Capítulo 15

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- Como foi a noite ontem, filha? – Minha mãe perguntou assim que me sentei para almoçar com toda família. Havia acordado quase meio dia, então esperei o almoço, que vinha a ser uma lasanha. Tínhamos um convidado que já era de casa, Enzo ao lado da minha irmã vigiando os passos dela.

- Foi bom, o pessoal comprou um camarote e eu não paguei nada por isso. – Disse sem muita importância.

- Mas tem um porem? – Meu pai observou.

- Não, só foi cansativo. O jantar aqui, depois balada. – Dei o ombro, servindo um pedaço de lasanha em meu prato.

- Nossa, mana, e tu que era arroz de festa. – Meu irmão Saulo disse pegando a colher da minha mão e colocando a lasanha, num grande pedaço, em seu prato. Meu irmão é magro, porem malhado, mas como que nem um boi.

- Isso se chama vida adulta. – Minha irmã disse e meu irmão a olhou com desdém. Mesmo com todo seu lado protetor, Saulo gostava de implicar com Eliza. Ele falaria alguma coisa se meu pai não o olhasse feio.

- Isso mesmo, filha. – Ele concordou. – E você, Enzo, não tem mais casa? – Se dirigiu ao seu genro que arregalou os olhos.

- Rafael! – Advertiu minha mãe o olhando feio.

- O que foi? Ele que não venha com ideia de casamento. Nossa filha só tem 15 anos. – Resmungou meu pai.

- Sua mãe está bem, querido? – Minha mãe perguntou carinhosa ao Enzo.

- Está, meu pai a levou para Serra para descansarem. – Ele disse.

- E a Eva? – Perguntou minha mãe preocupada.

- Está na casa de uma amiga, festa de pijama. Sei lá. – Ele deu o ombro.

- Está sozinho? – Meu pai perguntou desconfiado.

- Não, Hugo está comigo. Ontem saiu, mas fiquei tranquilo. – O olhar do meu pai veio a meu, sabendo que Hugo esteve no mesmo lugar que eu.

- Um pior que o outro. – Meu pai resmungou e minha mãe, mais uma vez, o olhou feio.

O almoço transcorreu entre conversas e cara feia do meu pai. Assim que acabamos, cada um foi para seu canto. Enzo sobre o olhar feio do meu pai, enquanto seguia a Eliza para o quarto. Não havia mais o que proteger minha irmã. Ela estava gravida, não havia como colocar mais um filho ali, ou tinha? Ri internamente.

Segunda-feira, assim que cheguei no trabalho com meu cappuccino, reparei que tinha uma pessoa encostada em minha mesa, conversando com meus colegas de trabalho. Eles riam, e assim que me aproximei, vi que era o Marcelo. Assim que me viu, se levangtou e me deu um abraço.

- Olha se não é nossa mascote aniversariante. – Ele beijou minha cabeça. – Parebéns, Yasmim! – Disse.

- Obrigada! – Respondi com um sorriso. – Como está? – Perguntei.

- Bem. – Voltou a sua posição anterior. – Tive que voltar para limpar a sujeira que a Paula não conseguiu, mas beleza. – Ele disse com desdém.

- Vão trocar novamente? – Perguntou Caio curioso.

- Não sei, depende do Rafael. – Ele coçou sua sombra de barba.

- Quer voltar? – Perguntei, sentando em minha cadeira. Ele deu o ombro.

- Indiferente. Minha vida já foi resolvida. – Ele explicou. – A Paula que queria ficar, depois que sua sobrinha voltou. – Ele disse.

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