Capítulo 8

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- Não pode deixar-se abalar tão fácil só por causa de uma historinha triste - ele passa o polegar no meu queixo e encaro-o em descrença. Há alguns segundos ele estava falando como se fosse o pior acontecimento da sua vida e agora é uma historinha triste?

- Idiota - empurrou sua mão e começo a me afastar, mas minha visão começa a escurecer e me seguro em seus antebraços para me sustentar.

Rapidamente uma de suas mãos segura minha cintura e a outra na lateral do meu pescoço.

- Você ainda está passando mal? - pergunta preocupado.

- Estou bem. Só um pouco tonta.

- Você comeu?

- Comi. Mas coloquei tudo pra fora depois que alguém largou um rio de sangue no banheiro - digo irritada, mas agradeço por ele não ter me soltado ainda.

- Você é muito fraca - fala num tom surpreso, seguido de uma risada baixa.

- Do que está rindo?

- O modo como me desafia sem medo da minha reação. Parece que é capaz de acabar comigo, mas aqui estou eu cuidando de você. Nenhuma criatura que sei que pode me machucar passa mal, a não ser que esteja em algum período complicado. Mas não acredito que seja seu caso. Ou seja, na verdade você só late, mas não morde.

- Dá pra você parar de zombar de mim? - pergunto tentando manter a voz irritada, sem transparecer o medo pela possibilidade dele ter me descoberto.

- Na verdade era um elogio.

- O quê? - pergunto surpresa.

- Esse seu modo de se fingir de forte. Se fizer as pessoas acreditarem, ninguém chegará perto de você. Eu conheço uma pessoa assim. É realmente incrível, não demonstrar medo, continue assim - não sei o que responder, ele sabe ou não? Então seu polegar acaricia minha bochecha - Gosto de te ver irritada. Mas sem palavras é igualmente agradável.

Reviro os olhos e empurro ele para trás, para me sentar no chão encostada na parede da torre. Mas ele me ajuda a fazê-lo e sinto minha mão em minha testa. Como se pudesse medir minha temperatura, mesmo estando frio.

- Eu queria sua expressão agora - falo tentando encará-lo, mas ainda está tudo meio preto. - Está mesmo preocupado? - fecho os olhos e suspiro. Ele nem me conhece.

- F*dam-se as regras o que você come? - ele pergunta se agachando do meu lado. Sua imagem já começa a ganhar uma forma mais nítida, o que me deixa um pouco aliviada.

- Como quase tudo.

- Sangue?

- Não - rio fraco.

- Carne - encaro ele com deboche. - O que... ah, vegetariana. O que um vegetariano come?

- Qualquer coisa que não seja carne.

- Por isso que está fraca - fala.

- Pare com isso.

- Okay, só um minuto - ele sai.

Encosto a cabeça na parede frustrada e ele me assusta ao tocar no meu ombro.

- Trouxe maçãs, pode ser? - pergunta com uma cesta na mão. Ele é tão rápido assim?

- Eu prefiro amoras - ele suspira. - Eu só só estou brincando - falo rindo antes que saia novamente.

- Tem certeza. Eu posso procurar.

- É sério, maçã está ótimo - garanto, mesmo achando que não é uma fruta que alimente muito. É comida e não irei recusar.

Ele se senta ao meu lado e me entrega uma das maçãs e, apesar de ainda não estar com a visão cem por cento, sei que ele tem os olhos presos em mim.

The Curses of Schwarzwald - Cursed Castle (pjm) (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora