Crisântemo

A morte é o fim?

Atenção, NSFW, tirem as crianças da sala.

Já fazia algumas horas que Midoriya estava deitado naquela cama de enfermaria, chorando fraquinho ao imaginar o quão desestabilizado emocionalmente estaria Tomura após uma situação como aquela. Entendia perfeitamente que após Shigaraki perder sua inocência ele não tinha mais noção de empatia e compaixão, decidindo jogar a culpa em Midoriya e Todoroki.

No entanto ele não estava errado, pois se Izuku não tivesse sido tão egoísta em viver um amor a qualquer custo, nada disso teria acontecido, nada. E a pior parte de tudo isso é que algo dentro de si, daquele seu interior sempre tão confuso e repleto de sentimentos que não era apenas daquela vida, insistia em lhe dizer que essa não tinha sido a primeira vez que ele passou por cima de tudo para viver seu amor com Todoroki. 

— Sabe, te ver assim me faz sentir-me um anjo novamente, então nesse caso... acho que vou ignorar a sua última pergunta e assumir que ela fazia parte da segunda — Izuku se virou aos poucos de frente com o rosto já inchado pelo choro, olhando o pequeno demônio que continuava ali. — Você ainda tem uma pergunta.

Tentando assimilar ainda a informação da última pergunta que queria fazer, a qual quase houvera esquecido pois as informações que recebera foram muitas, ajeitou se sentando novamente e enxugando as lágrimas com a manga da blusa.

— Então eu tenho direito a mais uma pergunta? — perguntou, mesmo sabendo que tinha desperdiçado as três que tanto queria fazer — Não vai me cobrar nada além? 

— Não mesmo. 

— Quero que repita me mostrando os dedos. 

— Demônios não cruzam os dedos — Denki mostrou as mãos — Não vou te cobrar nada além. 

— É só precaução, não quero correr o risco de ter que pagar por mais alguma coisa — o demônio voltou a se sentar em seu colo no edredom apoiando seus braços na perna de Midoriya, esperando que este fizesse a terceira pergunta. — O que acontece se eu morrer de alguma forma que não seja pelas mãos do Shouto? 

— Não existe isso, eu estou sempre cuidando para que isso não aconteça. O principal motivo pelo qual eu sinto que tem algo de errado com você, como essa sua anemia, é pra impedir que você morra de forma errada. 

— Mas, e se mesmo assim eu morresse? 

— Sua terceira pergunta já era. 

— Nem pensar, você considerou aquela outra como parte da anterior, então essa também deveria ser — o esverdeado já estava ficando zangado; era difícil não estar, já que além da visão péssima que tinha tido havia sido informado que ficaria mais alguns dias de molho naquela enfermaria. 

— Está bem, está bem, senhor convincente. Se esse é o mínimo que eu posso fazer por você, então eu farei — Denki se espreguiçou e deitou de lado — Se você morresse de causas naturais, ficaria preso no mundo espiritual e não conseguiria mais voltar pra cá. Consequentemente, Todoroki seria um vampiro solitário pra sempre. 

— Ele sofreria tanto... É bom que você me proteja, então. 

— Sim, mas eu ainda não terminei! Se você morresse porque foi assassinado, ficaria preso aqui pra sempre. 

— Preso aqui, como assim? — era tanta informação que ele não entendia o que aquilo significava. 

— Você seria um espírito perturbado demais para conseguir reencarnar ou voltar para o mundo espiritual, então ficaria preso no local de sua morte. 

— Tipo um fantasma? Mas das outras vezes eu também não fui “meio que” assassinado pelo Shouto? O que seria de tão diferente? 

— Tipo um fantasma. Já a maldição garante que a sua alma, mesmo que perturbada, continue a reencarnar apenas para sofrer de novo. Então se for morto por ele da forma correta, você voltaria daqui a cem anos.