que estava ali guardada com toda munição que preciso e a deixo no banco do passageiro para caso eu precise. Poucos minutos depois, ouço o som de carro ficando cada vez mais alto e vejo o carro parar bem na minha frente. Avisto Benzer de longe descer do banco do passageiro do carro idêntico ao que eu estava, melhor dizendo, aquele carro que eu havia roubado. Desço do carro e fecho a porta com força e raiva dominando minha alma. Vejo ele puxar a arma da cintura quando me aproximo demais dele. 

- Cadê ele? - pergunto com a respiração vacilando.

- Benzer não estou para brincadeira. Onde está o Matthew? 

- Ora querida, ele está muito bem, acredite em mim. 

- Eu quero vê-lo. Agora!

- Acho que agora você não está em condições de exigir nada. Eu tentei levar numa boa Mia, mas você conseguiu me enganar com o cartão falso e vazio. Eu confesso que subestimei você querida Mia. - diz  ele caminhando até mim e passeando a pistola por meu rosto. 

- Eu quero fazer um acordo com você. Entrego o chip e você liberta ele. É somente o que eu quero. - falo já me sentindo derrotada.

- Como vou poder confiar em você desta vez pequena Mia? - questiona ele.

- Terá que confiar em si mesmo e me dar uma segunda chance . - respondo de prontidão

Ele me encara por um pequeno momento até estender a mão e puxar dois dedos para frente, indicando para os seus capangas virem ao nosso encontro e com eles, Matthew estava sendo arrastado por eles até nós, todo machucado.

- QUE DROGA VOCÊ FEZ COM ELE?

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Nosso penúltimo capítulo gente. Super ansiosa para o próximo (que por sua vez será o maior de todo o livro) que já está em desenvolvimento. Eu irei terminar, revisar, publicar e chorar junto com vocês. Até o próximo e nosso último capítulo ❤

A Força do QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora