Capítulo 6 - Amigos Apaixonados

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Nunca pensei que fugiria da polícia, mas lá estava eu, correndo dentro de uma construção abandonada, procurando um ponto de fuga, enquanto alguns policiais me seguiam. Consegui sair de dentro da estrutura para o estacionamento com solo desgastado e rachado, e com a grama por fazer entre as rachaduras. A saída havia sido fechada por um enorme muro que me separava da minha liberdade. Olhei para trás e vi os policiais já próximos de mim, apontando a arma, então voltei a encarar o muro. Eu precisava escalar ele.

     — Mãos para o alto — gritou um deles. Escutei ele destravando a arma.

     Dei um passo para frente, pensando nas possibilidades. Eu nunca escalei um muro de verdade, principalmente um de dois metros e meio. Não estava em nenhum filme de ação, onde sou um agente treinado que consegue fazer coisas impossíveis, estava na vida real e precisava de algo para subir, foi então que eu vi tijolos não usados, amontoados a alguns metros de mim, eles seriam perfeitos para me ajudar com a minha fuga. Dei outro passo, mas fui advertido pelo mesmo policial.

     — Mais um passo e nós atiramos.

     Foi cômico, confesso.

     Focar nos tijolos foi puxar o gatilho das minhas pernas e fazer elas funcionarem, eu literalmente me disparei na direção da pilha de tijolos. Os policiais também dispararam suas balas e começaram a correr atrás de mim. Acertaram minhas costas duas vezes, e elas queimavam minha carne por dentro. Dei um salto pra cima dos tijolos, e outro para agarrar o topo do muro, escalei uma perna para o outro lado e fui acertado com uma bala bem no braço, me desequilibrei e cai no chão, do outro lado do muro. Não foi a fuga que imaginei, mas tinha escapado.

     Um carro preto que não consegui identificar a marca parou próximo a mim, um homem vestido em um terno desceu, me ajudou a me levantar e entrou dentro do carro que partiu rapidamente. Olhei para trás e vi os policiais descendo do muro e olhando de um lado para o outro, procurando por mim.

     — Você estava em apuros, não é, Sebastian? — Connor perguntou, também olhando para trás, então virou seu rosto para me ver.

     — Você está me sequestrando? — indaguei, arqueando a sobrancelha.

     — Eu salvei você de ser preso e de assustar a população — respondeu ele. — Existe um acordo firmado entre organizações secretas do seu mundo com os conselheiros do mundo "sobrenatural" que precisam ser mantidas.

     — Mundo sobrenatural? — perguntei com sarcasmo. Já ele, ficou me encarando sério como sempre. — Existem mais coisas como você?

     — Uma legião. Minha raça foi criada por Deus, a pedido da Morte, após ele ter criado este universo e ela não conseguir ceifar tudo com êxito. Porém, o Conselho não se resume apenas a minha raça, na verdade, eles não interferem em nada relacionado a anjos — explicava ele, enquanto se servia uísque. — Eles apenas controlam outras espécies da comunidade sobrenatural. Mas, você morreu, e muitas pessoas o olharam no caixão, se caso aparecesse, seria uma enorme repercussão, suas organizações secretas começariam uma guerra contra o mundo sobrenatural e você seria preso.

     — E você trabalha para esse Conselho? É um agente duplo?

     Ele deu um gole no uísque e curvou a boca, olhando para o teto do carro, pensativo. Então, voltou a me encarar, sério.

     — Estou me fodendo para o Conselho Sobrenatural. Eu me importo com o motivo da Morte não está preocupada com você, mesmo eu me oferecendo para te eliminar. — Ele deu outro gole.

     — Existe mesmo uma coisa que se chama Morte e controla todos vocês? Você sabe o motivo pra eu está vivo? — Ficava ainda mais perplexo com as coisas que escutava.

Coração DestruídoOnde histórias criam vida. Descubra agora