Capítulo 7

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- Tenho algumas condições - falo o mais firme que consigo.

- Você ainda quer mais? - ele pergunta incrédulo.

- Eu aceito que sejam oito horas e não me importo de não falar com os meninos. Mas fazer o que você quiser... nada que passe dos limites.

- Que são...? - ele pergunta.

- Se passar eu aviso - ele revira os olhos. - E...

- Tem mais? - ele levanta as sobrancelhas.

- Eu não sei se vou conseguir não te julgar - falo com vergonha. - Desculpa, mas... É difícil - ele sorri como se achasse divertido.

- Se você passar dos limites eu aviso - ele pisca. - Agora vamos - começa a me puxar.

- Uma última coisa... - eu o paro.

- O que mais quer? - pergunta irritado.

- Como vou saber se cumpriu sua parte?

- Vai ter que confiar em mim - diz sorrindo e seus olhos fecham.

Que inferno. Ele é realmente fofo.

- Não é tão simples assim - Acho que não tem ninguém em quem confie plenamente.

- Está duvidando de mim.

- Não é isso. Na verdade, é isso. Mas é que acabamos de nos conhecer, como posso julgar seu caráter?

- Tudo bem, você tem um ponto. Se com anos de convivência as pessoas ainda podem te surpreender, imagine um estranho.

- Obrigada por entender.

- Bom, e se... deixá-los sair quando as oito horas acabarem? - me pergunta.

- Ok - falo depois de pensar um pouco. - Eu aceito - estendo a mão e ele a aperta selando o acordo.

- Agora vamos - ele começa a me puxar e num piscar de olhos estamos em uma das torres.

Apesar dele ter dito que queria um tempo sozinho comigo, não pensei que fosse me tirar da festa, ou me levar para o meio do nada.

- Por que me trouxe aqui? - pergunto curiosa examinando o local e ele me leva até a beira se apoiando na mureta.

- Essa é a torre mais alta de todo o castelo, dá uma visão incrível da floresta e das estrelas - encaro a paisagem e ele está certo, o ângulo é incrível para encarar a vegetação exuberante e o céu que, por falta de luzes próximas, nos permite ver os pontos luminosos.

Mesmo ele sendo um psicopata, maluco, assassino, acho que devo fazer essas horas valerem a pena. Até porque acredito que ele vai fazer a parte dele, então devo me esforçar para fazer a minha também. E ele nem foi tão ruim assim comigo...

- Então, podemos vir ver as estrelas à noite se acabarmos juntos? - começo a brincar contando as luzes.

- O quê?

- O quê?

- As estrelas são fascinantes ao ponto de querer observá-las por tanto tempo assim?

- Não sei como seria com o tempo. Mas na cidade tem muitas luzes fazendo com que não dê para vê-las desse modo.

- Ah...

- Então seria legal vir vê-las.

- Não - olho para ele surpresa. - Eu caço durante a noite. - Ele tem um olhar afiado em direção à floresta.

Caça? Eu ouvi dizer que nessa região há muitos lenhadores e caçadores. Mas ele provavelmente não estava se referindo a isso.

- O que você caça? - tento continuar a conversa, descobrindo mais sobre ele no processo.

The Curses of Schwarzwald - Cursed Castle (pjm) (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora