Você escuta ele chamar?

4.7K 470 886
                                    


Atenção, NSFW, tirem as crianças da sala.


— “Sombrios mensageiros das violetas,

De longas e revoltas cabeleiras;

Brancos, sois o casto olhar das virgens

Pálidas que ao luar, sonham nas eiras.

Vermelhos, gargalhadas triunfantes,

Lábios quentes de sonhos e desejos,

Carícias sensuais d'amor e gozo;

Crisântemos de sangue, vós sois beijos!

Os amarelos riem amarguras,

Os roxos dizem prantos e torturas,

Há-os também cor de fogo, sensuais...

Eu amo os crisântemos misteriosos

Por serem lindos, tristes e mimosos,

Por ser a flor de que tu gostas mais!

Escrevia agora mais um de seus poemas. Não havia nenhuma dedicatória em questão, apenas estava desfrutando do silêncio e do perfume do lugar em que estava.

Nesse tempo todo que já havia passado desde que entrará para a universidade tinha relembrado algumas velhas amizades, dentre elas Uraraka que saira logo na semana que chegara e Bakugou, dos quais o esverdeado não conseguia esconder alguns desejos corporais, já que ele fazia parte do time de basebol e assim como quando era na infância, tinha todo o estilo e marra de um verdadeiro badboy boca dura.

Aquilo lhe atraía, com certeza, ainda mais porque Midoriya não tinha medo de ser recusado, já que seu primeiro beijo quando criança tinha sido com o loiro, além de que assim que eles se encontraram Katsuki tinha olhado de uma forma recíproca para si.

Até já havia tirado uma lasquinha do mesmo quando estavam no vestiário masculino. Na verdade, fora uma lasca bem grande, a maior que Izuku já tinha presenciado.

Contudo, isso fazia com que o esverdeado se sentisse o pior dos homens, já que ele tinha um problema bem grande em mãos.

E esse problema era que já fazia algum tempo que Midoriya estava saindo com Shinsou. Sim, eles haviam começado a conversar mais e a aproveitar mais o tempo juntos, sempre às escondidas, variando entre o carro e algum lugar inóspito do campus.

Não era como se Izuku gostasse de Hitoshi. Na verdade ele até gostava, mas sempre sentia falta daquela essência que tiraria o folego de seus pulmões — essa que também faltava em Katsuki. De fato, acreditava que sua mente tinha pregado uma peça consigo mesmo, já que esperava essa sensação do sujeito que o salvará a anos atrás, mas este não existia, era total fruto de sua imaginação.

A prova disso?

Bem, ele tinha ido à tal mansão mal assombrada mais algumas vezes. Em verdade, todas as vezes que se fosse possível ele estaria lá, ainda que fosse para relaxar depois de uma semana tensa de provas ou até para estudar para as mesmas.

O belo jardim de crisântemos com seu perfume mórbido tinham se tornado seu pequeno cantinho secreto, e aquelas flores tão coloridas sempre exalavam um perfume muito mais áspero durante o dia; e para que sua sanidade permanecesse intacta e pudesse desfrutar daquele lugar com suavidade como estava fazendo todos esses dias, Izuku tinha preferido apenas ir lá de dia, quando a luz do sol já estivesse alta o suficiente.

Tinha ido lá vezes consideráveis para que seu cheiro já fizesse parte do lugar, assim como o cheiro de crisântemos estivesse infestado à sua alma e por vezes tivesse de tomar vários banhos consecutivos, já que alguns de seus colegas insistiam em dizer que ele cheirava a morte.

CrisântemoOnde histórias criam vida. Descubra agora