Crisântemo

Quanto vale o seu amor?

Olá, vocês acharam que aquele era o último capítulo por conta do final, certo? Ledo engano, temos mais 10k pra completar tudo.

— Você realmente achou que eu faria algo assim? — questionou o bicolor, esfregando a ponta dos dedos no paletó negro enquanto direcionava sua atenção ao pequeno demônio loiro ao seu lado. A vestimenta se fazia presente a época que viviam, ainda sem a presença de tecnologias de transporte que tivesse qualidade além de navios grandes e largos que levassem especiarias de um continente ao outro.

— Da última vez você foi um pouco cruel com ele, nada impede de que faça o mesmo nessa vida — se defendeu sobrevoando os ombros do bicolor enquanto olhavam para o navio parado no cais do porto, vendo o jovem esverdeado descer algumas malas.

— Aquilo foi um erro, não vai mais se repetir! Eu nunca mais quero fazê-lo mal como daquela forma — chacoalhou a cabeça, espantado com a hipótese de tornar a fazer novamente suas próprias atitudes inescrupulosas.

— Tenho certeza que aquilo refletiu muito na personalidade dele dessa vez — justificou enquanto Izuku chegava perto dos dois com um sorriso muxoxo e tímido.

— Refletiu como? — tentou sem muito sucesso arrancar alguma informação extra do que Denki sabia dessa vez.

— Veja por si mesmo — indicou quando o pequeno Midoriya jovem aproximou-se de si, confuso por eles estarem tão afastados das pessoas, com o demônio se escondendo atrás do vampiro para que este não o visse.

— Você é Todoroki Shouto?

— Sim — respondeu monossílabo enquanto o esverdeado pegava um papel, tremendo e contendo o nervosismo que carregava. Trocava seu olhar do objeto ao vampiro, que estava muito pálido devido a sede de sangue que o afligia por estar próximo ao seu amado.

— Eu… Err… Suas sementes foram trazidas até o porto, senhor. Nós agradecemos pela sua c-confiança — ouviu umas risadas e murmúrios dos marujos que se encontravam na proa do barco olhando sua apresentação, o que o fez dar um passo para trás, mostrando estar um pouco manco.

— Está tudo bem com sua perna? — não era a ideia de Shouto agir de forma tão preocupada com ele, até porque não queria assustá-lo, mas fora impossível se tratando do quanto o amava.

— Sim — ele olhou para baixo como se aceitasse sua própria derrota e como se lembrasse do motivo de estar com dores — Obrigado.

— Como foi que decidiram colocar um garoto tão tímido para representar uma companhia? — o bicolor deu dois passos à frente em direção ao garoto, e se amaldiçoando logo em seguida. Afinal, apenas nesse momento se tocou do quão jovem Izuku ainda estava naquela reencarnação, quase uma criança.

— Uma escolha visivelmente ruim — respondeu olhando para o chão, tendo o papel tomado de suas mãos enquanto ouvia algumas risadas.

— Eu não estava me referindo a conclusão dessa escolha, apenas questionei o motivo desta ter sido feita! — fora até mesmo um pouco ríspido em busca do olhar do esverdeado, mas aquela sua primeira impressão aflorava mais. Depreciativo era a palavra que definia Izuku nessa reencarnação, provando que Denki estava certo: ele estava marcado com os acontecimentos da vida passada.

— Eles acharam que seria uma boa escolha colocar alguém chamativo como eu para cuidar disso — se referiu ao seu imã natural que o perseguia desde sempre, nem tão natural assim aos olhos dos demais.

— Se essa era a intenção deles, então deu certo — respondeu, finalmente tomando o olhar esmeraldino de Midoriya para si. Não era sua intenção assustá-lo com tal comentário e nem com suas intenções, mas foi o que pareceu ter ocorrido.