Como prometido, Donna sempre mantinha Harvey atualizado sobre tudo o que Piper fazia.
Quando Piper completou 5 meses, nasceram seus dois primeiros dentinhos. No início ela chorava muito com o incômodo, mas assim que acostumou, abria seu sorriso o tempo inteiro. Em uma das vezes, Donna tirou uma foto da menina sorrindo enquanto estava sentada na cadeirinha de comida espalhando papinha para todo lado e enviou para Harvey.
"Ela iria comer tudo se você desse batatas fritas para ela ao invés dessas comidas esquisitas", foi o que Harvey respondeu e Donna apenas revirou os olhos rindo.
Aos 6 meses, Piper disse sua primeira palavrinha: avy.
Donna estava sentada em sua cama com a filha repetindo mil vezes a palavra "mommy" num esforço inútil para que a menina aprendesse a palavra quando Harvey a ligou pelo facetime. Ela lhe contou sobre sua frustração e Harvey disse que ele e Piper tinham um acordo de que as primeiras palavras dela seriam "uncle Harvey".
Harvey repetiu tanto isso pelo telefone enquanto mandava Piper repetir que em algum momento ela soltou um "avy" e Donna ficou incrédula.
— Aaaavyyy.
— Rá! Viu, só? Ela disse meu nome! — Harvey disse gargalhando do outro lado do telefone.
— What? No! Foi apenas um som qualquer, da mesma forma que ela faz quando eu falo para ela repetir "mommy". — Donna revirou os olhos, incomodada. — Não foi seu nome, Harvey!
— Avy! — Piper disse olhando para Donna e apontando com o dedinho para a tela do celular.
— No, no, no. — Donna acariciou o rostinho da menina e olhou em seus olhinhos castanhos. — Repete: "mooommy"!
— Avy! — Piper deu um sorriso sapeca enquanto Harvey gargalhava mais alto ainda com a reação frustrada de Donna.
Piper era uma menina um pouco avançada para sua idade, mas isso não surpreendia ninguém, afinal, ela era filha de Donna. Com 7 meses começou a engatinhar e não demorou muito até dar os primeiros passos, aos 8 meses.
— Hey, baby girl! — Donna disse pendurando sua bolsa após fechar a porta atrás dela assim que chegou em casa.
Piper estava no colo de Mark e Donna começou a andar até eles, mas ele fez um gesto para que ela parasse.
— Why? — Donna perguntou enquanto tirava os seus sapatos e o blazer. Ela tinha acabado de voltar de uma entrevista de emprego.
— Você vai ver. — Mark respondeu com um sorriso e sussurrou algo no ouvido de Piper depois de colocá-la no chão.
Piper engatinhou até uma cadeira e ganhou apoio para ficar de pé. Depois de cambalear um pouco até ganhar equilíbrio, deu três passinhos atrapalhados em direção à Donna e caiu sentada no chão, rindo.
Donna estava espantada ao ver Piper dando seus primeiros passos, mas seu instinto materno falou mais alto e fez com que ela começasse ir até a menina para levantá-la, mas Mark a impediu novamente.
— Calma, babe. — Ele sorriu. — Ela não se machucou. Fica paradinha aí, deixe que ela vá até você.
Piper levantou depois de alguns minutos de dificuldade, dessa vez sem apoio de nada e deu mais alguns passinhos apressados até Donna, com as mãozinhas esticadas para a mãe enquanto sorria. Donna estava ajoelhada e segurou sua filha antes que ela caísse novamente. Levantou com a menina no colo e a abraçava bem apertado sem conseguir conter algumas lágrimas de emoção.
— Quando foi que isso aconteceu? — Donna perguntou para Mark assim que ele se juntou a elas. — Não acredito que perdi os primeiros passinhos dela!