- Não pode deixar-se abalar tão fácil só por causa de uma historinha triste - ele passa o polegar no meu queixo e encaro-o em descrença. Há alguns segundos ele estava falando como se fosse o pior acontecimento da sua vida e agora é uma historinha triste?
- Idiota - empurrou sua mão e começo a me afastar, mas minha visão começa a escurecer e me seguro em seus antebraços para me sustentar.
Rapidamente uma de suas mãos segura minha cintura e a outra na lateral do meu pescoço.
- Você ainda está passando mal? - pergunta preocupado.
- Estou bem. Só um pouco tonta.
- Você comeu?
- Comi. Mas coloquei tudo pra fora depois que alguém largou um rio de sangue no banheiro - digo irritada, mas agradeço por ele não ter me soltado ainda.
- Você é muito fraca - fala num tom surpreso, seguido de uma risada baixa.
- Do que está rindo?
- O modo como me desafia sem medo da minha reação. Parece que é capaz de acabar comigo, mas aqui estou eu cuidando de você. Nenhuma criatura que sei que pode me machucar passa mal, a não ser que esteja em algum período complicado. Mas não acredito que seja seu caso. Ou seja, na verdade você só late, mas não morde.
- Dá pra você parar de zombar de mim? - pergunto tentando manter a voz irritada, sem transparecer o medo pela possibilidade dele ter me descoberto.
- Na verdade era um elogio.
- O quê? - pergunto surpresa.
- Esse seu modo de se fingir de forte. Se fizer as pessoas acreditarem, ninguém chegará perto de você. Eu conheço uma pessoa assim. É realmente incrível, não demonstrar medo, continue assim - não sei o que responder, ele sabe ou não? Então seu polegar acaricia minha bochecha - Gosto de te ver irritada. Mas sem palavras é igualmente agradável.
Reviro os olhos e empurro ele para trás, para me sentar no chão encostada na parede da torre. Mas ele me ajuda a fazê-lo e sinto minha mão em minha testa. Como se pudesse medir minha temperatura, mesmo estando frio.
- Eu queria sua expressão agora - falo tentando encará-lo, mas ainda está tudo meio preto. - Está mesmo preocupado? - fecho os olhos e suspiro. Ele nem me conhece.
- F*dam-se as regras o que você come? - ele pergunta se agachando do meu lado. Sua imagem já começa a ganhar uma forma mais nítida, o que me deixa um pouco aliviada.
- Como quase tudo.
- Sangue?
- Não - rio fraco.
- Carne - encaro ele com deboche. - O que... ah, vegetariana. O que um vegetariano come?
- Qualquer coisa que não seja carne.
- Por isso que está fraca - fala.
- Pare com isso.
- Okay, só um minuto - ele sai.
Encosto a cabeça na parede frustrada e ele me assusta ao tocar no meu ombro.
- Trouxe maçãs, pode ser? - pergunta com uma cesta na mão. Ele é tão rápido assim?
- Eu prefiro amoras - ele suspira. - Eu só só estou brincando - falo rindo antes que saia novamente.
- Tem certeza. Eu posso procurar.
- É sério, maçã está ótimo - garanto, mesmo achando que não é uma fruta que alimente muito. É comida e não irei recusar.
Ele se senta ao meu lado e me entrega uma das maçãs e, apesar de ainda não estar com a visão cem por cento, sei que ele tem os olhos presos em mim.
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The Curses of Schwarzwald - Cursed Castle (pjm) (CONCLUÍDA)
Fiksi PenggemarPRIMEIRO LIVRO Um grupo de amigos se perde fazendo uma trilha em uma floresta famosa da Alemanha. Felizmente, depois de muito andar, acabam encontrando um Castelo, que primeiro pensaram estar abandonado. Mas percebem o erro com a aparição de um estr...