Uma idéia insana
Copacabana - Rio de Janeiro, 2020.
"- A situação é crítica aqui no HNO - CPB - Hospital Nacional de Obstetricia de Copacabana. Nessa madrugada mais três mulheres morreram, a situação está cada vez mais agravante, só nos últimos meses desde o início do projeto já foram mais de cento e vinte mortes entre mães e bebês. O hospital não responde pelos testes das novas morfinas e os responsáveis não querem dar a cara a tapa. Aqui é Rebeca aguardando novas informações sobre as vítimas."
A repórter estava em frente ao hospital onde estava internada Rosane.
Mas não é esse o foco da nossa história.
- O que está acontecendo? - Dizia o presidente Otávio enquanto assistia à reportagem.
Ele pegou o telefone em cima de sua estante.
- Alô? Doutor Daniel... Está a par das notícias?
- Olá presidente... Eu estou sim... Me desculpe estamos progredindo, em breve não haverão mais mortes e poderemos fazer nossos super humanos.
- Não quero saber desses repórteres falando mal do projeto, senão menos mulheres se inscreverão, eu preciso disso! Não me decepcione!
Doutor Daniel tremeu com a exigência.
- A quem queremos enganar... Não estamos progredindo nada... Preciso pensar!
O doutor saiu do consultório e sentou na calçada em frente a sua casa. Ascendeu um cigarro e ficou olhando algumas crianças andando de bicicleta na rua de sua casa que era uma área tranquila na Zona Sul. Onde haviam prédios e algumas casas, crianças que andavam de bicicletas e senhoras que cultivavam flores.
Enquanto deixava as inúmeras substâncias entrarem por sua boca observava o ambiente.
Ele entrou de novo em sua casa, deixou os assistentes trabalhando no laboratório e foi fazer o almoço.
Colocou a água para ferver, faria um macarrão. Continuou fumando, sentado em sua cadeira de madeira pura olhando para a água no fogão esperando esta pegar fervura. Ele levantou para por o óleo na água, e ficou extremamente atencioso a sincronia das bolhas de óleo que em nenhuma hipótese se misturava com a água.
- Caralho... - O doutor passou a mão na cabeça, entre seus cabelos arrepiados e bagunçados que faziam ele que tinha trinta e dois anos parecer um velho maluco - É isso!
Ele desligou o fogo pegou a garrafa de óleo e correu para o laboratório.
- AUDREY! - Ele desceu as escadas correndo - AUDREY! AUDREY!
A assistente com toda calma do mundo tirou os seus fones anti-som e colocou o rato em quem aplicara uma injenção na gaiola.
- Fala doutor, por que todo esse escândalo?
- Eu descobri! Precisamos de óleo! Muito óleo!
- Óleo? Óleo de girassol? - Disse Audrey olhando o vidro na mão do Doutor.
- Minha ex-mulher achava mais saudável, eu acabei aderindo.
- Sim, e como o óleo de girassol irá fazer as grávidas não morrerem?
- Ora! Danem-se as grávidas, eu preciso dos bebês vivos!
- Ok, explique-me!
- O óleo não se mistura com a água...
- Ótima descoberta doutor, deveria patentear isso! - Disse a assistente rindo e anotando algumas coisas em uma prancheta.
- Audrey me escuta, se conseguirmos fazer com que o óleo cubra algumas pequenas gotas da Feminiliquitina poderemos introduzir na corrente sanguínea sem que ela afete diretamente os glóbulos das pacientes, elas vão ter a Feminiliquitina e não serão afetadas pela radiação e as gotas da substância irão até os bebês pelo cordão umbilical é só serão ativadas por uma explosão nos neurônios o que deve ocorrer em um futuro distantes.
- Sim, será ativada por um choque de sentimentos, um susto ou uma perda. Interessante. Olha, isso pode funcionar. Mas como faremos para testar isso? Estamos quase perdendo os nossos postos de Doutor e Pesquisadora.
- Faremos aqui, e testaremos na próxima grávida que estiver próxima de ganhar o bebê. Vá ao mercado e compre todas as garrafas de óleo de girassol que encontrar!
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Poder
Science FictionOlhe para nós, mas olhe nos mínimos detalhes, repare em nossos pêlos, veias, artérias e células. Veja não só nossa aparência, veja nossa genética, e nela encontrará poder.