Capítulo 09

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As oito da manhã Júlia invadia meu quarto empolgada. minha sorte é que minha mãe havia arrumado as coisas que eu levaria, ela me conhecia como ninguém.

Tomei um banho e vesti um short jeans surrado curto com uma camisa de pano fino com maga curta e decote verde. Penteei meu cabelo e coloquei uma sandália. Quando desci, Léo e Hugo conversavam com meu pai. Assim que meu namorado me viu, sorri sem mostrar os dentes.

- Chegaram quem faltavam. - Meu pai disse e logo saímos após fechar tudo.

Minha mãe conversava com Tia Agnes e Tio Conrado estava com os adolescentes fazendo suas palhaçadas. Logo nos organizamos e meu pai foi com os gêmeos, eu com Hugo, Tio Conrado e sua família e minha amiga foi com o Léo sem contestar. Ela reclamava, mas estava sempre em sua cola.

- Parece cansada. - Hugo disse quando saia do condomínio qual eu morava.

- A semana foi puxada, faculdade e trabalho. E ontem ainda teve barzinho com pessoal do trabalho. - Disse encostando a cabeça no banco.

- Barzinho, hein. - Senti a ironia na voz.

- Sim, um happy hour com meus colegas de trabalho. Coisa mais normal do mundo. - Disse sem olha-lo.

- Não vou dizer nada. - Resmungou e eu estiquei ligando o rádio. Acabei dormindo no banco.

Chegamos em Búzios. Hugo me acordou com seu jeito carinhoso e resmunguei, arrancando gargalhada da minha amiga. Isso logo me acordou de vez e levantei irritada. Hugo me ajudou com minhas coisas, na tentativa de ficar no meu quarto. Porém, Rafael o barrou.

- Minha casa e minhas regras. - Meu pai disse sério o olhando. Hugo ficou vermelho. - Quando tiver uma filha entenderá. - Deu as costas e minha mãe foi atrás, mas antes fez uma careta.

Não foi só o Hugo que estava emburrado. Minha amiga também, pois meu pai disse para o Léo ficar na casa do Tio Conrado e ele aceitou de boa, já se sentindo da família. Mas minha amiga, apesar de toda hostilidade, queria aproveitar do corpo do seu ficante.

- Tio Rafael é tão cafona. - Resmungou se deitando bicama esparramada.

- Ele só gosta de preservar a família. - Defendi meu pai, enquanto dobrava minhas roupas na cama.

- Preservar você, Ya? Por favor. - Disse incrédula.

- Não sou só eu. Tem meus irmãos e minha mãe também. É questão de respeito que ele me passou muito pequena e faço questão de seguir. - Disse séria e minha amiga rolou os olhos. - E você poderia ficar com o Léo, qual você afirma não ter nada, em um hotel ou na casa de Tia Agnes. - Sugeri.

- Me expulsando? - Se fez de ofendida, mas nem liguei. - Tia Agnes é gente boa, mas não largaria minha melhor amiga por um corpo gostoso e com uma pegada que só deus mesmo. - Disse se abanando e ri.

Logo arrumei minhas roupas e minha amiga dormiu. Tomei um banho e encontrei meus pais na cozinha conversando. Minha mãe disse que almoçaríamos no Tio Conrado pois ele estava preparando a churrasqueira e os gêmeos estavam lá.

Acordei a Júlia que levantou mal-humorada e foi para o banheiro. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo e arrumei a pequena bagunça do quarto. Minha amiga saiu enrolada numa toalha e colocou um biquíni com vestido florido. Eu não havia posto, não pretendia ir para piscina. Quando descemos, meus pais já tinham ido.

Na churrasqueira estavam meu pai, Tio Conrado, Hugo e Léo. Eles conversavam sobre algo bem animados. Hugo me viu e sorrio. Percebi sua vontade de vim até aonde estava, porem eu sabia que ele queria bajular meu pai e não me intrometi. Minha tia passou com latas de cervejas e deixou duas na nossa mesa, levando o resto para os caras. Meu pai o fuzilou com olhar ao perceber que ela havia nos dados cerveja, mas ela o ignorou.

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