Capítulo 14 - Menino Mau

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Verão

28 Semanas

Por onde Sakura andasse na escola, tudo o que se podia ouvir era sobre Sasuke e suas incansáveis confusões. Que ele não era um bom rapaz, todo mundo já sabia, mas nunca fora de se meter em brigas. E para por consequência, Sasuke estava se transformando em algo muito ruim.

"Ouvi dizer que a polícia teve de interferir"

"Ouvi dizer que ele bateu no policial e por isso passou a noite preso"

"Disseram que ele bateu na Ino também"

"Meu irmão viu ele brigar com o garoto novo na semana passada"

"O garoto novo? O namorado da Sakura? "

"Dizem que ele está traindo ela com a Ino"

"Dizem que Ino cansou de usar o chapéu de corna"

Por onde Sakura passava, escutava as pessoas falarem sobre ela, Sasuke, Sai e Ino. Nunca se imaginou em uma situação como a que estava vivendo. Ela não via Sasuke a pelo menos duas semanas, mas isso não a impedia de ouvir sobre suas "aventuras".

Sasuke não era assim, sabia que algo estava errado, mas não queria ser ela a ir de encontro a ele. Ainda não conseguia perdoa-lo por propor que dessem o bebê, ela amava aquela criança mais do que a si mesma.

Demorou para aceitar a situação em que estava, mas com a ajuda de Karin e sua mãe, passou a perceber o quanto aquela criança dependia dela. Começou a entender que um filho era mais do um peso em sua vida, que aquele bebê era uma vida lutando para sobreviver.

Ficava imaginando como teria sido a vida de sua mãe se não tivesse seguido adiante com a gravidez. Ela não teria nascido, seus pais não estariam casados e felizes, Sasori e Mei cresceriam sem o auxílio de uma figura materna.

Como seria se ela nunca tivesse existido? Sua mãe teria se formado em outra profissão? Uma com algum glamour, ou quem sabe até mesmo se casado com outro homem, tido outros filhos? As opções eram infinitas, e por mais que lhe doesse, era egoísta o bastante para repudiar o mundo sem ela. A vida era boa demais, e jamais poderia negar essa dadiva ao seu bebê.

Queria ter a chance de pega-lo em seus braços, acariciar os cabelos negros – pois ela tinha certeza que ele seria igual ao pai –, sentir aquele cheirinho típico de bebê, e saber finalmente, o que o tal amor de mãe, que todo mundo vivia lhe dizendo. – Não que ela já não o sentisse, mas diziam não ter nada que se compare a ter o filho em seus braços. – Ela queria aquela sensação, aquela maravilhosa sensação de tê-lo ali fora com ela.

As fotos da ultrassonografia feita há algumas semanas estavam em meu celular, e ela não se cansava de imaginar como ele seria, pelas imagens borradas podia ver perfeitamente o narizinho delicado, tão parecido com o de Sasuke. Um sorriso se formava em seu rosto sempre que pensava sobre seu pequeno, e a dúvida sobre o seu nome lhe atormentava.

Havia perguntado a mãe qual seria o nome do bebê, e bem-humorada a mulher havia lhe dito, "É o seu bebê, você deve dar um nome", a menina estava realmente assustada com as probabilidades de dar um nome a um ser-humano. "Mas eu pensei que... pensei que você e o papai fossem escolher. É de uma pessoa que estamos falando e não de um cachorro, ele vai levar esse nome pelo resto da vida. É muita responsabilidade". Infelizmente para Sakura, ela havia perdido aquela batalha, "Ter um bebê é muita responsabilidade e, no entanto, você terá um. Então porque não pode escolher o nome? ".

Andar pela escola era angustiante, os olhares reprovadores e cruéis se tornavam cada vez mais frequentes. Talvez fosse o momento de entregar o jogo, desistir e finalmente aceitar que uma garota de quinze anos grávida, não deveria frequentar a escola normalmente. Faculdade pra quê? Quem precisa de um diploma? É só um pedaço de papel afinal. Não fazia diferença.

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