Capítulo 4

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Ok, o que quer que o HoSeok tenha feito já passou. A ideia de que todas essas coisas, das quais tinha medo quando era criança, realmente existam me deixa atordoada. O salão começa a rodar, mas ele coloca mais pressão na mão que segura minha cintura me impedindo de cair.

- Está bem? - ele pergunta um pouco assustado.

- Só um pouco tonta.

O fato de estar sem comer desde que almoçamos já seria suficiente para me deixar fraca, mas perceber que o que eu estava tentando ignorar desde o começo da festa é real me deixa sem ar. E o pior é que não tem como isso ser um trote ou algo do tipo. Quer dizer, uma mulher morreu bem do meu lado e eles tem uma jarra de sangue no centro da mesa, o mais provável é que seja tudo verdade.

- Acho que se descansar um pouco ficarei melhor - me afasto dele tentando respirar normal. - Me desculpe por isso - apesar de tudo, ele parece ser uma boa pessoa e não tem culpa de eu ter entrado aqui sem saber no que estava me metendo.

Começo a andar na direção da mesa mas ele passa as mãos por meus joelhos e costas e me pega no colo. Eu devo estar pesando uns cem quilos com essa roupa, e ele me levantou como se não fosse nada.

Ele realmente pode não ser humano.

- Vamos para um lugar mais calmo.

Ele então me leva para fora do salão até um quarto, não muito afastado, mas o suficiente para não ouvir a música alta, e me coloca numa cama.

- Tem certeza que está bem? Talvez sejam as máscaras, mas não pode tirar ou sentirei seu cheiro, será que o salão está muito abafado...?

Apesar de ainda assustada, o desespero dele para resolver meu problema me faz querer acalmá-lo:

- Acho que só estou há muito tempo sem comer - mas a frase tem o efeito reverso e ele começa a andar de um lado para o outro, falando sozinho.

- Então vou pedir que tragam algo para comer, o que você come? Não pode dizer, vou pedir que tragam um pouco de cada coisa e... - ele pode não ser humano, mas é fofo.

- Por que está tão nervoso? Você não é o riquinho mimado daqui? - pergunto brincando. - O baile não é para você? Eu vou ficar bem, só me deixe aqui e vá aproveitar a sua festa.

Ele senta na cama.

- Só quero fazer tudo certo. É difícil encontrar um amor no período de um dia. Não quero fazer uma besteira e acabar perdendo a pessoa certa. Se é que ela está aqui...

Analiso o que ele disse. É um baile para gerar um casamento. Ele com certeza não vai acabar morto no fim disso, mas pode acabar casado com a opção menos pior, e não com alguém que ele realmente queira. 

- E você é obrigado a estar noivo no final disso?

- Sim, se não encontrar alguém por quem me apaixone, tem que ser, pelo menos, alguém suportável para passar a eternidade comigo.

A eternidade...

- Então não tem mesmo como essa festa acabar e você ainda estar solteiro?

- No próximo aniversário deve ser o casamento, faz parte de ser um Park, é a tradição da família - fala sorrindo sem emoção.

- Realmente tem uma grande pressão, a eternidade é... muito tempo.

E ele pode estar falando da eternidade mesmo, algumas das criaturas que mencionou são imortais. Já pensou passar tanto tempo assim com alguém suportável?

- Talvez... mas só se nenhum humano te matar no meio do caminho - ele fala com nojo e ri.

- Humanos? - é a primeira vez que citam a minha espécie e é com nojo, por quê?

The Curses of Schwarzwald - Cursed Castle (pjm) (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora