Em uma semana Harvey e Donna mal haviam se falado devido a tamanho constrangimento. Evitavam-se pelos corredores da escola e acabavam gaguejando coisas sem sentido quando se esbarravam.
Eles pensavam com bastante frequência sobre a noite que tiveram, as sensações despertadas foi algo completamente diferente de tudo o que já tinham vivenciado. Se fechassem os olhos, ainda eram capazes de sentir cada uma delas, cada beijo e cada toque.
Não se arrependiam do que tinham feito, mas sentiam falta da convivência que tinham e por isso Donna decidiu ir até a casa dele.
— Hey. — Donna disse meio sem graça ao entrar no quarto de Harvey.
— Donna! — Harvey tirou os fones de ouvido e sentou na cama. — O que você tá fazendo aqui?
— Marcus me deixou entrar. — Ela desviou os olhos para o chão e passou a mão pelo próprio braço, sem jeito.
— Ah. — Harvey disse e logo depois um silêncio se instalou. Aquela situação toda era muito esquisita para eles, era a primeira vez que ficavam desconfortáveis com a presença um do outro e não sabiam como agir. — This is weird.
— Yeah. — Donna deu uma risadinha. — Por isso eu resolvi vir aqui. Precisamos conversar sobre... you know...
— Conversar? — Harvey olhou para ela com cautela. Será que ela quer um relacionamento? E se decidiu que não pode ser mais a minha amiga? Eram os tipos de pergunta que passaram na cabeça dele naquele momento.
— Sim, Harvey, conversar. — Ela revirou os olhos. — Eu sei que não é a sua coisa favorita no mundo and believe me, eu não estou gostando disso mais do que você, mas precisamos tirar isso a limpo para que as coisas não fiquem estranhas desse jeito entre a gente. — Harvey assentiu, abrindo espaço para ela sentar na cama. Donna hesitou um pouco, mas logo se sentou na beirada, o mais afastada possível dele. — So...
— I don't wanna lose you. — Harvey a interrompeu e por um milésimo de segundo Donna criou uma esperança dentro dela que não esperava sentir, mas que logo em seguida foi quebrada. — You're my best friend, Donna.
— I don't either. — Ela olhou para as mãos em seu colo para esconder o desapontamento que sentiu. — Amizade entre homem e mulher as vezes pode ser complicado... But it doesn't mean that...
— Não possa existir. — Harvey completou também tentando esconder a pontada de decepção que sentiu com o rumo que a conversa estava levando.
— Exactly. — Donna olhou para Harvey com um sorriso fraco.
— Mesmo depois de nós...? — Harvey deixou a pergunta no ar e Donna assentiu.
— Você é importante demais para mim, Harvey. Não quero que uma noite atrapalhe 8 anos de amizade, so I think we should put it out of our minds and never mention it again.
— Sounds good to me. — Embora Harvey tenha concordado, sentiu algo oposto dentro dele.
— Good.
— Good.
— Então... Alguma notícia de Harvard? — Donna mudou de assunto depois de alguns segundos em silêncio, tentando manter a casualidade entre eles.
— Ainda não, mas devo receber logo. — Harvey disse com esperança. — E você? Já decidiu o que vai fazer?
— Um amigo meu, muito insistente, me convenceu a fazer inscrição para a Boston University. — Harvey abriu um grande sorriso ao ouvir aquilo e Donna o acompanhou. — Acontece que lá realmente tem um programa muito bom de teatro. O único problema é que talvez meus pais me matem antes mesmo que eu possa conhecer o campus, se eu for chamada.
