Capítulo 16

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Depois do tempo em que passamos na cabana de Hagrid, eu e Sirius caminhamos calmamente até o quarto andar, onde havia um corredor cheio de quadros. No canto já estava as coisas que usaríamos para a limpeza.

Sirius me olhou com raiva, mas eu apenas dei de ombros. A culpa não era minha se estávamos presos ali.

Da caixa, eu retiro um espanador. Minerva não nos deixou usar magia, infelizmente. Sirius me acompanha, então começamos a tirar pó dos quadros.

Ficamos em silêncio na maior parte do tempo, até que decido quebrá-lo.

ㅡ Sirius, eu só queria deixar claro que não sou um brinquedo que você pode beijar quando quiser, ok?

ㅡ Você só pode estar brincando. ㅡ Sirius responde, irritado ㅡ Em que momento eu disse que você é um brinquedo para mim?

Ele não disse, mas não precisava.

As palavras mentem de vez em quando, veja além delas.

ㅡ Hoje de manhã eu me senti vulnerável nos seus braços.

ㅡ O que isso quer dizer?

ㅡ Quer dizer que, se você quiser, pode me beijar. Mas se eu quiser, não posso. É como se eu estivesse submissa a você.

Escuto algo caindo no chão e sei que foi Sirius que jogou o espanador com força.

ㅡ Pelo amor de Merlin, eu já pedi desculpas.

ㅡ Eu sei ㅡ digo com firmeza. Então giro o meu corpo para ficar de frente ao dele. ㅡ Mas é o que está parecendo.

ㅡ O que eu tenho que fazer então?

ㅡ Não sei. Eu não sei. ㅡ paro e penso. O que eu estava fazendo era totalmente injusto ㅡ Desculpe, eu estou levando isso muito para o lado pessoal. Foi apenas alguns beijos, nada de tão uau.

ㅡ Foi o seu primeiro beijo, Marina. Isso foi uau sim.

Ele estava certo. Significou muito para mim. Mas nós tínhamos tantos anos ainda, poderíamos esperar e decidir isso mais para frente. Tínhamos tempo.

Porque, afinal, o tempo é a única esperança de quem já perdeu os sonhos.

ㅡ Marina, só... tenha paciência comigo, por favor.

ㅡ Temos tempo, Sirius.

[...]

Já tinha se passado mais uma semana. Eu e os meninos íamos todos os dias ver com a professora Minerva se o vira-tempo já estava pronto. Mas ela sempre dizia que quem consertava era o professor Dumbledore, e não ela, mas estava tentando.

Sirius e eu decidimos não levar para frente isso. As vezes, na biblioteca, terminávamos o estudo nos beijando. Porém, tanto eu quanto ele decidimos que era melhor deixar assim por enquanto. Ele me contou sobre a família, sobre o irmão e sobre o quanto achou estranho quando Régulus pediu para sair comigo. Eu lhe contei sobre o orfanato e acabei lhe contando sobre o livro em branco. Ele achou estranho isso e, como eu, disse que não se imaginava amando alguém assim.

Os marotos, ontem, colocaram pulgas em meu travesseiro. No dia anterior, eu havia colocado uma essêncial de fedor em suas pastas de dente.

Agora, no entanto, eu estava presa em uma sala de aula escura após ter rasgado todas as roupas dos garotos, uma vingança sobre aquilo que Sirius fez comigo no começo, quando me fez nadar no Lago Negro.

No meio da sala uma fresta de luz se fez visível. De lá um espelho sai devagar, ando até o espelho e me olho. Meu rosto está normal e a sala continua escura. Então sinto a minha bochecha esquerda arder. Era tão profundo que caí de joelhos no chão. Mas na mesma intensidade que começou, parou. Levanto devagar e olho no espelho.

EU AMO SIRIUS BLACK

A frase estava marcada na minha bochecha com uma tinta preta. Esfrego com a minha capa, tentando tirar, mas nada acontece. Eu vou matá-lo.

[...]

As garotas do futuro estão rindo comigo. Depois da marca em minha bochecha, decidi dar o troco. Eu passei três dias falando apenas com as garotas e, por um momento, parecia que eu fazia parte daquilo. Era como se isso fosse o certo.

Ninguém tocava no assunto do passado.

Sirius está sentado, emburrado, na mesa da Grifinória. O seu cabelo, após eu e as meninas termos lançado um feitiço, não ficava do jeito normal. O cabelo ficou laranja e em formato de coração em cima da cabeça. Era inútil ele tentar mexer.

James e Remo também estão rindo.

Sirius, então, também abre um sorriso.

Afinal, se você não aprende a rir das dificuldades, você não terá nada para rir quando estiver velho.

A Marota [Reescrita]Onde histórias criam vida. Descubra agora